A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dores, António Pedro
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/6782
Resumo: A secção de crime dos noticiários não só é tradicional no jornalismo moderno como diferencia os jornalismos de referência e popular. O regime analítico cartesiano preponderante na racionalidade moderna esquadrinha a realidade de forma vertical e horizontal. O crime é colocado em baixo, como se fosse socialmente irrelevante, e do lado popular, como se as classes dominantes lhe fossem alheias. Os jornalistas cumprem a sua função o melhor que podem; condicionados porém pela especialização das secções e pelos tabus modernos, de que é exemplo o crime. Uma das consequências dessa situação é o tratamento moralista e irrealista da vida, com alheamento das responsabilidades sociais perante as pessoas afectadas pela criminalização, branqueando as responsabilidades dos interesses dominantes no mundo do crime. Tais constrangimentos estruturais à liberdade de expressão devem ser explicados com recurso à crítica dos efeitos práticos do uso das teorias sociais, também elas limitadas nas suas análises cartesianas.
id RCAP_06153b59a953465cce539c7b47404cb0
oai_identifier_str oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/6782
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vidaCrimeMediaSabedoriaDiscurso únicoAnáliseA secção de crime dos noticiários não só é tradicional no jornalismo moderno como diferencia os jornalismos de referência e popular. O regime analítico cartesiano preponderante na racionalidade moderna esquadrinha a realidade de forma vertical e horizontal. O crime é colocado em baixo, como se fosse socialmente irrelevante, e do lado popular, como se as classes dominantes lhe fossem alheias. Os jornalistas cumprem a sua função o melhor que podem; condicionados porém pela especialização das secções e pelos tabus modernos, de que é exemplo o crime. Uma das consequências dessa situação é o tratamento moralista e irrealista da vida, com alheamento das responsabilidades sociais perante as pessoas afectadas pela criminalização, branqueando as responsabilidades dos interesses dominantes no mundo do crime. Tais constrangimentos estruturais à liberdade de expressão devem ser explicados com recurso à crítica dos efeitos práticos do uso das teorias sociais, também elas limitadas nas suas análises cartesianas.In modern rationality, the prevailing Cartesian method of analysis scans reality vertically and horizontally, placing crime, in the process, on a low scale, as if it were socially irrelevant, and on the popular side, as if it didn’t touch the dominant classes. Journalists accomplish their tasks to the best of their ability /as well as they can; however, their work is constrained by the specializing of news sections and by modern taboos, such as crime. As a result, life is handled and portrayed in a moralistic and unrealistic manner, disregarding social responsibilities towards those affected by criminalization and whitewashing the responsibilities of the dominant classes / key players in the world of crime. These structural constraints to the freedom of expression must be explained by critically viewing /analysing the practical effect of applying social theories, since they, too, are limited in their Cartesian analysis.Associação Angolana de Sociologia2014-03-26T15:36:28Z2013-06-01T00:00:00Z2013-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/6782porDores, António Pedroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:55:54Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/6782Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:28:35.217969Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
title A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
spellingShingle A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
Dores, António Pedro
Crime
Media
Sabedoria
Discurso único
Análise
title_short A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
title_full A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
title_fullStr A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
title_full_unstemmed A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
title_sort A análise jornalística torna irreconhecível a densidade da vida
author Dores, António Pedro
author_facet Dores, António Pedro
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Dores, António Pedro
dc.subject.por.fl_str_mv Crime
Media
Sabedoria
Discurso único
Análise
topic Crime
Media
Sabedoria
Discurso único
Análise
description A secção de crime dos noticiários não só é tradicional no jornalismo moderno como diferencia os jornalismos de referência e popular. O regime analítico cartesiano preponderante na racionalidade moderna esquadrinha a realidade de forma vertical e horizontal. O crime é colocado em baixo, como se fosse socialmente irrelevante, e do lado popular, como se as classes dominantes lhe fossem alheias. Os jornalistas cumprem a sua função o melhor que podem; condicionados porém pela especialização das secções e pelos tabus modernos, de que é exemplo o crime. Uma das consequências dessa situação é o tratamento moralista e irrealista da vida, com alheamento das responsabilidades sociais perante as pessoas afectadas pela criminalização, branqueando as responsabilidades dos interesses dominantes no mundo do crime. Tais constrangimentos estruturais à liberdade de expressão devem ser explicados com recurso à crítica dos efeitos práticos do uso das teorias sociais, também elas limitadas nas suas análises cartesianas.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-06-01T00:00:00Z
2013-06
2014-03-26T15:36:28Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10071/6782
url http://hdl.handle.net/10071/6782
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Associação Angolana de Sociologia
publisher.none.fl_str_mv Associação Angolana de Sociologia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134848053411840