Sintomas do trato urinário inferior e sexualidade: uma revisão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Auge, Antonio Pedro Flores
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Silva, Renata Santos Bittencourt, Leite, Ana Kober Nogueira, Gouvêa, Eduardo Sauerbronn, Genevcius, Raphael Fernando Fonseca, Pinto, Raphael de Oliveira, Roessle, Thiago Ricardo, Tozo, Imacolada Marino, Aoki, Tsutomu
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (Online)
Texto Completo: http://arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/view/339
Resumo: Introdução: A disfunção sexual pode ser entendida como sí­ndrome clí­nica, transitória ou permanente, caracterizada por queixas ou sintomas sexuais que resultam em insatisfação sexual. Apresenta elevada taxa de prevalência na população, tendendo a aumentar conforme a idade, sendo considerada importante problema de saúde da mulher. Seu diagnóstico é de suma relevância, uma vez que interfere na qualidade de vida, muitas vezes associada a questões de saúde geral, como a incontinência urinária (IU). O quanto esta interfere na saúde sexual é assunto que ainda merece a atenção dos pesquisadores, o que nos motivou ao desenvolvimento dessa revisão cientí­fica. Objetivo: Revisamos a literatura a respeito do impacto da IU sobre a sexualidade feminina por meio de pesquisa na base de dados PubMed, sem restrição de data, incluindo todos os artigos nas lí­nguas inglês, português e espanhol. As palavras-chave utilizadas foram urinary incontinece, sexual dysfunction, quality of life, coital incontinence e sexuality. Resultados e Discussão: A perda urinária durante o ato sexual tem grande influência na qualidade de vida sexual das mulheres. A prevalência desse problema é considerável, variando entre 10,6% e 36,2% das pacientes incontinentes. A presença de incontinência coital foi associada com pior escore de qualidade de vida em relação í s mulheres incontinentes que não apresentam perda í  relação sexual. As disfunções sexuais, nessa situação, podem ocorrer devido ao efeito psicológico sobre a paciente, que passa a adotar estratégias diversas para lidar com o problema. As principais medidas são a tentativa de omitir o problema e a diminuição da frequência da atividade sexual. A relação entre a perda urinária no ato sexual e o tipo de incontinência da paciente ainda é assunto controverso. Alguns estudos afirmam que a perda é mais comum entre as pacientes com incontinência por bexiga hiperativa e outros entre aquelas com incontinência urinária de esforço (IUE). Com relação ao tratamento, há autores que encontraram piora significativa da função sexual após o procedimento cirúrgico enquanto outros evidenciam piora em apenas 14% das pacientes. Ao comparar os tipos de procedimentos cirúrgicos, constatou-se que a cirurgia de Burch resulta em piora mais importante na função sexual do que as cirurgias de "Sling" e faixas sub-uretrais. Conclusões: Estudos sobre o impacto da IU na sexualidade feminina são escassos na literatura e importantes contribuições para o desenvolvimento de conhecimento e pesquisa. Pudemos nesta revisão concluir que a IU prejudica a sexualidade feminina em diversos aspectos, principalmente psicossociais, que culminam com a piora na qualidade do ato sexual e menor frequência de relações sexuais nas mulheres afetadas.Descritores: Sexualidade, Incontinência urinária, Disfunção sexual fisiológica, Disfunções sexuais psicogênicas, Qualidade de vida
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