Caracterização do sistema de produção da raça bovina arouquesa-estudo de alguns indicadores produtivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Duarte Bruno de Oliveira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10753
Resumo: Os bovinos Arouqueses são uma raça autóctone predominante nas regiões montanhosas das serras do Montemuro, Freita, Arada, Aboboreira, e nas periferias das serras do Caramulo a sul e Marão a norte. Com este trabalho pretendeu-se efetuar uma caracterização dos sistemas de produção da raça bovina Arouquesa e dos principais parâmetros reprodutivos desta raça, tendo ainda sido realizado um ensaio de crescimento de um núcleo de vitelos machos, acompanhando o seu desenvolvimento através de medições biométricas, pesagens e estimativa da ingestão ao longo do estudo. Para a concretização da análise à caracterização dos sistemas produtivos da raça, recorreu-se a 23 inquéritos realizados aos produtores no período de um ano, sendo que a análise dos parâmetros reprodutivos foi efetuada a partir da base de dados fornecida pela ANCRA, que compreende registos desde o período de 1965 até ao fim do ano de 2019, totalizando 79 215 registos. O ensaio de crescimento foi realizado com um núcleo de 67 vitelos Arouqueses, distribuídos por 10 explorações, onde foram aplicados 5 regimes alimentares e duas idades ao abate (9 e 12 meses). Os regimes alimentares contemplam um grupo controlo, G1, dois grupos que representam o modo de produção tradicional, G2 e G3, e os restantes dois grupos, G4 e G5, representam o novo modo de produção - modo pastoreio. Da análise à caracterização dos sistemas produtivos da raça Arouquesa constatam-se, assim, dois modos de produção, uma população envelhecida de baixas habilitações literárias, fraco conhecimento técnico e a introdução de novas práticas de maneio alimentar. A nível reprodutivo observamos uma idade ao primeiro parto de 27,30 ± 4,22 meses, um intervalo entre partos de 416,70 ± 75,72 dias e uma longevidade produtiva máxima de 21 anos. Nos ensaios de crescimento foi observado um ganho médio global de 1,018 ± 0,438 kg.dia-1 , uma ingestão média global de 6,107± 1,074 kg.dia-1 e um índice de conversão (kg de alimento/kg de ganho de peso vivo) de 6,151 ± 1,392. Em relação aos rendimentos de carcaça, não se observaram diferenças significativas entre os 3 grupos (P<0,167) de animais abatidos aos 9 meses e entre os dois grupos abatidos aos 12 meses (P<0,0791). Concluímos, com este estudo, que o sistema de produção assenta numa agricultura de subsistência, produtores envelhecidos, jovens produtores ausentes e uma falta de conhecimento técnico. Contudo, um novo modo de produção já começa a aparecer com diferenças sobretudo no efetivo animal por produtor, assim como um maneio alimentar e reprodutivo diferenciado. A nível reprodutivo, a raça Arouquesa revela uma grande capacidade reprodutiva, tendo o potencial para uma maior intensificação reprodutiva, permitindo ajudar a colmatar a falta de produto por parte da OP. O melhoramento genético ao longo destes 30 anos traduziu-se, sobretudo, num aumento do seu ritmo de crescimento. Atualmente a raça Arouquesa apresenta animais ao desmame com um maior peso e uma melhor conformação.
