Estudo comparativo da mortalidade e morbilidade neonatais dos nascimentos pré-termo tardios com os nascimentos a termo, em crianças nascidas no Centro Hospitalar Cova da Beira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Daniela Filipa Costa
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/4960
Resumo: Introdução: Os RNPTT são fisiologicamente mais imaturos que os recém-nascidos a termo e por isso têm maior risco de desenvolver complicações durante o período neonatal. O número crescente de prematuros tardios observados nas últimas décadas contribuiu para o maior peso destes bebés no total da mortalidade e morbilidade associadas ao nascimento prematuro. Perante esta nova realidade, maior atenção tem sido dada ao estudo da vulnerabilidade destes recém-nascidos. Objetivos: A principal finalidade do presente estudo consiste em avaliar as diferenças na mortalidade e morbilidade entre os RNPTT e os RNT para uma população de crianças nascidas no CHCB entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012. Método: Efetuamos um estudo observacional retrospetivo, onde foram incluídos os RNPTT e RNT nascidos no CHCB durante o período em análise. Os dois grupos foram comparados em relação a três conjuntos de variáveis: características maternas, características do período gestacional e características do período neonatal. Os dados foram obtidos pela consulta dos processos clínicos dos recém-nascidos e respetivas mães. Resultados: No global, o estudo compreendeu um total de 1145 recém-nascidos, dos quais 72 casos corresponderam a RNPTT e os restantes 1074, ao grupo de RNT. Em relação às características maternas avaliadas, encontramos maior relação entre ser prematuro tardio e a presença durante a gravidez de hipertensão arterial (?2(1) = 69,834; p <0,001) e diabetes (?2(1) = 18,327; p <0,001). Comparativamente aos RNT, o grupo de RNPTT apresentou maior incidência de complicações associadas ao período gestacional, nomeadamente, RPM (34,7 vs 19,2%),RCIU (12,5 vs 3,0 %), ameaça de parto pré termo (31,9 vs 4,9%), hemorragia pré parto (6,9 vs 1,9%) e SFA (26,4 vs 11,6%). A avaliação das variáveis relativas ao período neonatal mostrou que a prematuridade tardia está associada à maior predisposição a apresentar parto por cesariana, baixo peso ao nascer, valores mais baixos de IA, necessidade de reanimação, ventilação assistida e admissão na UCIN. Adicionalmente foi observado que durante o período neonatal estes recém-nascidos têm frequências mais altas de hipotermia (5,6 vs 0,6%) hipoglicémia (8,3 vs 1,2%), icterícia (65,3 vs 44,9%), necessidade de fototerapia (61,7 vs 36,9%), infeções do RN (11,1 vs 3,2%), dificuldades alimentares (51,4 vs 7,7%), necessidade de complemento alimentar (41,7 vs 8,5%) e nutrição parenteral (23,6 vs 2%). O tempo de internamento foi superior no grupo de RBPTT, com média de 5,83 dias. Conclusões: Apesar de serem frequentemente considerados como recém-nascidos totalmente desenvolvidos, os prematuros tardios apresentam maior incidência de complicações associadas ao período gestacional, bem como de complicações neonatais. Consequentemente, maiores são os custos humanos e materiais necessários no cuidado prestado a estes bebés. Neste contexto, torna-se fundamental a implementação de normas orientadoras da assistência a estes recém-nascidos, assim como, a formação de equipas capazes de identificar as suas necessidades, desde a sala de partos até à alta hospitalar.
