Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biodiversidade Brasileira |
Texto Completo: | https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038 |
Resumo: | As tartarugas marinhas são animais migratórios e o conhecimento de seus movimentos é vital para a definição de estratégias de manejo. Áreas principais de uso de quatro das cinco espécies que ocorrem no litoral brasileiro, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea, foram identificadas através da telemetria por satélite (n = 160 transmissores) e analisadas por meio do método State-Space Model. As áreas principais de uso identificadas corresponderam a 3% da distribuição total e localizaram-se, majoritariamente, na costa do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte; ao longo da margem leste da plataforma continental do Nordeste, até Salvador, Bahia; no sul da Bahia e Espírito Santo; na plataforma de São Paulo e no estuário do Rio de la Plata, entre o Uruguai e Argentina. Os movimentos das tartarugas intersectaram 89,6% das unidades de conservação marinhas consideradas (52 das 58 UCs), porém, apenas 21,5% das áreas principais de uso sobrepuseram unidades de conservação (UCs = 15). Dentre estas, se destacam: APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais e a APA Ponta da Baleia – Abrolhos, dada presença de áreas principais, utilizadas por duas ou três espécies. Os resultados evidenciam a importância das unidades de conservação, assim como apontam a necessidade de essas áreas adotarem medidas para a redução de ameaças, em especial a captura incidental por pescarias. Os resultados mostram também potencial para contribuir com análises de impactos ambientais de empreendimentos marinhos, dentro ou fora dos limites de unidades de conservação. |
id |
ICMBIO-1_bdbc98e2292d92d307e84543f4a97beb |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.icmbio.gov.br:article/2038 |
network_acronym_str |
ICMBIO-1 |
network_name_str |
Biodiversidade Brasileira |
repository_id_str |
|
spelling |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no BrasilIdentificación de Áreas Críticas para las Tortugas Marinas y su Relación con las Unidades de Conservación en BrasilIdentification of Critical Areas for Sea Turtles and their Relationship with Conservation Units in BrazilTartarugas MarinhasTelemetria por satéliteUnidades de Conservação MarinhasSea turtlessatellite trackingmarine protected areasTortugas marinastelemetría satelitalAs tartarugas marinhas são animais migratórios e o conhecimento de seus movimentos é vital para a definição de estratégias de manejo. Áreas principais de uso de quatro das cinco espécies que ocorrem no litoral brasileiro, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea, foram identificadas através da telemetria por satélite (n = 160 transmissores) e analisadas por meio do método State-Space Model. As áreas principais de uso identificadas corresponderam a 3% da distribuição total e localizaram-se, majoritariamente, na costa do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte; ao longo da margem leste da plataforma continental do Nordeste, até Salvador, Bahia; no sul da Bahia e Espírito Santo; na plataforma de São Paulo e no estuário do Rio de la Plata, entre o Uruguai e Argentina. Os movimentos das tartarugas intersectaram 89,6% das unidades de conservação marinhas consideradas (52 das 58 UCs), porém, apenas 21,5% das áreas principais de uso sobrepuseram unidades de conservação (UCs = 15). Dentre estas, se destacam: APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais e a APA Ponta da Baleia – Abrolhos, dada presença de áreas principais, utilizadas por duas ou três espécies. Os resultados evidenciam a importância das unidades de conservação, assim como apontam a necessidade de essas áreas adotarem medidas para a redução de ameaças, em especial a captura incidental por pescarias. Os resultados mostram também potencial para contribuir com análises de impactos ambientais de empreendimentos marinhos, dentro ou fora dos limites de unidades de conservação. Sea turtles are migratory animals, and the knowledge of their movements is vital for management strategies. High use areas for four of the five species that occur on the Brazilian coast, Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata and Dermochelys coriacea, were identified by satellite telemetry (n = 160 Platform Transmitter Terminal) and a state-space model was performed. High use areas corresponded to 3% of the total distribution identified here and were located mostly off Pará, Ceará and Rio Grande