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Para a concretização da análise à caracterização dos sistemas produtivos da raça, recorreu-se a 23 inquéritos realizados aos produtores no período de um ano, sendo que a análise dos parâmetros reprodutivos foi efetuada a partir da base de dados fornecida pela ANCRA, que compreende registos desde o período de 1965 até ao fim do ano de 2019, totalizando 79 215 registos. O ensaio de crescimento foi realizado com um núcleo de 67 vitelos Arouqueses, distribuídos por 10 explorações, onde foram aplicados 5 regimes alimentares e duas idades ao abate (9 e 12 meses). Os regimes alimentares contemplam um grupo controlo, G1, dois grupos que representam o modo de produção tradicional, G2 e G3, e os restantes dois grupos, G4 e G5, representam o novo modo de produção - modo pastoreio. Da análise à caracterização dos sistemas produtivos da raça Arouquesa constatam-se, assim, dois modos de produção, uma população envelhecida de baixas habilitações literárias, fraco conhecimento técnico e a introdução de novas práticas de maneio alimentar. A nível reprodutivo observamos uma idade ao primeiro parto de 27,30 ± 4,22 meses, um intervalo entre partos de 416,70 ± 75,72 dias e uma longevidade produtiva máxima de 21 anos. Nos ensaios de crescimento foi observado um ganho médio global de 1,018 ± 0,438 kg.dia-1 , uma ingestão média global de 6,107± 1,074 kg.dia-1 e um índice de conversão (kg de alimento/kg de ganho de peso vivo) de 6,151 ± 1,392. Em relação aos rendimentos de carcaça, não se observaram diferenças significativas entre os 3 grupos (P<0,167) de animais abatidos aos 9 meses e entre os dois grupos abatidos aos 12 meses (P<0,0791). Concluímos, com este estudo, que o sistema de produção assenta numa agricultura de subsistência, produtores envelhecidos, jovens produtores ausentes e uma falta de conhecimento técnico. Contudo, um novo modo de produção já começa a aparecer com diferenças sobretudo no efetivo animal por produtor, assim como um maneio alimentar e reprodutivo diferenciado. A nível reprodutivo, a raça Arouquesa revela uma grande capacidade reprodutiva, tendo o potencial para uma maior intensificação reprodutiva, permitindo ajudar a colmatar a falta de produto por parte da OP. O melhoramento genético ao longo destes 30 anos traduziu-se, sobretudo, num aumento do seu ritmo de crescimento. Atualmente a raça Arouquesa apresenta animais ao desmame com um maior peso e uma melhor conformação.Arouquesa cattle are an indigenous breed predominant in the mountainous regions of the Montemuro, Freita, Arada, Aboboreira mountains, and in the peripheries of the Caramulo mountains to the south and Marão to the north. This work aimed to characterize the production systems of the Arouquesa bovine breed and the main reproductive parameters of this breed, having also carried out a growth test of a male calf nucleus, following its development through biometric measurements, weighing and estimation of intake throughout the study. In order to carry out the analysis of the characterization of the productive systems of the breed, 23 surveys were carried out with producers in the period of one year and for the analysis of reproductive parameters, a database was provided by ANCRA with records from 1965 to the end of 2019, totaling 79 215 registrations. The growth test was carried out with a nucleus of 67 Arouqueses calves, distributed over 10 herds, where 5 diets and two slaughter ages were applied, 9 months and 12 months. The diets include a control group, G1, two groups that represent the traditional production mode, G2 and G3, and the remaining two groups, G4 and G5, represent the new production mode, grazing mode. From the analysis to the characterization of the productive systems of the Arouquesa breed, two modes of production can be seen, an aging population with low literacy skills, poor technical knowledge and the introduction of new food management practices. At reproductive level, we observed an age at first birth of 27.30 ± 4.22 months, an interval between births of 416.70 ± 75.72 days and a maximum productive longevity of 21 years. The growth tests suggest an average global daily gain of 1.018 ± 0.438 kg.day-1, an average global intake of 6.107 ± 1.074 kg.day-1 and a conversion index of 6.151 ± 1.392. Regarding carcass yields, there were no significant differences between groups s (P <0.167) of animals slaughtered at 9 months and in animals sacrificed at 12 months, there were also no significant differences between groups (P <0.0791). We concluded, with this study, that the production system is based on subsistence agriculture, aged producers, young absent producers and a lack of technical knowledge. However, a new mode of production is already beginning to appear with differences mainly in the number of animals per producer, as well as differentiated food and reproductive management. At the reproductive level, the Arouquesa breed shows a great reproductive capacity, having the potential for a greater reproductive intensification, allowing to help to fill the lack of product on the part of the PO. The genetic improvement over these 30 years has resulted, above all, in an increase in its growth rate. Currently the Arouquesa breed presents animals at weaning with greater weight and a better conformation.2021-10-22T11:01:40Z2020-06-29T00:00:00Z2020-06-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/10753TID:202600963porMoreira, Duarte Bruno de Oliveirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:47:07Zoai:repositorio.utad.pt:10348/10753Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:04:21.845198Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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