Delírio ou Sonhos e Visões? A promoção da esperança em fim de vida

• Autor(a) principal: Simões, Ângela
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: https://revistas.rcaap.pt/servir/article/view/31583

 Introdução: Os Sonhos e Visões de fim de vida (ELDVs) têm sido descritos desde a antiguidade. São descritos como profundamente reconfortantes para os moribundos e para os que os acompanham, além de transmitirem uma sensação de paz, alegria, felicidade e esperança. No entanto apesar do seu impacto geralmente positivo no processo de morrer, as experiências dos doentes são muitas vezes descartadas e classificadas como confusão ou alucinações e desadequadamente medicados. Objetivos: Sistematizar o estado de conhecimento sobre sonhos e visões do fim da vida. Material e Métodos: Revisão sistemática da literatura entre 2014 e 2022 nas bases de dados consultadas. O protocolo de investigação construído permitiu selecionar 22 trabalhos que constituíram o corpus da análise. Resultados: Através de um processo de meta-agregação foram identificados cinco temas: 1) Sonhos e visões no final da vida: mapa conceptual; 2) incidência e prevalência; 3) como os pacientes e familiares percebem o fenômeno; 4) como os profissionais percebem o fenômeno; 5) Sonhos e visões de fim de vida ou delírio?. Neste trabalho em particular daremos enfoque especial aos 3 últimos temas. Conclusões: As ELDVs são prevalentes e frequentemente significativas para os que morrem e correlacionadas com melhores experiencias de morte e luto. No entanto os profissionais de saúde evitam discutir essas experiências com o doente, descartando-as ou medicalizando a experiência, por falta de compreensão de seu significado. Aprender sobre estes fenómenos e o impacto amplamente positivo que eles têm sobre os doentes e as suas famílias pode ajudar todos a reconhecer, entender e responder aos ELDVs de uma forma cientificamente correta, humana e compassiva, de forma a que sejam aceites e validados, como parte do processo de morrer.