HOMICÍDIOS E VIOLÊNCIA PRÉVIA CONTRA A MULHER EM PERNAMBUCO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Sheyla Carvalho de
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Oliveira, Conceição Maria de, Bonfim, Cristine Vieira do
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Baiana de Saúde Pública (Online)
Texto Completo: https://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/article/view/3113
Resumo: Os homicídios de mulheres são a forma mais extrema da violência contra a mulher. Os dados dos serviços de saúde são importantes para a caracterização da violência. O objetivo desta dissertação foi descrever os homicídios e os registros prévios de violência contra mulheres no estado de Pernambuco, no período de 2012 a 2016. Foram desenvolvidos estudos ecológico e transversal. No estudo ecológico foram calculadas taxas de mortalidade por município. O método bayesiano foi usado para suavizar as taxas e o diagrama de espalhamento de Moran para verificar autocorrelação espacial. O índice de Moran global foi de 0,6 (p = 0,01), indicando a existência de dependência espacial. O Moran Map identificou cinco áreas de maior risco para a ocorrência de homicídios, localizados principalmente na III Regional de Saúde (Zona da Mata Sul) e na IV Regional de Saúde (Agreste Central pernambucano). No estudo transversal foi realizado um linkage para identificar pares de registros no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O modelo de regressão logística e razão de chances foram utilizados para identificar fatores associados ao homicídio. No linkage foram identificados 121 pares verdadeiros de óbitos por agressão que tinham notificações prévias de violência no Sinan. A maior parte das vítimas eram maiores de 20 anos (n = 100; 82,64%), solteiras (n = 104; 88,89%), negras (n = 111; 91,70%), com menos de sete anos de estudo (n = 85; 80,95%). A violência prévia mais notificada foi do tipo física (n = 100; 65,79%), ocorridas na residência (n = 54; 66,70%), cometida por parceiro/ex-parceiro (n = 40; 51,95%). Os óbitos ocorreram no hospital/outros serviços de saúde (n = 50; 41,32%) e por meio de disparo de arma de fogo (n = 54; 44,63%). Os fatores associados ao homicídio foram residir em área rural, sofrer violência física e reincidência de violência, sendo este último o maior fator de risco para de homicídios. Quando há reincidência, a possibilidade de homicídio é 3,88 vezes maior quando comparada a somente um registro. Informações como estas podem ser usadas para auxiliar na formulação de políticas públicas de proteção e prevenção da violência contra a mulher. Palavras-chave: Homicídio. Violência contra a mulher. Sistemas de informação em saúde. Estatísticasvitais. Análise espacial.
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