Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2006 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222006000300003 |
Resumo: | O 'benzimento' é forma antiga no tratamento de várias doenças, utilizada na Europa desde a Idade Média. No Brasil, os benzedores surgiram a partir do século XVII. Interpretações dos conhecimentos, uso tradicional dos recursos vegetais e manejo realizado por benzedores, raizeiros e parteiras são fonte de pesquisa nos estudos etnobotânicos. Benzedores indicam plantas para efeito de cura ou como amuletos protetores, com a presença destas formas de uso da flora na cultura popular. Este estudo foi realizado em Juruena, Mato Grosso, com aplicação de técnicas de observação participante, entrevistas semi-estruturadas (questões abertas/fechadas) gravadas e amostras intencionais e a realizção de coleta de material botânico, depositado no Herbário da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Teve o objetivo de compreender a importância das benzedeiras, identificar etnobotanicamente as plantas utilizadas, formas de prescrição e manipulação. Foram entrevistadas quatro benzedeiras no período de setembro de 2002 a novembro de 2003, as quais demonstraram um conhecimento etnobotânico expressivo. Estas benzem, preparam e receitam chás, garrafadas, banhos e ungüentos. As enfermidades tratadas foram agrupadas em duas categorias: doenças físicas (dorde-dente, dor-de-barriga, verminoses, cobreiro, arca-caída, rendidura, erisipela etc) e doenças espirituais (quebranto, mau-olhado, pessoas carregadas, encosto). Foram relatadas 87 etnoespécies, distribuídas em 31 famílias botânicas, dentre as quais se salientam erva-de-Santa-Maria (Chenopodium ambrosioides L.), chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus MIq.), quina-do-mato (Strychnos sp St.Hil.), ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo), arruda (Ruta graveolens L.), guiné (Petiveria alliacea L.) e comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta L). A medicina popular praticada pelas benzedeiras vem ao encontro dos anseios das pessoas que buscam alívio para seus males, com valores e herança cultural inseridos nesta prática de benzimento, que se mantém viva em Juruena |
id |
MPEG-2_9131030f4cc06df24ae362a3258aed83 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S1981-81222006000300003 |
network_acronym_str |
MPEG-2 |
network_name_str |
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas |
repository_id_str |
|
spelling |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curarEtnobotânicaBenzedeirasRecursos vegetaisMato GrossoO 'benzimento' é forma antiga no tratamento de várias doenças, utilizada na Europa desde a Idade Média. No Brasil, os benzedores surgiram a partir do século XVII. Interpretações dos conhecimentos, uso tradicional dos recursos vegetais e manejo realizado por benzedores, raizeiros e parteiras são fonte de pesquisa nos estudos etnobotânicos. Benzedores indicam plantas para efeito de cura ou como amuletos protetores, com a presença destas formas de uso da flora na cultura popular. Este estudo foi realizado em Juruena, Mato Grosso, com aplicação de técnicas de observação participante, entrevistas semi-estruturadas (questões abertas/fechadas) gravadas e amostras intencionais e a realizção de coleta de material botânico, depositado no Herbário da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Teve o objetivo de compreender a importância das benzedeiras, identificar etnobotanicamente as plantas utilizadas, formas de prescrição e manipulação. Foram entrevistadas quatro benzedeiras no período de setembro de 2002 a novembro de 2003, as quais demonstraram um conhecimento etnobotânico expressivo. Estas benzem, preparam e receitam chás, garrafadas, banhos e ungüentos. As enfermidades tratadas foram agrupadas em duas categorias: doenças físicas (dorde-dente, dor-de-barriga, verminoses, cobreiro, arca-caída, rendidura, erisipela etc) e doenças espirituais (quebranto, mau-olhado, pessoas carregadas, encosto). Foram relatadas 87 etnoespécies, distribuídas em 31 famílias botânicas, dentre as quais se salientam erva-de-Santa-Maria (Chenopodium ambrosioides L.), chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus MIq.), quina-do-mato (Strychnos sp St.Hil.), ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo), arruda (Ruta graveolens L.), guiné (Petiveria alliacea L.) e comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta L). A medicina popular praticada pelas benzedeiras vem ao encontro dos anseios das pessoas que buscam alívio para seus males, com valores e herança cultural inseridos nesta prática de benzimento, que se mantém viva em JuruenaMCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi2006-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222006000300003Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas v.1 n.3 2006reponame:Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanasinstname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)instacron:MPEG10.1590/S1981-81222006000300003info:eu-repo/semantics/openAccessMaciel,Márcia Regina AntunesGuarim Neto,Germanopor2011-04-01T00:00:00Zoai:scielo:S1981-81222006000300003Revistahttps://www.scielo.br/j/bgoeldi/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpboletim.humanas@museu-goeldi.br||boletim.humanas@museu-goeldi.br1981-81222178-2547opendoar:2011-04-01T00:00Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