do Norte; along the eastern margin of the Northeastern continental shelf to Salvador, Bahia; off south of Bahia and Espírito Santo continental shelves; along the São Paulo continental shelf and in the estuary of the Rio de la Plata, between Uruguay and Argentina. The movements intersected 89.6% of the Marine protected areas (MPA) considered (52 of the 58 UCs), however, only 21.5% of the high use areas overlapped Marine Protected Areas (MPA = 15). Among these, the APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais and APA Ponta da Baleia – Abrolhos were the most relevant, given the presence of high use areas for two or three species. The results show the importance of Marine Protected Areas, as well, highlights the need of those areas integrates threats reduction measures, especially aiming the bycatch. The results also have the potential to contribute with the analysis of the environmental impacts of marine projects, located inside or outside the limits of Marine Protected Areas. Las tortugas marinas son animales migratorios y el conocimiento de sus movimientos es vital para definir estrategias de manejo. Las principales áreas de uso de cuatro de las cinco especies que ocurren en la costa brasileña, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata y Dermochelys coriacea, fueron identificadas por telemetría satelital (n = 160 transmisores) y analizadas mediante el método State Space Model. Las principales áreas de uso correspondieron al 3% de la distribución total identificada y se ubicaron, en su mayor parte, en la costa de los estados: Pará, Ceará y Rio Grande do Norte; a lo largo del margen oriental de la plataforma continental noreste hasta Salvador, Bahía; en el sur de Bahía y Espírito Santo; en la plataforma de São Paulo y en el estuario del Río de la Plata, entre Uruguay y Argentina. Los movimientos cruzaron el 89,6% de las unidades marinas de conservación consideradas (52 de las 58 UC), sin embargo, solo el 21,5% de las áreas de uso principal se superpusieron a las unidades de conservación (UC = 15). Entre estos, se destacan: APA Plataforma Continental de la Costa Norte, APA Costa dos Corais, APA de Arrecifes de Coral y APA Ponta da Baleia -Abrolhos, dada la presencia de áreas principales, utilizadas por dos o tres especies. Los resultados muestran la importancia de las unidades de conservación, así como señalan la necesidad de que estas áreas adopten medidas para reducir las amenazas, especialmente las capturas incidentales por parte de las pesquerías. Los resultados también muestran potencial para contribuir a los análisis de impactos ambientales de proyectos marinos, dentro o fuera de los límites de las unidades de conservación. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)2022-07-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/203810.37002/biobrasil.v12i4.2038Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 No. 4 (2022): Fluxo ContínuoBiodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 Núm. 4 (2022): Fluxo ContínuoBiodiversidade Brasileira - BioBrasil; v. 12 n. 4 (2022): Fluxo Contínuo2236-288610.37002/biobrasil.v12i4reponame:Biodiversidade Brasileirainstname:Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)instacron:ICMBIOporhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038/1401Copyright (c) 2022 Biodiversidade Brasileira - BioBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessAndrade dos Santos, JefersonColman, Liliana Poggio Santos, Armando José Barsante Bellini, Claudio Pizetta, Gabriella Tiradentes Weber, Marilda Inês Oliveira, Fábio Lira das Candeias Ramos, Renata Maria Arruda Santos, Erik Allan Pinheiro Dos 2022-07-22T14:58:31Zoai:ojs.icmbio.gov.br:article/2038Revistahttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBRPUBhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/oaifernanda.oliveto@icmbio.gov.br || katia.ribeiro@icmbio.gov.br2236-28862236-2886opendoar:2022-07-22T14:58:31Biodiversidade Brasileira - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil Identificación de Áreas Críticas para las Tortugas Marinas y su Relación con las Unidades de Conservación en Brasil Identification of Critical Areas for Sea Turtles and their Relationship with Conservation Units in Brazil |
title |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil |
spellingShingle |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil Andrade dos Santos, Jeferson Tartarugas Marinhas Telemetria por satélite Unidades de Conservação Marinhas Sea turtles satellite tracking marine protected areas Tortugas marinas telemetría satelital |
