REVISÃO SOBRE A OCORRÊNCIA E MIGRAÇÃO DE ORCAS (ORCINUS ORCA) EM ÁGUAS BRASILEIRAS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fabio, Luiz Carlos
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Menghini, Ricardo Palamar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Atas de Saúde Ambiental
Texto Completo: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1970
Resumo: Dentre os mamí­feros marinhos baleias e golfinhos (Cetacea), são os animais que melhor se adaptaram ao meio aquático. Ao ponto que ocupam uma ampla gama de posições na cadeia alimentar, como consumidores secundários ou predadores de topo, como a Orca (Orcinus orca). A orca é popularmente conhecida como Baleia Assassina (Killer Whale), é o maior representante da famí­lia Delphinidae, podendo atingir 8 m de comprimento e dentre os cetáceos é o mais cosmopolita de todos, ocorrendo em todos os mares e oceanos e sendo conhecida por avistamentos ocasionais em rios de água doce. Porém tendo uma ocorrência maior em águas frias, onde a produtividade das águas é maior. Esses animais vivem em unidades sociais estáveis chamadas Pods. Apesar de só ser descrita uma única espécie de orca (Orcinus orca), a mesma apresenta diversos ecótipos que são ecologicamente, geneticamente e morfologicamente distintos. Dentre os ecótipos de orcas, os mais estudados são aqueles que ocorrem nas águas do pacifico norte que são as residentes, as transientes e offshore, no atlântico norte é descrito os ecótipos tipo 1 e tipo 2 e na antártica as orcas tipo A, tipo B, tipo C e tipo D. No Brasil os históricos de ocorrência da espécie é em toda a costa exceto em águas da região norte. Os registros de ocorrência se dão principalmente de avistamentos esporádicos, encalhes ou relatos de interações com a pesca de espinhel. Nas águas do estado do Rio Janeiro, uma ocorrência sazonal de orcas foi comprovada e estudos descrevem que a organização social dessa espécie em águas brasileiras se assemelha muito a das orcas transientes que se alimentam de mamí­feros marinhos ao largo da Colúmbia Britânica, que tem sua organização social composta em grupos com números pequenos de indiví­duos e a ocorrência de indiví­duos machos que são encontrados solitários. Apenas um único individuo macho de orca é reconhecido e descrito na bibliografia brasileira por ter uma grande quantidade de avistamentos em águas da região sudeste brasileira entre 1999 até 2010. Interações com a pesca de espinhel com orcas em águas offshore são bem descritas em águas brasileiras, onde as orcas depredam principalmente atum, tubarão e peixe espada. Essas interações com espinhel representam uma das principais ameaças para conservação da espécie em águas brasileiras. Um estudo com telemetria satelital com orcas tipo B demonstrou que esses animais fazem rápidas migrações para águas do sul Brasil, acredita-se que essa migração rápida tem como finalidade uma adaptação fisiológica. Pouco se sabe sobre os padrões de ocorrência e migração das orcas no Brasil. É necessária uma intensificação de estudos com a ecologia, genética e monitoramento dessa espécie para um melhor entendimento da ocorrência e do papel ecológico dessa espécie em águas brasileira para a conservação e equilí­brio do ecossistema marinho.
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