Satisfação das necessidades básicas dos trabalhadores da indústria de mármores do triângulo Estremoz - Borba - Vila Viçosa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galego, Manuel José
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/15646
Resumo: Introdução - A relação entre o Homem e o Trabalho é tão antiga quanto a humanidade. O trabalho constituía inicialmente condição essencial para a subsistência e sobrevivência do homem, assumindo ao longo do tempo diversas formas, desde a escravatura até a regimes de vassalagem nos sistemas feudais que perduraram até ao século XIX. Com a Revolução Industrial, a sociedade adoptou novas formas de organização do trabalho, no qual o homem foi sendo gradualmente assimilado como uma mera peça de engrenagem de um sistema, que GRACA, L. (1995), designou como «concepção redutora do Homem no trabalho, enquanto homo económicus, subjacente ao Taylorismo››. A relação Homem/Trabalho deixa de ser pessoal e o aspecto produtivo perde importância relativamente ao aspecto salarial, tendo a expectativa do prémio maior importância que o próprio trabalho, contribuindo para a desmoralização dos trabalhadores. O trabalho, adquiriu no entanto contornos de uma moeda de duas faces, se por um lado é encarado como algo positivo para o homem, por outro lado tem sido valorizado socialmente pela sua utilidade e pelos benefícios que dá ao trabalhador, quer pelo colectivismo Marxista, quer pela moral religiosa como um valor social a desenvolver e valorizar pelo Homem. Na sociedade actual, o trabalho existe como modelo cultural, inerente à cultura ocidental e continua a ser condição essencial para a sobrevivência humana. O trabalho implica um determinado tipo de vida, uma colocação particular do Homem no espaço, no tempo e na cultura. A evolução tecnológica e industrial extremamente acelerada que se verifica neste século reflecte-se em dificuldades de adaptação do Homem a essa mesma evolução e no desequilíbrio da relação Homem/Trabalho. "Qual a sua profissão"? Apesar de todos os acontecimentos que se verificaram, da evolução dos numerosos conceitos existentes e o aparecimento de outros e de múltiplos avanços da ciência em todos os domínios, esta pergunta, introduzida pela primeira vez numa consulta médica por Rammazzini, não perdeu actualidade, continuando a encerrar em si toda a filosofia e conhecimento em que se baseia a Saúde Ocupacional. Hoje é uma verdade indiscutível que o homem e o seu trabalho são um sistema interactuante. Se o trabalho e as suas condições se repercutem na saúde (física, psíquica e social) do trabalhador, este, com as suas idiossincrasias e o modo como se encontra interligado com o trabalho e os seus possíveis reflexos no trabalhador não deverão ser esquecidos. Um sistema é sempre um subsistema de um sistema mais vasto. No dia a dia com os trabalhadores da industria de mármores "sente-se" que, além dos problemas físicos que o trabalho pode apresentar (que são bastante importantes), além dos problemas organizacionais que este mesmo trabalho apresenta (e que existem), a sua saúde e o seu bem estar dependem, também, de factores psicossociais que advêm de todo um ambiente de trabalho e de todo um ambiente social e familiar que marcam e influenciam negativamente o seu comportamento e a sua motivação. É para conhecer e caracterizar o "sente-se", e, porque os trabalhadores da indústria de mármores como qualquer outro trabalhador têm o direito à plena integração e realização profissional, e, tendo como suporte a teoria das necessidades humanas de MASLOW, que se opta pela avaliação do grau de satisfação das suas necessidades básicas para se compreender o seu comportamento e a sua motivação de modo a melhorar a qualidade de vida dentro e fora do trabalho. Ao se optar pelo estudo dos trabalhadores de mármores e em particular pela satisfação das suas necessidades, corre-se o perigo de sair de um caminho linear, limpo e sinalizado, para nos encaminharmos para um carreiro desconhecido, cheio de espinhos sem fim à vista.
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