title |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
spellingShingle |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar Maciel,Márcia Regina Antunes Etnobotânica Benzedeiras Recursos vegetais Mato Grosso |
title_short |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
title_full |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
title_fullStr |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
title_full_unstemmed |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
title_sort |
Um olhar sobre as benzedeiras de Juruena (Mato Grosso, Brasil) e as plantas usadas para benzer e curar |
author |
Maciel,Márcia Regina Antunes |
author_facet |
Maciel,Márcia Regina Antunes Guarim Neto,Germano |
author_role |
author |
author2 |
Guarim Neto,Germano |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Maciel,Márcia Regina Antunes Guarim Neto,Germano |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Etnobotânica Benzedeiras Recursos vegetais Mato Grosso |
topic |
Etnobotânica Benzedeiras Recursos vegetais Mato Grosso |
description |
O 'benzimento' é forma antiga no tratamento de várias doenças, utilizada na Europa desde a Idade Média. No Brasil, os benzedores surgiram a partir do século XVII. Interpretações dos conhecimentos, uso tradicional dos recursos vegetais e manejo realizado por benzedores, raizeiros e parteiras são fonte de pesquisa nos estudos etnobotânicos. Benzedores indicam plantas para efeito de cura ou como amuletos protetores, com a presença destas formas de uso da flora na cultura popular. Este estudo foi realizado em Juruena, Mato Grosso, com aplicação de técnicas de observação participante, entrevistas semi-estruturadas (questões abertas/fechadas) gravadas e amostras intencionais e a realizção de coleta de material botânico, depositado no Herbário da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Teve o objetivo de compreender a importância das benzedeiras, identificar etnobotanicamente as plantas utilizadas, formas de prescrição e manipulação. Foram entrevistadas quatro benzedeiras no período de setembro de 2002 a novembro de 2003, as quais demonstraram um conhecimento etnobotânico expressivo. Estas benzem, preparam e receitam chás, garrafadas, banhos e ungüentos. As enfermidades tratadas foram agrupadas em duas categorias: doenças físicas (dorde-dente, dor-de-barriga, verminoses, cobreiro, arca-caída, rendidura, erisipela etc) e doenças espirituais (quebranto, mau-olhado, pessoas carregadas, encosto). Foram relatadas 87 etnoespécies, distribuídas em 31 famílias botânicas, dentre as quais se salientam erva-de-Santa-Maria (Chenopodium ambrosioides L.), chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus MIq.), quina-do-mato (Strychnos sp St.Hil.), ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo), arruda (Ruta graveolens L.), guiné (Petiveria alliacea L.) e comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta L). A medicina popular praticada pelas benzedeiras vem ao encontro dos anseios das pessoas que buscam alívio para seus males, com valores e herança cultural inseridos nesta prática de benzimento, que se mantém viva em Juruena |
publishDate |
2006 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2006-12-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222006000300003 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222006000300003 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S1981-81222006000300003 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi |
publisher.none.fl_str_mv |
MCTI/Museu Paraense Emílio Goeldi |
dc.source.none.fl_str_mv |
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas v.1 n.3 2006 reponame:Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas instname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) instacron:MPEG |
instname_str |
Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) |
instacron_str |
MPEG |
institution |
MPEG |
reponame_str |
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas |
collection |
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas |
repository.name.fl_str_mv |
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) |
repository.mail.fl_str_mv |
boletim.humanas@museu-goeldi.br||boletim.humanas@museu-goeldi.br |
_version_ |
1752128741862014976 |