Pegada de carbono do melão produzido em sistemas convencional ou conservacionista.

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Main Author: BARROS, V. da S.
Publication Date: 2015
Format: Doctoral thesis
Language: por
Source: Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)
Download full: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1102276
Summary: Esse estudo avalia o impacto ambiental de sistemas de produção de melão sobre as mudanças climáticas, integrando as linhas de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). É resultado de parceria realizada entre a Embrapa - Agroindústria Tropical, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), e a University of Massachusetts (UMass). A pesquisa é baseada na avaliação do ciclo de vida do produto (melão), com foco na categoria de impacto Mudança Climática. O trabalho foi realizado em duas etapas, uma realizada no Brasil, em 2011, e a segunda, nos EUA, entre 2014 e 2015. No Brasil, dados foram coletados na área experimental localizada na fazenda Agrícola Famosa, situada no município de Tibau-RN, com o objetivo de determinar a eficiência de sistemas de cultivo atualmente praticados (convencional) e conservacionistas, fundamentados no uso de adubação verde. No sistema convencional, o melão (Goldex) foi cultivado após a incorporação da vegetação espontânea, e no sistema conservacionista, após o tombamento ou incorporação da biomassa vegetal proveniente dos adubos verdes milho consorciado com braquiária e feijão guandu. O sistema de produto referente à produção de melão no Brasil abrangeu a produção em sistemas convencional e conservacionistas, considerando os seguintes processos: produção de sementes de adubos verdes e de melão, produção da biomassa de adubo verde, produção de mudas de melão, produção em campo de melão, embalagem e transporte do melão à Europa, bem como produção e transporte dos insumos para a área experimental. A etapa da pesquisa realizada nos Estados Unidos buscou determinar a eficiência do sistema de cultivo convencional atualmente praticado na fazenda experimental da UMass. Assim, esse sistema de produto abrangeu a produção de sementes e mudas de melão, produção em campo de melão, embalagem e transporte do melão, produção e transporte dos insumos para a área experimental da UMass. No Brasil, o melhor resultado de pegada de carbono foi do sistema conservacionista milho consorciado com braquiária com incorporação que gera uma pegada de carbono média de 647,82CO2-eq/t de melão, ao passo que a pegada do sistema convencional brasileiro é de 756,90 kg CO2-eq/t. No detalhamento dos processos, observa-se que a mudança do uso da terra e o transporte do melão do Porto do Pecém, CE, para o porto de Roterdam, na Holanda, são os processos que mais contribuem para a pegada de carbono do melão produzido no Brasil. Na mudança do uso da terra, devido ao crescente aumento de áreas produtoras de melão no Nordeste Brasileiro, incluindo o polo Jaguaribe-Açu, consideram-se as emissões referentes à transformação da terra com vegetação de caatinga para área produtora de melão. Nos EUA, a pegada é de 356 kg CO2-eq/t, sendo o processo de embalagem o que mais contribui com esse resultado. É importante salientar que o impacto da mudança do uso da terra não foi considerado nos EUA, em virtude de essa mudança ter ocorrido há mais de 20 anos na fazenda UMass. Conclui-se que, em termos de eficiência ambiental, o melhor resultado no Brasil ocorre no sistema conservacionista, demonstrando que a adubação verde incrementa a matéria orgânica no solo, reduzindo, consequentemente, a pegada de carbono. Para reduzir a pegada do melão brasileiro, tornando-o tão competitivo quanto o americano, deve-se realizar a produção de melão em áreas agrícolas com vegetação natural removida há mais de 20 anos. Os resultados desse trabalho subsidiam ações visando à melhoria da competitividade do melão brasileiro frente às potenciais barreiras não tarifárias relacionadas à redução das emissões de gases de efeito estufa pela agricultura e adoção de práticas de baixo carbono.