title_short |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil |
title_full |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil |
title_fullStr |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil |
title_full_unstemmed |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil |
title_sort |
Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil |
author |
Andrade dos Santos, Jeferson |
author_facet |
Andrade dos Santos, Jeferson Colman, Liliana Poggio Santos, Armando José Barsante Bellini, Claudio Pizetta, Gabriella Tiradentes Weber, Marilda Inês Oliveira, Fábio Lira das Candeias Ramos, Renata Maria Arruda Santos, Erik Allan Pinheiro Dos |
author_role |
author |
author2 |
Colman, Liliana Poggio Santos, Armando José Barsante Bellini, Claudio Pizetta, Gabriella Tiradentes Weber, Marilda Inês Oliveira, Fábio Lira das Candeias Ramos, Renata Maria Arruda Santos, Erik Allan Pinheiro Dos |
author2_role |
author author author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Andrade dos Santos, Jeferson Colman, Liliana Poggio Santos, Armando José Barsante Bellini, Claudio Pizetta, Gabriella Tiradentes Weber, Marilda Inês Oliveira, Fábio Lira das Candeias Ramos, Renata Maria Arruda Santos, Erik Allan Pinheiro Dos |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Tartarugas Marinhas Telemetria por satélite Unidades de Conservação Marinhas Sea turtles satellite tracking marine protected areas Tortugas marinas telemetría satelital |
topic |
Tartarugas Marinhas Telemetria por satélite Unidades de Conservação Marinhas Sea turtles satellite tracking marine protected areas Tortugas marinas telemetría satelital |
description |
As tartarugas marinhas são animais migratórios e o conhecimento de seus movimentos é vital para a definição de estratégias de manejo. Áreas principais de uso de quatro das cinco espécies que ocorrem no litoral brasileiro, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea, foram identificadas através da telemetria por satélite (n = 160 transmissores) e analisadas por meio do método State-Space Model. As áreas principais de uso identificadas corresponderam a 3% da distribuição total e localizaram-se, majoritariamente, na costa do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte; ao longo da margem leste da plataforma continental do Nordeste, até Salvador, Bahia; no sul da Bahia e Espírito Santo; na plataforma de São Paulo e no estuário do Rio de la Plata, entre o Uruguai e Argentina. Os movimentos das tartarugas intersectaram 89,6% das unidades de conservação marinhas consideradas (52 das 58 UCs), porém, apenas 21,5% das áreas principais de uso sobrepuseram unidades de conservação (UCs = 15). Dentre estas, se destacam: APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais e a APA Ponta da Baleia – Abrolhos, dada presença de áreas principais, utilizadas por duas ou três espécies. Os resultados evidenciam a importância das unidades de conservação, assim como apontam a necessidade de essas áreas adotarem medidas para a redução de ameaças, em especial a captura incidental por pescarias. Os resultados mostram também potencial para contribuir com análises de impactos ambientais de empreendimentos marinhos, dentro ou fora dos limites de unidades de conservação. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-07-22 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038 10.37002/biobrasil.v12i4.2038 |
url |
https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038 |
identifier_str_mv |
10.37002/biobrasil.v12i4.2038 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038/1401 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2022 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2022 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 No. 4 (2022): Fluxo Contínuo Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 Núm. 4 (2022): Fluxo Contínuo Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; v. 12 n. 4 (2022): Fluxo Contínuo 2236-2886 10.37002/biobrasil.v12i4 reponame:Biodiversidade Brasileira instname:Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) instacron:ICMBIO |
instname_str |
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) |
instacron_str |
ICMBIO |
institution |
ICMBIO |
reponame_str |
Biodiversidade Brasileira |
collection |
Biodiversidade Brasileira |
repository.name.fl_str_mv |
Biodiversidade Brasileira - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) |
repository.mail.fl_str_mv |
fernanda.oliveto@icmbio.gov.br || katia.ribeiro@icmbio.gov.br |
_version_ |
1797042399836372992 |