Estratificação educacional e progressão escolar por série no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rios Neto, Eduardo Luiz Gonçalves
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: César, Cibele Comini, Riani, Juliana de Lucena Ruas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Fundação João Pinheiro
Texto Completo: http://repositorio.fjp.mg.gov.br/handle/123456789/118
Resumo: Este trabalho trata dos determinantes do desempenho escolar por meio da progressão em duas séries do ensino fundamental (progressões na 1ª e na 5ª série, uma vez que a 4ª série foi concluída). O trabalho faz uma decomposição do aumento dos anos médios de estudo para as várias coortes que entraram na escola entre 1945 e 1985. Essa decomposição foi feita utilizando o conceito de probabilidade de progressão escolar por série e mostra que as progressões na 1ª e na 5ª série explicam 79% dos ganhos nos anos de estudo no período. Essas duas progressões são, por sua vez, as variáveis dependentes na estimação de um modelo de regressão logística hierárquica. Para tanto, foram utilizados os microdados de 12 Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD) das décadas de 1980 e 1990. No primeiro nível de hierarquia foram incluídas as características socioeconômicas das famílias. No segundo, são incluídas variáveis agregadas do local onde a família mora, como a escolaridade média dos professores. O resultado mais importante é que a escolaridade da professora afeta positivamente o intercepto da progressão para a 1ª série e, negativamente, o coeficiente positivo da escolaridade da mãe. Em outras palavras, a escolaridade das professoras é substituto para a escolaridade das mães, mostrando que melhores professores aumentariam o nível e reduziriam a desigualdade na distribuição da educação no Brasil. No caso da progressão na 5ª série o impacto é positivo no intercepto, mas o impacto no coeficiente da escolaridade da mãe não é estatisticamente significativo.