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No Brasil, dados foram coletados na área experimental localizada na fazenda Agrícola Famosa, situada no município de Tibau-RN, com o objetivo de determinar a eficiência de sistemas de cultivo atualmente praticados (convencional) e conservacionistas, fundamentados no uso de adubação verde. No sistema convencional, o melão (Goldex) foi cultivado após a incorporação da vegetação espontânea, e no sistema conservacionista, após o tombamento ou incorporação da biomassa vegetal proveniente dos adubos verdes milho consorciado com braquiária e feijão guandu. O sistema de produto referente à produção de melão no Brasil abrangeu a produção em sistemas convencional e conservacionistas, considerando os seguintes processos: produção de sementes de adubos verdes e de melão, produção da biomassa de adubo verde, produção de mudas de melão, produção em campo de melão, embalagem e transporte do melão à Europa, bem como produção e transporte dos insumos para a área experimental. A etapa da pesquisa realizada nos Estados Unidos buscou determinar a eficiência do sistema de cultivo convencional atualmente praticado na fazenda experimental da UMass. Assim, esse sistema de produto abrangeu a produção de sementes e mudas de melão, produção em campo de melão, embalagem e transporte do melão, produção e transporte dos insumos para a área experimental da UMass. No Brasil, o melhor resultado de pegada de carbono foi do sistema conservacionista milho consorciado com braquiária com incorporação que gera uma pegada de carbono média de 647,82CO2-eq/t de melão, ao passo que a pegada do sistema convencional brasileiro é de 756,90 kg CO2-eq/t. No detalhamento dos processos, observa-se que a mudança do uso da terra e o transporte do melão do Porto do Pecém, CE, para o porto de Roterdam, na Holanda, são os processos que mais contribuem para a pegada de carbono do melão produzido no Brasil. Na mudança do uso da terra, devido ao crescente aumento de áreas produtoras de melão no Nordeste Brasileiro, incluindo o polo Jaguaribe-Açu, consideram-se as emissões referentes à transformação da terra com vegetação de caatinga para área produtora de melão. Nos EUA, a pegada é de 356 kg CO2-eq/t, sendo o processo de embalagem o que mais contribui com esse resultado. É importante salientar que o impacto da mudança do uso da terra não foi considerado nos EUA, em virtude de essa mudança ter ocorrido há mais de 20 anos na fazenda UMass. Conclui-se que, em termos de eficiência ambiental, o melhor resultado no Brasil ocorre no sistema conservacionista, demonstrando que a adubação verde incrementa a matéria orgânica no solo, reduzindo, consequentemente, a pegada de carbono. Para reduzir a pegada do melão brasileiro, tornando-o tão competitivo quanto o americano, deve-se realizar a produção de melão em áreas agrícolas com vegetação natural removida há mais de 20 anos. Os resultados desse trabalho subsidiam ações visando à melhoria da competitividade do melão brasileiro frente às potenciais barreiras não tarifárias relacionadas à redução das emissões de gases de efeito estufa pela agricultura e adoção de práticas de baixo carbono.Tese (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró. Orientador: Ebenézer De Oliveira Silva. Coorientador: Maria Clea Brito De FigueiredoVIVIANE DA SILVA BARROS, Universidade Federal Rural do Semi-Árido.BARROS, V. da S.2018-12-23T23:30:59Z2018-12-23T23:30:59Z2018-12-2020152018-12-23T23:30:59Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis120 p.2015http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1102276porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice)instname:Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)instacron:EMBRAPA2018-12-23T23:31:05Zoai:www.alice.cnptia.embrapa.br:doc/1102276Repositório InstitucionalPUBhttps://www.alice.cnptia.embrapa.br/oai/requestopendoar:21542018-12-23T23:31:05falseRepositório InstitucionalPUBhttps://www.alice.cnptia.embrapa.br/oai/requestcg-riaa@embrapa.bropendoar:21542018-12-23T23:31:05Repositório Institucional da EMBRAPA (Repository Open Access to Scientific Information from EMBRAPA - Alice) - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)false
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