Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade dos Santos, Jeferson
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Colman, Liliana Poggio, Santos, Armando José Barsante, Bellini, Claudio, Pizetta, Gabriella Tiradentes, Weber, Marilda Inês, Oliveira, Fábio Lira das Candeias, Ramos, Renata Maria Arruda, Santos, Erik Allan Pinheiro Dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Biodiversidade Brasileira
Texto Completo: https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038
Resumo: As tartarugas marinhas são animais migratórios e o conhecimento de seus movimentos é vital para a definição de estratégias de manejo. Áreas principais de uso de quatro das cinco espécies que ocorrem no litoral brasileiro, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea, foram identificadas através da telemetria por satélite (n = 160 transmissores) e analisadas por meio do método State-Space Model. As áreas principais de uso identificadas corresponderam a 3% da distribuição total e localizaram-se, majoritariamente, na costa do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte; ao longo da margem leste da plataforma continental do Nordeste, até Salvador, Bahia; no sul da Bahia e Espírito Santo; na plataforma de São Paulo e no estuário do Rio de la Plata, entre o Uruguai e Argentina. Os movimentos das tartarugas intersectaram 89,6% das unidades de conservação marinhas consideradas (52 das 58 UCs), porém, apenas 21,5% das áreas principais de uso sobrepuseram unidades de conservação (UCs = 15). Dentre estas, se destacam: APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais e a APA Ponta da Baleia – Abrolhos, dada presença de áreas principais, utilizadas por duas ou três espécies. Os resultados evidenciam a importância das unidades de conservação, assim como apontam a necessidade de essas áreas adotarem medidas para a redução de ameaças, em especial a captura incidental por pescarias. Os resultados mostram também potencial para contribuir com análises de impactos ambientais de empreendimentos marinhos, dentro ou fora dos limites de unidades de conservação. 
id ICMBIO-1_bdbc98e2292d92d307e84543f4a97beb
oai_identifier_str oai:ojs.icmbio.gov.br:article/2038
network_acronym_str ICMBIO-1
network_name_str Biodiversidade Brasileira
repository_id_str
spelling Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no BrasilIdentificación de Áreas Críticas para las Tortugas Marinas y su Relación con las Unidades de Conservación en BrasilIdentification of Critical Areas for Sea Turtles and their Relationship with Conservation Units in BrazilTartarugas MarinhasTelemetria por satéliteUnidades de Conservação MarinhasSea turtlessatellite trackingmarine protected areasTortugas marinastelemetría satelitalAs tartarugas marinhas são animais migratórios e o conhecimento de seus movimentos é vital para a definição de estratégias de manejo. Áreas principais de uso de quatro das cinco espécies que ocorrem no litoral brasileiro, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea, foram identificadas através da telemetria por satélite (n = 160 transmissores) e analisadas por meio do método State-Space Model. As áreas principais de uso identificadas corresponderam a 3% da distribuição total e localizaram-se, majoritariamente, na costa do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte; ao longo da margem leste da plataforma continental do Nordeste, até Salvador, Bahia; no sul da Bahia e Espírito Santo; na plataforma de São Paulo e no estuário do Rio de la Plata, entre o Uruguai e Argentina. Os movimentos das tartarugas intersectaram 89,6% das unidades de conservação marinhas consideradas (52 das 58 UCs), porém, apenas 21,5% das áreas principais de uso sobrepuseram unidades de conservação (UCs = 15). Dentre estas, se destacam: APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais e a APA Ponta da Baleia – Abrolhos, dada presença de áreas principais, utilizadas por duas ou três espécies. Os resultados evidenciam a importância das unidades de conservação, assim como apontam a necessidade de essas áreas adotarem medidas para a redução de ameaças, em especial a captura incidental por pescarias. Os resultados mostram também potencial para contribuir com análises de impactos ambientais de empreendimentos marinhos, dentro ou fora dos limites de unidades de conservação. Sea turtles are migratory animals, and the knowledge of their movements is vital for management strategies. High use areas for four of the five species that occur on the Brazilian coast, Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata and Dermochelys coriacea, were identified by satellite telemetry (n = 160 Platform Transmitter Terminal) and a state-space model was performed. High use areas