Descrição, restrições e recomendações para o projeto de reforma agrária na Fazenda Saco do Belém.

• Autor(a) principal: BAKER, G.
• Data de Publicação: 1987
• Outros Autores: SOUZA NETO, J. de
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
• Texto Completo: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/514115
• topic: Aspecto socio-economico; Brasil; Ceará; Socio-economical aspect; Agrarian reform; Smallholders; Agricultura familiar; Comunidade rural; Reforma agrária; Sistema de produção; Pequeno produtor; Family farms; Rural communities; Small farms; Brazil

Resumo: Através deste estudo, procurou-se descrever a situaçao sócio-econômica do projeto de reforma agraria da Fazenda Saco do Belém, localizada no município de Santa Quitéria, visando determinar as principais restriçôes ao melhoramento dos sistemas de produçao agropecuaria e estabelecer algumas recomendações para que eles possam ser melhorados. Foram coletados dados, primarios e secundarios. Os estudos sócio-econômicos anteriormente efetuados foram utilizados para coletar informaçôes acerca da situaçao das familias, enquanto as entrevistas pessoais foram conduzidas para obter informaçôes sobre o sistema de produçao em uso no local. Foram entrevistados 58 parceleiros de um total de 198 no local do projeto. A maioria dos parceleiros vivia, plantava e colocava seus animais para pastejar em uma única parcela de terra. Eles nao seguiram o modelo de uso da terra conforme planejamento feito pela INCRA, o qual consiste de quatro parcelas destinadas a moradia, cultivas, pastagem melhorada e pastagem comunitaria, tendo em vista as substanciais distâncias entre estas parcelas. Os parceleiros tinham em média 4,06 ha de terra com cultivas. 0 rebanho médio dos animais foi de 17 cabeças de caprinos, 16 avinos e 10 de bovinos. A maioria dos animais nao recebia suplementaçao e a nutriçao era inadequada, principalmente durante o periodo seco. A castraçao de animais jovens foi a unica pratica reprodutiva utilizada. Os animais eram vermifugados em média duas vezes ao ano. Aproximadamente 50% dos parceleiros vacinavam seus animais, sem no entanto, terem conhecimento contra o que estavam vacinando. A maioria dos produtores tinha conhecimento das espécies arbustivas e arbóreas que existiam em suas parcelas, mas nao tinha idéia de como fazer para melhorar a produçao de forrragem. As principais restriçôes julgadas importantes, tendo em vista o melhoramento do sistema de produçao encontrado, foram: o sistema de alimentaçao inadequado às precarias condições de saude dos animais, principalmente no período seco; a falta de manejo reprodutivo com vistas à seleçao de animais reprodutores; e a falta de instalaçôes adequadas. A nível de projeto como um todo, acredita-se que o esquema de uso da terra deva ser reexaminado, de modo que a grande quantidade de terras improdutivas seja melhor utilizada. A existência de um plano de financiamento para os parceleiros, bem como de assistência técnica para treinamento dos mesmos no uso das tecnologias tornam-se necessarias.