Vegetação em afloramentos rochosos litorâneos perturbados por incêndios na Região Metropolitana Fluminense, Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aximoff, Izar Araujo
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Fraga, Claudio Nicoletti, Bovini, Massimo Giuseppe
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Biodiversidade Brasileira
Texto Completo: https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/536
Resumo: Um dos principais distúrbios com ocorrência nos afloramentos rochosos litorâneos fluminenses é o fogo, geralmente originado por ação antrópica. Considerando a diversidade vegetal elevada e restrita a cada montanha, o entendimento de como a vegetação rupícola responde a distúrbios que causam impactos diretos faz-se necessário para auxiliar na conservação desse ambiente. Este trabalho objetiva conhecer a composição e estrutura da vegetação de sítios recém-queimados sobre afloramentos rochosos litorâneos fluminenses, visando à discussão e sugestão de estratégias e de ações de proteção necessárias de serem promovidas pelas autoridades ambientais. Em quatro diferentes unidades de conservação foram analisados seis sítios, numa cronosseqüência de regeneração (2, 4, 5, 6, 30 e 96 meses após a última queimada), registrando-se a presença de 5, 6, 10, 12, 18 e 20 espécies. Em dois sítios que não queimaram, foram amostradas, respectivamente, 31 e 55 espécies. Os registros indicam que a ocorrência elevada de queimadas nos afloramentos rochosos é causada principalmente pela soltura de balões. A regeneração da cobertura vegetal nas áreas com menor tempo de regeneração foi devida às espécies que rebrotaram, como Alcantarea glaziouana, que foi a espécie mais importante (VI) em todos os sítios. O sítio com maior tempo de regeneração (96 meses) apresentou parâmetros como cobertura e composição de espécies similares aos sítios onde não há registro recente de incêndios. A forma de vida caméfita e o hábito herbáceo foram dominantes em todos os sítios, principalmente devido à dominância de A. glaziouana e Trilepis lhotzkiana, sendo mais frequente nos sítios queimados a espécie exótica invasora Megathyrsus maximum (capim colonião). Essa espécie deve ser manejada a fim de evitar novas ocorrências de incêndios. O rápido crescimento de A. glaziouana pode resultar em um aumento de sua dominância pós-fogo, o que, por outro lado, promove condições para o estabelecimento de outras espécies. Embora ocorra a regeneração da vegetação rupícola, espécies endêmicas e ameaçadas sensíveis à ação do fogo podem não estar sobrevivendo nesses afloramentos rochosos.
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