Paisagens com desassossego

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Renato Cordeiro
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Scripta
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/10148
Resumo: O artigo busca ler a representação de Lisboa no Livro do desassossego,de Bernardo Soares (Fernando Pessoa), para verificar como éengendrada a legibilidade da cidade, a presença mais encorpada no livro,q ue o sujeito "narrador" vê da janela do seu quarto da rua dosDouradores. Em oposição à geometria da Baixa Pombalina, o eu fragmentado,nesse espaço da exclusão voluntária, lê a cidade como lugardo desassossego do homem moderno, desligado da experiência da tradição.Em desconti nuidade com o espaço urbano racionalizado, o sujeitobusca sentidos para o sonho e faz paisagens com o que sente. Colocandoa cidade além do bem e do mal, para usar a idéia de Carl SchorskeCA idéia de cidade no pensamento europeu de Voltaire a Spengler"),o eu enfrenta a realidade urbana em termos subjetivos e podedeclarar: ''A minha consciência da cidade é, por dentro, a minha consciênciade mim". A questão se proj eta nos dois poemas "Lisbon revisited",de Álvaro de Campos.