"O tempo da fábrica" - o disciplinamento dos trabalhadores da indústria pesqueira, Belém-Pa - um estudo de caso.

• Autor(a) principal: Aviz, Adriana de
• Data de Publicação: 1996
• Outros Autores: Nascimento, Maria Ivete
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1709
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; Pescadores; Tempo; Trabalho

Este plano de trabalho está inserido no Projeto "Recursos Naturais e Antropologia das Populações Marítimas, Ribeirinhas e Lacustres da Amazônia; Estudo da Relação do Homem com o seu Meio Ambiente"- RENAS. O objeto deste nosso estudo é o disciplinamento da força de trabalho na indústria pesqueira paraense, e para a realização deste, foram utilizados dois conceitos, um é o "Tempo da Natureza", característico das sociedades de agricultores e pescadores tradicionais e o outro é o "Tempo do Relógio", relacionado à concepção do labormodemo baseado na disciplina fabril, nas sociedades urbanas e industriais, que foi instaurado pelo capitalismo em meados do século XVIII com a Revolução Industrial na Inglaterra. No Pará, o pólo industrial pesqueiro concentra-se no eixo Belém-Distrito de Icoaraci o qual se volta à captura e beneficiamento do camarão e da piramutaba, cujo destino é a exportação. Na fábrica de pescado, o processo produtivo é realizado em dois setores: na produção (mar) e no beneficiamento (terra), trazendo como consequência graus de disciplinamento diferentes para os trabalhadores. Por outro lado, estes tentam criar mecanismos para resistirem ao controle de seu próprio tempo, onde as faltas e atrasos são severamente punidos pelos patrões. A metodologia utilizada neste estudo consiste na observação direta e as técnicas de coleta usadas foram os relatos orais, entrevistas abertas com trabalhadores do beneficiamento e da produção como patrões de pesca, motoristas de pesca, cozinheiros, etc., sindicatos e outros segmentos envolvidos na questão.