O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Thomaz, Luís Filipe F.R.
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/32762
Resumo: O presente artigo procura reagir contra uma tendência ainda latente na historiografia indo-portuguesa: a de confundir a evolução económica do Estado da Índia com as vicissitudes da rota do Cabo, que na realidade eram assaz independentes entre si. A “Carreira da Índia”, pela rota marítima do Cabo da Boa Esperança, era explorada diretamente pela Coroa. Ao invés, as finanças do Estado da Índia assentavam sobretudo nas alfândegas, onde era taxado o comércio conduzido por particulares, cujo rendimento subiu quase constantemente até atingir o apogeu em 1609. Para a prosperidade das alfândegas contribuíam tanto as mercadorias movimentadas pelos mercadores locais como as transacionadas por comerciantes portugueses, as mais das vezes radicados no Oriente como casados. Os dois eixos de maior circulação de mercadorias eram a linha Goa-Malaca-Maluco & Banda e a linha Goa-Malaca-Macau, com uma extensão para o Japão. A sua decadência apenas se precipita com a tomada de Maluco e Malaca pelos holandeses, entre 1605 e 1641, e com a expulsão dos portugueses do Japão, cerca desta derradeira data.
id RCAP_0d6f459cadbdad31a5f39828d2cb529f
oai_identifier_str oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/32762
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia orientalThe system of travel and the Portuguese commercial network in East AsiaRendas fundiáriasConcessões de viagensEstado da ÍndiaRota do CaboAlfândegasComércio regionalCape of Good Hope routeConcessions of voyagesPortuguese IndiaRegional commerceCustomsLand-bound rentsO presente artigo procura reagir contra uma tendência ainda latente na historiografia indo-portuguesa: a de confundir a evolução económica do Estado da Índia com as vicissitudes da rota do Cabo, que na realidade eram assaz independentes entre si. A “Carreira da Índia”, pela rota marítima do Cabo da Boa Esperança, era explorada diretamente pela Coroa. Ao invés, as finanças do Estado da Índia assentavam sobretudo nas alfândegas, onde era taxado o comércio conduzido por particulares, cujo rendimento subiu quase constantemente até atingir o apogeu em 1609. Para a prosperidade das alfândegas contribuíam tanto as mercadorias movimentadas pelos mercadores locais como as transacionadas por comerciantes portugueses, as mais das vezes radicados no Oriente como casados. Os dois eixos de maior circulação de mercadorias eram a linha Goa-Malaca-Maluco & Banda e a linha Goa-Malaca-Macau, com uma extensão para o Japão. A sua decadência apenas se precipita com a tomada de Maluco e Malaca pelos holandeses, entre 1605 e 1641, e com a expulsão dos portugueses do Japão, cerca desta derradeira data.The present article endeavours to react against a tendency of the old Indo-Portuguese historiography, which still survives nowadays: the tendency to confuse the economic evolution of the Portuguese Estado da Índia with that of the so-called Carreira da Índia, i. e., the exploitation of trade between Europe and India by the way of the Cape of Good Hope. The latter was mainly exploited by the Crown, and its profits benefited the metropolitan finances. Conversely, the finances of the Estado da Índia lay on the custom-houses. The revenues of the custom-houses, where commerce conducted by private merchants was taxed, almost continuously increased along the 16th century, reaching its peak in 1609. The custom houses benefitted by the commerce of local traders as well as of Portuguese merchants, most of them casados, i. e., Portuguese who married local women and settled in the East. The most profitable lines were that from Goa to the Moluccas and Banda islands, and that from Goa to Malacca and then to Macao, with an extension to Japan. Their decline was precipitated by the conquest by the Dutch of the Moluccas in 1605 and of Malacca in 1641, and by the expulsion of the Portuguese from Japan about this latter date.Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaThomaz, Luís Filipe F.R.2021-04-27T13:52:35Z20182018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/32762por0874-967185062284258info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-26T01:43:28Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/32762Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:26:29.728800Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
The system of travel and the Portuguese commercial network in East Asia
title O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
spellingShingle O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
Thomaz, Luís Filipe F.R.
Rendas fundiárias
Concessões de viagens
Estado da Índia
Rota do Cabo
Alfândegas
Comércio regional
Cape of Good Hope route
Concessions of voyages
Portuguese India
Regional commerce
Customs
Land-bound rents
title_short O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
title_full O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
title_fullStr O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
title_full_unstemmed O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
title_sort O sistema das viagens e a rede comercial portuguesa na Ásia oriental
author Thomaz, Luís Filipe F.R.
author_facet Thomaz, Luís Filipe F.R.
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
dc.contributor.author.fl_str_mv Thomaz, Luís Filipe F.R.
dc.subject.por.fl_str_mv Rendas fundiárias
Concessões de viagens
Estado da Índia
Rota do Cabo
Alfândegas
Comércio regional
Cape of Good Hope route
Concessions of voyages
Portuguese India
Regional commerce
Customs
Land-bound rents
topic Rendas fundiárias
Concessões de viagens
Estado da Índia
Rota do Cabo
Alfândegas
Comércio regional
Cape of Good Hope route
Concessions of voyages
Portuguese India
Regional commerce
Customs
Land-bound rents
description O presente artigo procura reagir contra uma tendência ainda latente na historiografia indo-portuguesa: a de confundir a evolução económica do Estado da Índia com as vicissitudes da rota do Cabo, que na realidade eram assaz independentes entre si. A “Carreira da Índia”, pela rota marítima do Cabo da Boa Esperança, era explorada diretamente pela Coroa. Ao invés, as finanças do Estado da Índia assentavam sobretudo nas alfândegas, onde era taxado o comércio conduzido por particulares, cujo rendimento subiu quase constantemente até atingir o apogeu em 1609. Para a prosperidade das alfândegas contribuíam tanto as mercadorias movimentadas pelos mercadores locais como as transacionadas por comerciantes portugueses, as mais das vezes radicados no Oriente como casados. Os dois eixos de maior circulação de mercadorias eram a linha Goa-Malaca-Maluco & Banda e a linha Goa-Malaca-Macau, com uma extensão para o Japão. A sua decadência apenas se precipita com a tomada de Maluco e Malaca pelos holandeses, entre 1605 e 1641, e com a expulsão dos portugueses do Japão, cerca desta derradeira data.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018
2018-01-01T00:00:00Z
2021-04-27T13:52:35Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.14/32762
url http://hdl.handle.net/10400.14/32762
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 0874-9671
85062284258
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131981549666304