Da Dinâmica Global aos Processos Geológicos; Portugal de Antes da História

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Rui
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/27232
Resumo: Este é um livro que demorou 20 anos a tomar forma! Não porque o processo de escrita tenha sido tão longo, pois cerca de 6 meses foram suficientes. 20 anos foi o tempo de estudo necessário à leitura e compreensão de vários livros e centenas de artigos científicos que vão saindo a um ritmo cada vez mais vertiginoso, que tornam difícil acompanhar a ciência que se vai fazendo. 20 anos foi o tempo de maturação dos dados que se iam acumulando destas leituras e que ia tentando integrar com os estudos de campo que ia fazendo, essencialmente em Portugal mas também em Marrocos. 20 anos foi o tempo durante o qual dezenas de conversas com colegas e amigos foram confrontando ideias sobre a geologia de Portugal. 20 anos foi o tempo em que interagi directamente com milhares de alunos e centenas de professores do ensino básico ao secundário, quer nas visitas e actividades que orientei no Centro Ciência Viva de Estremoz, quer em saídas de campo e actividades nas escolas. Com eles fui não só aperfeiçoando formas de comunicar geologia mas também percebendo que era importante fazer um livro que procurasse transmitir, de uma forma acessível mas rigorosa, a geologia do nosso país. 20 anos foi o tempo necessário para fazer… e refazer… centenas de desenhos com esquemas que mostrassem, de um modo claro, os processos que achava importantes para perceber a evolução da geologia de Portugal. 20 anos foi o tempo durante o qual preparei muitas dezenas de conferências de algum modo relacionadas com a geologia de Portugal realizadas em escolas, universidades, museus e congressos e que foram o embrião do que agora apresento. 20 anos foi o tempo necessário para as experiências anteriores terem convergido numa história sobre a evolução geológica de Portugal que fizesse um mínimo de sentido para mim. Só a partir deste momento era possível esta fascinante história geológica de Portugal assumir uma forma escrita. Com efeito, sempre defendi que não se divulga o que não se sabe e, para mim, durante estes 20 anos, foi sendo claro que ainda não tinha chegado o momento em que as ideias se pudessem transformar em palavras escritas. 20 anos foi o tempo necessário para que as ideias se fossem organizando numa grande história coerente, que merecesse a pena ser contada e que fizesse sentido para o leitor. A minha esperança é que de algum modo este objectivo possa ter sido atingido e que este livro possa ser útil a quem o ler. Estou consciente de que escrever este livro é um risco. A vastidão dos assuntos abordados é tal, que de modo nenhum tenho a pretensão de me considerar especialista em todos eles. Por isso, embora tenha feito um grande esforço de me documentar sobre os vários assuntos, há sempre o risco de, nalguns casos, haver situações que possam ser alvo de alguma polémica. Este risco aumenta pois entendi que seria imprescindível haver alguns capítulos introdutórios que, embora não estivessem directamente relacionados com a Geologia de Portugal, apresentariam uma série de conceitos que considerava fundamentais para o leitor. Muitos destes conceitos têm a ver com tectónica de placas e, esta é precisamente uma das áreas que tem tido um desenvolvimento espectacular na última década. As novas abordagens, nas quais os métodos geofísicos têm tido um papel fundamental, têm conseguido mostrar que muito do que julgávamos saber sobre a dinâmica do interior da Terra eram… afinal aproximações grosseiras. Subducções que afinal são capazes de chegar até à fronteira manto-núcleo, supercontinentes que têm surgido de uma forma mais ou menos regular ao longo do tempo geológico, não como o resultado de um processo algo aleatório mas sim integrados num ciclo dos supercontinentes, gigantescas plumas quentes e… frias… que governam muita da dinâmica interna do nosso planeta... são apenas alguns dos aspectos apaixonantes que estão a introduzir uma reviravolta enorme na tectónica de placas. Estes são assuntos que não serão abordados detalhadamente neste livro (talvez num próximo…), pois este não pretende ser um manual de tectónica de placas. Com efeito, não se pretendeu discutir detalhadamente nestes