corresponded to 3% of the total distribution identified here and were located mostly off Pará, Ceará and Rio Grande do Norte; along the eastern margin of the Northeastern continental shelf to Salvador, Bahia; off south of Bahia and Espírito Santo continental shelves; along the São Paulo continental shelf and in the estuary of the Rio de la Plata, between Uruguay and Argentina. The movements intersected 89.6% of the Marine protected areas (MPA) considered (52 of the 58 UCs), however, only 21.5% of the high use areas overlapped Marine Protected Areas (MPA = 15). Among these, the APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais and APA Ponta da Baleia – Abrolhos were the most relevant, given the presence of high use areas for two or three species. The results show the importance of Marine Protected Areas, as well, highlights the need of those areas integrates threats reduction measures, especially aiming the bycatch. The results also have the potential to contribute with the analysis of the environmental impacts of marine projects, located inside or outside the limits of Marine Protected Areas. Las tortugas marinas son animales migratorios y el conocimiento de sus movimientos es vital para definir estrategias de manejo. Las principales áreas de uso de cuatro de las cinco especies que ocurren en la costa brasileña, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata y Dermochelys coriacea, fueron identificadas por telemetría satelital (n = 160 transmisores) y analizadas mediante el método State Space Model. Las principales áreas de uso correspondieron al 3% de la distribución total identificada y se ubicaron, en su mayor parte, en la costa de los estados: Pará, Ceará y Rio Grande do Norte; a lo largo del margen oriental de la plataforma continental noreste hasta Salvador, Bahía; en el sur de Bahía y Espírito Santo; en la plataforma de São Paulo y en el estuario del Río de la Plata, entre Uruguay y Argentina. Los movimientos cruzaron el 89,6% de las unidades marinas de conservación consideradas (52 de las 58 UC), sin embargo, solo el 21,5% de las áreas de uso principal se superpusieron a las unidades de conservación (UC = 15). Entre estos, se destacan: APA Plataforma Continental de la Costa Norte, APA Costa dos Corais, APA de Arrecifes de Coral y APA Ponta da Baleia -Abrolhos, dada la presencia de áreas principales, utilizadas por dos o tres especies. Los resultados muestran la importancia de las unidades de conservación, así como señalan la necesidad de que estas áreas adopten medidas para reducir las amenazas, especialmente las capturas incidentales por parte de las pesquerías. Los resultados también muestran potencial para contribuir a los análisis de impactos ambientales de proyectos marinos, dentro o fuera de los límites de las unidades de conservación. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)2022-07-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/203810.37002/biobrasil.v12i4.2038Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 No. 4 (2022): Fluxo ContínuoBiodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 Núm. 4 (2022): Fluxo ContínuoBiodiversidade Brasileira - BioBrasil; v. 12 n. 4 (2022): Fluxo Contínuo2236-288610.37002/biobrasil.v12i4reponame:Biodiversidade Brasileirainstname:Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)instacron:ICMBIOporhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038/1401Copyright (c) 2022 Biodiversidade Brasileira - BioBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessAndrade dos Santos, JefersonColman, Liliana Poggio Santos, Armando José Barsante Bellini, Claudio Pizetta, Gabriella Tiradentes Weber, Marilda Inês Oliveira, Fábio Lira das Candeias Ramos, Renata Maria Arruda Santos, Erik Allan Pinheiro Dos 2022-07-22T14:58:31Zoai:ojs.icmbio.gov.br:article/2038Revistahttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBRPUBhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/oaifernanda.oliveto@icmbio.gov.br || katia.ribeiro@icmbio.gov.br2236-28862236-2886opendoar:2022-07-22T14:58:31Biodiversidade Brasileira - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)false
dc.title.none.fl_str_mv Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
Identificación de Áreas Críticas para las Tortugas Marinas y su Relación con las Unidades de Conservación en Brasil
Identification of Critical Areas for Sea Turtles and their Relationship with Conservation Units in Brazil
title Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
spellingShingle Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
Andrade dos Santos, Jeferson
Tartarugas Marinhas
Telemetria por satélite
Unidades de Conservação Marinhas
Sea turtles
satellite tracking
marine protected areas
Tortugas marinas