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Objetivos: A principal finalidade do presente estudo consiste em avaliar as diferenças na mortalidade e morbilidade entre os RNPTT e os RNT para uma população de crianças nascidas no CHCB entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012. Método: Efetuamos um estudo observacional retrospetivo, onde foram incluídos os RNPTT e RNT nascidos no CHCB durante o período em análise. Os dois grupos foram comparados em relação a três conjuntos de variáveis: características maternas, características do período gestacional e características do período neonatal. Os dados foram obtidos pela consulta dos processos clínicos dos recém-nascidos e respetivas mães. Resultados: No global, o estudo compreendeu um total de 1145 recém-nascidos, dos quais 72 casos corresponderam a RNPTT e os restantes 1074, ao grupo de RNT. Em relação às características maternas avaliadas, encontramos maior relação entre ser prematuro tardio e a presença durante a gravidez de hipertensão arterial (?2(1) = 69,834; p <0,001) e diabetes (?2(1) = 18,327; p <0,001). Comparativamente aos RNT, o grupo de RNPTT apresentou maior incidência de complicações associadas ao período gestacional, nomeadamente, RPM (34,7 vs 19,2%),RCIU (12,5 vs 3,0 %), ameaça de parto pré termo (31,9 vs 4,9%), hemorragia pré parto (6,9 vs 1,9%) e SFA (26,4 vs 11,6%). A avaliação das variáveis relativas ao período neonatal mostrou que a prematuridade tardia está associada à maior predisposição a apresentar parto por cesariana, baixo peso ao nascer, valores mais baixos de IA, necessidade de reanimação, ventilação assistida e admissão na UCIN. Adicionalmente foi observado que durante o período neonatal estes recém-nascidos têm frequências mais altas de hipotermia (5,6 vs 0,6%) hipoglicémia (8,3 vs 1,2%), icterícia (65,3 vs 44,9%), necessidade de fototerapia (61,7 vs 36,9%), infeções do RN (11,1 vs 3,2%), dificuldades alimentares (51,4 vs 7,7%), necessidade de complemento alimentar (41,7 vs 8,5%) e nutrição parenteral (23,6 vs 2%). O tempo de internamento foi superior no grupo de RBPTT, com média de 5,83 dias. Conclusões: Apesar de serem frequentemente considerados como recém-nascidos totalmente desenvolvidos, os prematuros tardios apresentam maior incidência de complicações associadas ao período gestacional, bem como de complicações neonatais. Consequentemente, maiores são os custos humanos e materiais necessários no cuidado prestado a estes bebés. Neste contexto, torna-se fundamental a implementação de normas orientadoras da assistência a estes recém-nascidos, assim como, a formação de equipas capazes de identificar as suas necessidades, desde a sala de partos até à alta hospitalar.Introduction: Late preterm babies are physiologically more immature than term babies, having a higher risk of neonatal adverse outcomes. The growing number of late preterm births observed in the last decades has been leading to a larger contribution of these newborns to the overall mortality and morbidity associated with preterm birth. Facing this new reality, more attention has been adressed to the vulnerability of these preterm babies. Objectives: The aim of the present study is to analyze de differences in the mortality and morbidity between late preterm and term newborns. The data used in this analysis regards the periods from January 2011 through December 2012. Methods: we used an observational retrospective method to study a population of babies born between January 2011 and December 2012. The following groups of variables were compared in the two groups: maternal characteristics, gestational period characteristics and neonatal characteristics. The data used in the analysis were collected from the mother and infant’s medical record. Results: We analyzed a total of 1145 babies, witch 71 were late pre term babies. Concerning to maternal characteristics we found an association between late prematurity and the presence of hypertension (?2(1) = 69,834; p <0,001) or diabetes (?2(1) = 18,327; p <0,001). When compared with term newborns, late pre terms present higher incidence of gestational complications, such as prelabor rupture of membrane (34,7 vs 19,2%), intrauterine grown restriction (12,5 vs 3,0 %), pre term labor (31,9 vs 4,9%),bleeding during pregnancy (6,9 vs 1,9%) and acute fetal suffering (26,4 vs 11,6%).The data corresponding to neonatal characteristics have shown that late pre term babies were more likely to present cesarean delivery, low birth weight, lower Apgar scores, higher frequency of resuscitation, assisted ventilation and NICU admission. In addition to these findings, we observed that late pre term babies, when compared to those born at term, present more predisposition to hypothermia (5,6 vs 0,6%), hypoglycemia (8,3 vs 1,2%), jaundice (65,3 vs 44,9%), need for phototherapy (61,7 vs 36,9%), feeding difficulties (51,4 vs 7,7%), supplement (41,7 vs 8,5%) and parenteral nutrition (23,6 vs 2%). The hospital stay was longer in the late pre term group. Conclusions: Despite their mature appearance, late pre term newborns have higher risk of gestational and neonatal complications than term newborns. This fact increases the needs for human and material resources intended for their care. Considering this, the need for implementation of well oriented guidelines, focused on late preterm assistance, becomes clear, as well as the formation of medical teams specialized in the attendance of these babies needs, since the delivery room until hospital discharge.Costa, Ricardo Jorge Barros dauBibliorumPereira, Daniela Filipa Costa2018-07-10T16:13:43Z2014-5-192014-07-042014-07-04T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/4960TID:201639670porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:26Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4960Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:45:58.585156Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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