Ambiente e biodiversidade: programa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neto, Carlos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/61557
Resumo: O ritmo de extinção de espécies é 100 a 1000 vezes superior ao que seria o ritmo natural se o homem não existisse (Pimm et al. 1995). A revolução industrial é definida por muitos autores como o início de uma intervenção mais visível do homem nos ecossistemas terrestres. Desta forma a perturbação de origem antrópica nos equilíbrios naturais dos ecossistemas não parou de aumentar ultrapassando rapidamente e largamente a perturbação de origem natural. Desde então que a perda de biodiversidade tem assumido valores progressivamente maiores e desde algumas décadas que o ritmo de extinção de espécies ultrapassou muitíssimo o ritmo natural que caracteriza o nosso planeta. Durante todo o século XX fomos tomando conhecimento das consequências das actividades antrópicas sobre os ecossistemas naturais e portanto sobre as restantes formas de vida que connosco partilham o planeta terra. Gradualmente, a ciência foi demonstrando que as consequências do aumento da perturbação antrópica nos ecossistemas naturais não se resume a uma mera taxa de extinção de espécies mas trata--se de um fenómeno que, ao colocar em causa o equilíbrio dos sistemas terrestres, afecta, também a espécie humana e poderá, se a tendência não se inverter, fazer perigar a espécie humana ou pelo menos diminuir fortemente a sua qualidade de vida. Esta tomada consciência acaba por ser decisiva nas medidas que progressivamente foram sendo tomadas durante todo o século XX e início do XXI, no sentido de tentar mitigar as consequências da acção antrópica sobre os sistemas naturais terrestres. Qualquer medida tendente à protecção e conservação da biodiversidade, ou à mitigação dos factores (económicos, políticos ou sociais) que a ameaçam, tem inevitáveis reflexos sobre o planeamento e ordenamento do território. A manutenção da biodiversidade e da sua dinâmica natural implica, por um lado, a definição de áreas protegidas, as quais têm de ser delimitadas no terreno em áreas de dimensão considerada suficiente à sua sobrevivência, com base numa hierarquia das entidades naturais com maior vulnerabilidade e, por outro lado, a definição de políticas que visem a mitigação dos "ultimate factors" considerados como os factores de base, desencadeantes da ameaça à biodiversidade. Como é evidente a mitigação deste tipo de factores não é simples e na maioria dos casos implica um esforço transnacional, como sucede nas questões associadas às alterações climáticas e subida do nível do mar que se vai reflectir numa elevada vulnerabilidade e consequente ameaça dos ecossistemas litorais (praias, dunas, sapais, arribas, estuários, lagunas). Este esforço internacional tem inevitáveis consequências sobre o modelo de crescimento económico de muitos países e portanto apresenta custos, por vezes elevados.
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