telemetría satelital
title_short Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
title_full Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
title_fullStr Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
title_full_unstemmed Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
title_sort Identificação de Áreas Críticas para Tartarugas Marinhas e sua Relação com Unidades de Conservação no Brasil
author Andrade dos Santos, Jeferson
author_facet Andrade dos Santos, Jeferson
Colman, Liliana Poggio
Santos, Armando José Barsante
Bellini, Claudio
Pizetta, Gabriella Tiradentes
Weber, Marilda Inês
Oliveira, Fábio Lira das Candeias
Ramos, Renata Maria Arruda
Santos, Erik Allan Pinheiro Dos
author_role author
author2 Colman, Liliana Poggio
Santos, Armando José Barsante
Bellini, Claudio
Pizetta, Gabriella Tiradentes
Weber, Marilda Inês
Oliveira, Fábio Lira das Candeias
Ramos, Renata Maria Arruda
Santos, Erik Allan Pinheiro Dos
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Andrade dos Santos, Jeferson
Colman, Liliana Poggio
Santos, Armando José Barsante
Bellini, Claudio
Pizetta, Gabriella Tiradentes
Weber, Marilda Inês
Oliveira, Fábio Lira das Candeias
Ramos, Renata Maria Arruda
Santos, Erik Allan Pinheiro Dos
dc.subject.por.fl_str_mv Tartarugas Marinhas
Telemetria por satélite
Unidades de Conservação Marinhas
Sea turtles
satellite tracking
marine protected areas
Tortugas marinas
telemetría satelital
topic Tartarugas Marinhas
Telemetria por satélite
Unidades de Conservação Marinhas
Sea turtles
satellite tracking
marine protected areas
Tortugas marinas
telemetría satelital
description As tartarugas marinhas são animais migratórios e o conhecimento de seus movimentos é vital para a definição de estratégias de manejo. Áreas principais de uso de quatro das cinco espécies que ocorrem no litoral brasileiro, a saber: Caretta caretta, Lepidochelys olivacea, Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea, foram identificadas através da telemetria por satélite (n = 160 transmissores) e analisadas por meio do método State-Space Model. As áreas principais de uso identificadas corresponderam a 3% da distribuição total e localizaram-se, majoritariamente, na costa do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte; ao longo da margem leste da plataforma continental do Nordeste, até Salvador, Bahia; no sul da Bahia e Espírito Santo; na plataforma de São Paulo e no estuário do Rio de la Plata, entre o Uruguai e Argentina. Os movimentos das tartarugas intersectaram 89,6% das unidades de conservação marinhas consideradas (52 das 58 UCs), porém, apenas 21,5% das áreas principais de uso sobrepuseram unidades de conservação (UCs = 15). Dentre estas, se destacam: APA Plataforma Continental do Litoral Norte, APA Costa dos Corais, APA dos Recifes de Corais e a APA Ponta da Baleia – Abrolhos, dada presença de áreas principais, utilizadas por duas ou três espécies. Os resultados evidenciam a importância das unidades de conservação, assim como apontam a necessidade de essas áreas adotarem medidas para a redução de ameaças, em especial a captura incidental por pescarias. Os resultados mostram também potencial para contribuir com análises de impactos ambientais de empreendimentos marinhos, dentro ou fora dos limites de unidades de conservação. 
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-07-22
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038
10.37002/biobrasil.v12i4.2038
url https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038
identifier_str_mv 10.37002/biobrasil.v12i4.2038
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/2038/1401
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2022 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2022 Biodiversidade Brasileira - BioBrasil
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
publisher.none.fl_str_mv Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
dc.source.none.fl_str_mv Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 No. 4 (2022): Fluxo Contínuo
Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; Vol. 12 Núm. 4 (2022): Fluxo Contínuo
Biodiversidade Brasileira - BioBrasil; v. 12 n. 4 (2022): Fluxo Contínuo
2236-2886
10.37002/biobrasil.v12i4
reponame:Biodiversidade Brasileira
instname:Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)
instacron:ICMBIO
instname_str Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)
instacron_str ICMBIO
institution ICMBIO
reponame_str Biodiversidade Brasileira
collection Biodiversidade Brasileira
repository.name.fl_str_mv Biodiversidade Brasileira - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)
repository.mail.fl_str_mv fernanda.oliveto@icmbio.gov.br || katia.ribeiro@icmbio.gov.br
_version_ 1797042399836372992