Germinação e adaptações metabólicas e morfo-anatômicas em plântulas de Himatanthus sucuuba (Spruce) Wood, de ambientes de Várzea e terra firme na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Cristiane da Silva
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12785
Resumo: Himatanthus sucuuba é uma espécie arbórea, de reputado valor fitoterápico, que ocorre tanto em ecossistemas de várzea (VZ) como em terra firme (TF) na Amazônia Central. Este trabalho objetivou determinar a presença de adaptações dessa espécie a inundação periódica. Para tanto, realizaram-se testes de germinação, e formação de plântulas que foram posteriormente submetidas a inundação experimental, por um período de 120 dias. Durante este período foram verificadas alterações na anatomia, morfologia e atividade da enzima desidrogenase alcoólica (ADH). As taxas de germinação foram determinadas, colocando as sementes para germinar em diferentes substratos: a) areia+serragem, cujas taxas de germinação foram 94% (VZ) e 91% (TF) respectivamente. Das sementes germinadas provenientes das duas áreas 100% produziram plântulas; b) água, cujas taxas de germinação foram 98% (VZ) e 64% (TF) respectivamente. Das sementes provenientes da várzea 84% formaram plântulas, enquanto que as da terra firme apresentaram deterioração da radícula, antes de originarem plântulas. Após 90 dias da germinação as plântulas oriundas de sementes dos dois ambientes foram submetidas ao experimento de inundação com os seguintes tratamentos: controle (C); submersão parcial (PA) e submersão total (TA). As análises anatômicas não mostraram diferenças na organização da estrutura básica dos tecidos de folhas e raízes entre as plântulas oriundas da VZ e TF. O aumento do número de estômatos e a formação de aerênquimas foram observados após o início do experimento, independente do ambiente de origem e do tratamento de alagamento. Sob submersão parcial, as plântulas apresentaram aumento na atividade da ADH no 15º dia de imposição aos tratamentos. O alagamento parcial induziu a formação de raízes adventícias e lenticelas hipertrofiadas. Neste tratamento o comportamento da atividade da ADH foi semelhante nas plântulas dos dois ambientes (VZ ou TF), apresentando um decréscimo a partir do 60º dia. As plântulas sob submersão total não evidenciaram a formação dos caracteres morfológicos, entretanto, verificou-se a presença de grandes aerênquimas. Neste tratamento, as plântulas oriundas de ambientes de terra firme não toleraram o longo período de submersão, apresentando acentuado decréscimo na atividade da ADH a partir do 30º dia de experimentação e taxa de mortalidade de 100% ao final dos 120 dias. Neste mesmo tratamento foram verificados, para as plântulas de sementes oriundas da várzea, os maiores valores na atividade da ADH, os quais permaneceram altos até o término do experimento. Sugere-se uma maior adaptação das sementes oriundas da várzea ao prolongado estresse de inundação, que pode ir além de caracteres apenas ligados à plasticidade fenotípica.
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