Estudo da toxicidade da trazodona e do hipericão em células hepáticas e intestinais : experiência profissionalizante na vertente de farmácia comunitária e investigação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Norte, Joana Braga
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/3457
Resumo: A presente dissertação divide-se em dois capítulos que pretendem descrever a experiência e funções desempenhadas durante o estágio na Farmácia São Cosme (Covilhã) bem como o trabalho de investigação desenvolvido no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (Covilhã). No primeiro capítulo encontra-se descrito as tarefas desenvolvidas durante o estágio curricular em farmácia comunitária entre os dias 30 de Junho e 31 de Outubro de 2014 na Farmácia São Cosme. Este estágio foi desenvolvido sob a orientação do Dr. Carlos Tavares e de toda a equipa da farmácia e serviu para me dar a conhecer as atividades desenvolvidas neste contexto. Neste relatório pretende-se descrever todo o funcionamento de uma farmácia comunitária bem como as tarefas e responsabilidades associadas ao farmacêutico. No segundo capítulo deste relatório está descrito o trabalho de investigação desenvolvido. Este trabalho pretendeu avaliar a toxicidade in vitro promovida pela trazodona e/ou Hypericum perforatum em células Caco-2 e Hep G2 através de ensaios de MTT. A trazodona, um derivado da triazolopiridina, é um antidepressivo atípico que partilha muitas das propriedades dos antidepressivos tricíclicos e dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Normalmente o seu uso está descrito para o tratamento da depressão e outras desordens depressivas bem como para o tratamento de outras patologias como a insónia e a ansiedade. O Hypericum perforatum, também conhecido como erva de São João ou hipericão, é uma das plantas medicinais mais usadas e mais bem estudadas devido às suas numerosas propriedades farmacológicas. É normalmente usado no tratamento de depressões e numerosos estudos têm mostrado que pode interagir com diversas plantas e fármacos. Neste trabalho foram utilizadas duas linhas celulares, Caco-2 e Hep G2, as quais foram incubadas com diferentes concentrações de fármaco e/ou extrato de hipericão durante 12, 24, 48 e 72 h. Neste estudo foram testadas diversas concentrações, 0, 1, 10, 100 e 400 μM para a trazodona e de para o extrato de hipericão e 0, 1 e 10 μM para a combinação extrato e fármaco. No final dos períodos de tempo pré-definidos, realizaram-se ensaios de MTT para determinar a viabilidade celular. De modo geral, dos resultados obtidos observou-se que em ambas as linhas celulares, Caco-2 e Hep G2, a toxicidade da trazodona é dependente do tempo e da concentração. No que diz respeito ao efeito do extrato de hipericão, os resultados mostraram que este extrato é citotóxico para as células Caco-2 a 1 μM mas não a 10 μM. Por outro lado, nas células Hep G2, uma concentração de 10 μM de H. perforatum promoveu uma diminuição drástica na viabilidade celular, enquanto uma concentração de 1 μM não comprometeu a viabilidade em qualquer um dos tempos estudados. Do mesmo modo, quando as células Caco-2 foram incubadas com o extrato e o fármaco observou-se uma toxicidade similar à do extrato de hipericão sozinho. No entanto, nas células HepG2 a incubação com 1 μM de ambos os compostos promoveu uma diminuição drástica da viabilidade celular em comparação com qualquer dos compostos sozinhos sugerindo uma interação entre os mesmos. Tendo em conta os resultados obtidos, este estudo sugere a possibilidade de ocorrência de uma interação in vitro entre a trazodona e o extrato de hipericãopelo que é importante alertar a população geral e aos profissionais de saude sobre os perigos decorrentes o do consumo concomitante de extratos de Hypericum perforatum com fármacos antidepressivos, nomeadamente com atrazodona. È importante destacar que este é o primeiro estudo que avalia quer a nivel da absorção quer a nivel do metabolismo as interações in vitro entre o Hypericum perforatum e a trazodona.
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