ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS DA PESCA ARTESANAL EM LUIS ALVES DO ARAGUAIA-GOIÁS.

• Autor(a) principal: Miguel, Cristianne Borges
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
• Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/2140
• topic: pesca artesanal; isca-viva; pesca amadora; pesca esportiva; Rio Araguaia; artisanal fishing; live bait; amateur fishing; sport fishing; Araguaia River; CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::RECURSOS PESQUEIROS E ENGENHARIA DE PESCA::AQUICULTURA

A pesca artesanal praticada no povoado de Luis Alves é uma atividade essencial para uma população com cerca de 300 pescadores ligados diretamente à prática pesqueira e ao turismo regional. Devido a restrições legais de cota e comércio na pesca em Goiás, o pescador tem a necessidade de desenvolver novos meios de agregar valor à renda familiar utilizando os recursos do rio. Assim, o objetivo deste trabalho é compreender a dinâmica da atividade pesqueira exercida pelos pescadores artesanais do Povoado de Luis Alves do Araguaia, através do levantamento sistemático do perfil sócio-econômico e ambiental do pescador artesanal e da prática pesqueira de iscas vivas, a fim de subsidiar propostas de manejos e ordenamento, e contribuir para a gestão sustentável dos recursos naturais do rio. Foram entrevistados 88 pescadores artesanais residentes no povoado de Luiz Alves que se dispuseram a participar da pesquisa. Os resultados demonstram a importância social, econômica e ambiental da pesca artesanal como fonte de proteína na alimentação, interação entre as atividades de pesca e turismo, alternativa de emprego, renda e sobrevivência durante todo o ano para os pescadores artesanais da região. Os pescadores, além da pesca de subsistência, também praticam e consideram a atividade de Guia de Pesca como referência de profissão, sendo que esta contribui com a maior parte da renda anual. Foram observados conflitos ao longo desse estudo entre os pescadores e a legislação ambiental vigente, tais como: locais de captura do pescado, petrechos de pesca para coleta de iscas (tarrafa), captura de peixes protegidos e comercialização do pescado. Há consenso entre os pescadores de que a manutenção da integridade do ecossistema do rio Araguaia é fundamental para qualquer tipo de iniciativa que vise a sua exploração. O pescador tem a percepção que o desenvolvimento da pesca deve ser realizado em bases sustentáveis, a exemplo, o interesse demonstrado em promover ações conjuntas com os órgãos gestores; trabalhar de forma legalizada; incentivar a pesca esportiva; preservar os reprodutores, produzir iscas para povoamento dos rios se necessário e atender a demanda dos pescadores esportivos, diminuindo a pressão do estoque pesqueiro além da adoção de cota zero para transporte. Os resultados sugerem que a conservação dos estoques pesqueiros e o uso sustentado do recurso não deve ser uma atribuição apenas dos pescadores, mas realizada de modo compartilhado com da sociedade de modo geral, envolvendo a comunidade, os setores privados, organizações governamentais e não governamentais e demais atores envolvidos a fim de promover a execução de um Plano de Gestão para a Área de Preservação Ambiental Meandros do Rio Araguaia.