A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/6782 |
Resumo: | A secção de crime dos noticiários não só é tradicional no jornalismo moderno como diferencia os jornalismos de referência e popular. O regime analítico cartesiano preponderante na racionalidade moderna esquadrinha a realidade de forma vertical e horizontal. O crime é colocado em baixo, como se fosse socialmente irrelevante, e do lado popular, como se as classes dominantes lhe fossem alheias. Os jornalistas cumprem a sua função o melhor que podem; condicionados porém pela especialização das secções e pelos tabus modernos, de que é exemplo o crime. Uma das consequências dessa situação é o tratamento moralista e irrealista da vida, com alheamento das responsabilidades sociais perante as pessoas afectadas pela criminalização, branqueando as responsabilidades dos interesses dominantes no mundo do crime. Tais constrangimentos estruturais à liberdade de expressão devem ser explicados com recurso à crítica dos efeitos práticos do uso das teorias sociais, também elas limitadas nas suas análises cartesianas. |
id |
RCAP_06153b59a953465cce539c7b47404cb0 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/6782 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vidaCrimeMediaSabedoriaDiscurso únicoAnáliseA secção de crime dos noticiários não só é tradicional no jornalismo moderno como diferencia os jornalismos de referência e popular. O regime analítico cartesiano preponderante na racionalidade moderna esquadrinha a realidade de forma vertical e horizontal. O crime é colocado em baixo, como se fosse socialmente irrelevante, e do lado popular, como se as classes dominantes lhe fossem alheias. Os jornalistas cumprem a sua função o melhor que podem; condicionados porém pela especialização das secções e pelos tabus modernos, de que é exemplo o crime. Uma das consequências dessa situação é o tratamento moralista e irrealista da vida, com alheamento das responsabilidades sociais perante as pessoas afectadas pela criminalização, branqueando as responsabilidades dos interesses dominantes no mundo do crime. Tais constrangimentos estruturais à liberdade de expressão devem ser explicados com recurso à crítica dos efeitos práticos do uso das teorias sociais, também elas limitadas nas suas análises cartesianas.In modern rationality, the prevailing Cartesian method of analysis scans reality vertically and horizontally, placing crime, in the process, on a low scale, as if it were socially irrelevant, and on the popular side, as if it didn’t touch the dominant classes. Journalists accomplish their tasks to the best of their ability /as well as they can; however, their work is constrained by the specializing of news sections and by modern taboos, such as crime. As a result, life is handled and portrayed in a moralistic and unrealistic manner, disregarding social responsibilities towards those affected by criminalization and whitewashing the responsibilities of the dominant classes / key players in the world of crime. These structural constraints to the freedom of expression must be explained by critically viewing /analysing the practical effect of applying social theories, since they, too, are limited in their Cartesian analysis.Associação Angolana de Sociologia2014-03-26T15:36:28Z2013-06-01T00:00:00Z2013-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/6782porDores, António Pedroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:55:54Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/6782Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:28:35.217969Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
title |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
spellingShingle |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida Dores, António Pedro Crime Media Sabedoria Discurso único Análise |
title_short |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
title_full |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
title_fullStr |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
title_full_unstemmed |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
title_sort |
A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida |
author |
Dores, António Pedro |
author_facet |
Dores, António Pedro |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Dores, António Pedro |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Crime Media Sabedoria Discurso único Análise |
topic |
Crime Media Sabedoria Discurso único Análise |
description |
A secção de crime dos noticiários não só é tradicional no jornalismo moderno como diferencia os jornalismos de referência e popular. O regime analítico cartesiano preponderante na racionalidade moderna esquadrinha a realidade de forma vertical e horizontal. O crime é colocado em baixo, como se fosse socialmente irrelevante, e do lado popular, como se as classes dominantes lhe fossem alheias. Os jornalistas cumprem a sua função o melhor que podem; condicionados porém pela especialização das secções e pelos tabus modernos, de que é exemplo o crime. Uma das consequências dessa situação é o tratamento moralista e irrealista da vida, com alheamento das responsabilidades sociais perante as pessoas afectadas pela criminalização, branqueando as responsabilidades dos interesses dominantes no mundo do crime. Tais constrangimentos estruturais à liberdade de expressão devem ser explicados com recurso à crítica dos efeitos práticos do uso das teorias sociais, também elas limitadas nas suas análises cartesianas. |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013-06-01T00:00:00Z 2013-06 2014-03-26T15:36:28Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10071/6782 |
url |
http://hdl.handle.net/10071/6782 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Angolana de Sociologia |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Angolana de Sociologia |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134848053411840 |