capítulos iniciais os fundamentos dos porquês dos processos, mas descrever apenas alguns dos aspectos que irão permitir ao leitor enquadrar melhor a espectacular história da geologia de Portugal. A terminar gostaria de chamar a atenção para que quando se afirma que este livro tenta apresentar uma história coerente, não significa que se pretendeu escrever uma história única e oficial. Com efeito, perceber a evolução geológica do território que actualmente constitui Portugal não é uma tarefa fácil, principalmente quando se abordam os tempos pré-Mesozóicos. Com efeito, à medida que se recua no tempo, os factos tornam-se mais escassos, o que inevitavelmente leva ao aumento do número de modelos propostos para os explicar. Por outro lado, a crescente pressão que os cientistas sentem para publicar, tem levado a que todos os anos surjam dezenas de novos trabalhos sobre este assunto, propondo novos modelos, alguns dos quais deixam bastante a desejar sobre o suporte científico que sustenta. Este vertiginoso aumento da bibliografia de qualidade muito diversa, torna cada vez mais difícil descortinar um fio condutor para a divulgação deste passado mais remoto da geologia de Portugal. Este livro procura um equilíbrio delicado entre as numerosas narrativas que têm sido apresentadas. Com efeito embora tenha havido o cuidado de se discutirem as várias visões existentes, frequentemente houve que fazer opções pois, perante a frequente incompatibilidade dos modelos existentes, havia que tentar manter uma narrativa minimamente compreensível da divulgação de um processo complexo como a evolução geodinâmica de Portugal. Esta postura não deve ser encarada como a defesa de uma história oficial, separando bons de maus modelos. A Ciência só progride com a coexistência de modelos diferentes e mesmo incompatíveis, desde que suportados por dados. No entanto, este livro não tem a pretensão de ser um trabalho de investigação. Pretende apenas ser um abrir de porta para o começo da compreensão do passado geológico de Portugal. É o meu desejo que esta narrativa possa constituir uma base de trabalho e um despertar de interesse para o aprofundar dos conceitos aqui apresentados.
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Com eles fui não só aperfeiçoando formas de comunicar geologia mas também percebendo que era importante fazer um livro que procurasse transmitir, de uma forma acessível mas rigorosa, a geologia do nosso país. 20 anos foi o tempo necessário para fazer… e refazer… centenas de desenhos com esquemas que mostrassem, de um modo claro, os processos que achava importantes para perceber a evolução da geologia de Portugal. 20 anos foi o tempo durante o qual preparei muitas dezenas de conferências de algum modo relacionadas com a geologia de Portugal realizadas em escolas, universidades, museus e congressos e que foram o embrião do que agora apresento. 20 anos foi o tempo necessário para as experiências anteriores terem convergido numa história sobre a evolução geológica de Portugal que fizesse um mínimo de sentido para mim. Só a partir deste momento era possível esta fascinante história geológica de Portugal assumir uma forma escrita. Com efeito, sempre defendi que não se divulga o que não se sabe e, para mim, durante estes 20 anos, foi sendo claro que ainda não tinha chegado o momento em que as ideias se pudessem transformar em palavras escritas. 20 anos foi o tempo necessário para que as ideias se fossem organizando numa grande história coerente, que merecesse a pena ser contada e que fizesse sentido para o leitor. A minha esperança é que de algum modo este objectivo possa ter sido atingido e que este livro possa ser útil a quem o ler. Estou consciente de que escrever este livro é um risco. A vastidão dos assuntos abordados é tal, que de modo nenhum tenho a pretensão de me considerar especialista em todos eles. Por isso, embora tenha feito um grande esforço de me documentar sobre os vários assuntos, há sempre o risco de, nalguns casos, haver situações que possam ser alvo de alguma polémica. Este risco aumenta pois entendi que seria imprescindível haver alguns capítulos introdutórios que, embora não estivessem directamente relacionados com a Geologia de Portugal, apresentariam uma série de conceitos que considerava fundamentais para o leitor. Muitos destes conceitos têm a ver com tectónica de placas e, esta é precisamente uma das áreas que tem tido um desenvolvimento espectacular na última década. As novas abordagens, nas quais os métodos geofísicos têm tido um papel fundamental, têm conseguido mostrar que muito do que julgávamos saber sobre a dinâmica do interior da Terra eram… afinal aproximações grosseiras. 