Complexos de metais do grupo VIII na terapêutica antitumoral: passado, presente e futuro

• Autor(a) principal: Lopes, Ana Isabel Figueiredo
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/17797
• topic: Cancro; Terapêutica anticancerígena; Metal; Compostos de ruténio; Compostos de ósmio; Compostos de ferro; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Outras Ciências Médicas

O cancro, caracterizado por um crescimento celular desregulado, é atualmente uma das principais causas de morte no mundo. Devido à diversidade, quer de mecanismos de crescimento, quer de locais alvo, o tratamento do cancro continua a ser um desafio para a comunidade científica. Desde a descoberta acidental da cisplatina como agente antitumoral, diversos grupos de investigação têm-se debruçado sobre o desenvolvimento de novos compostos de coordenação com potencial antineoplásico. Os compostos de ferro, um metal essencial em sistemas biológicos, apresentam um mecanismo de ação associado a reações redox envolvendo o par Fe(II)/Fe(III). A perturbação de diversos equilíbrios redox ou a promoção de uma reação redox que por um mecanismo radicalar possa dar origem a danos irreparáveis em diferentes biomoléculas faz deste metal um candidato no desenvolvimento de complexos com ação citotóxica como é já o caso do complexo Fe-bleomicina. Os compostos de ruténio têm demonstrado beneficiar de características que os tornam promissores agentes antitumorais, pela riqueza das suas propriedades químicas, conquistando, atualmente, um papel importante na investigação de terapêuticas contra o cancro. Estes compostos destacam-se pela reduzida toxicidade, boa tolerância in vivo e pelos diferentes mecanismos de ação, contando já com dois complexos usados em ensaios clínicos em humanos, NAMI-A e KP1019/NKP1339. Por fim, estudos recentes mostram que o ósmio apresenta reatividade química e os seus complexos podem ser ajustados pela escolha do seu estado de oxidação, dos ligandos e da geometria de coordenação e estereoquímica, abrindo assim uma ampla gama de novas aplicações biológicas e médicas. A terapêutica antitumoral com recurso a estes complexos pode ter diversos mecanismos de ação e alvos, incluindo interações com o ADN, atividade redox e inibição de proteínas. A presente dissertação centra-se nas potencialidades dos complexos de metais do grupo VIII na terapêutica antitumoral. É efetuada uma revisão bibliográfica aprofundada e crítica dos resultados obtidos em diversos estudos que envolveram ou envolvem complexos dos três metais deste grupo.