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A terminar gostaria de chamar a atenção para que quando se afirma que este livro tenta apresentar uma história coerente, não significa que se pretendeu escrever uma história única e oficial. Com efeito, perceber a evolução geológica do território que actualmente constitui Portugal não é uma tarefa fácil, principalmente quando se abordam os tempos pré-Mesozóicos. Com efeito, à medida que se recua no tempo, os factos tornam-se mais escassos, o que inevitavelmente leva ao aumento do número de modelos propostos para os explicar. Por outro lado, a crescente pressão que os cientistas sentem para publicar, tem levado a que todos os anos surjam dezenas de novos trabalhos sobre este assunto, propondo novos modelos, alguns dos quais deixam bastante a desejar sobre o suporte científico que sustenta. Este vertiginoso aumento da bibliografia de qualidade muito diversa, torna cada vez mais difícil descortinar um fio condutor para a divulgação deste passado mais remoto da geologia de Portugal. Este livro procura um equilíbrio delicado entre as numerosas narrativas que têm sido apresentadas. Com efeito embora tenha havido o cuidado de se discutirem as várias visões existentes, frequentemente houve que fazer opções pois, perante a frequente incompatibilidade dos modelos existentes, havia que tentar manter uma narrativa minimamente compreensível da divulgação de um processo complexo como a evolução geodinâmica de Portugal. Esta postura não deve ser encarada como a defesa de uma história oficial, separando bons de maus modelos. A Ciência só progride com a coexistência de modelos diferentes e mesmo incompatíveis, desde que suportados por dados. No entanto, este livro não tem a pretensão de ser um trabalho de investigação. Pretende apenas ser um abrir de porta para o começo da compreensão do passado geológico de Portugal. É o meu desejo que esta narrativa possa constituir uma base de trabalho e um despertar de interesse para o aprofundar dos conceitos aqui apresentados.Centro Ciência Viva de Estremoz2020-02-26T11:16:22Z2020-02-262019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookhttp://hdl.handle.net/10174/27232http://hdl.handle.net/10174/27232por"Da Dinâmica Global aos Processos Geológicos" (2019). 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Com efeito, sempre defendi que não se divulga o que não se sabe e, para mim, durante estes 20 anos, foi sendo claro que ainda não tinha chegado o momento em que as ideias se pudessem transformar em palavras escritas. 20 anos foi o tempo necessário para que as ideias se fossem organizando numa grande história coerente, que merecesse a pena ser contada e que fizesse sentido para o leitor. A minha esperança é que de algum modo este objectivo possa ter sido atingido e que este livro possa ser útil a quem o ler. Estou consciente de que escrever este livro é um risco. A vastidão dos assuntos abordados é tal, que de modo nenhum tenho a pretensão de me considerar especialista em todos eles. Por isso, embora tenha feito um grande esforço de me documentar sobre os vários assuntos, há sempre o risco de, nalguns casos, haver situações que possam ser alvo de alguma polémica. 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Subducções que afinal são capazes de chegar até à fronteira manto-núcleo, supercontinentes que têm surgido de uma forma mais ou menos regular ao longo do tempo geológico, não como o resultado de um processo algo aleatório mas sim integrados num ciclo dos supercontinentes, gigantescas plumas quentes e… frias… que governam muita da dinâmica interna do nosso planeta... são apenas alguns dos aspectos apaixonantes que estão a introduzir uma reviravolta enorme na tectónica de placas. Estes são assuntos que não serão abordados detalhadamente neste livro (talvez num próximo…), pois este não pretende ser um manual de tectónica de placas. Com efeito, não se pretendeu discutir detalhadamente nestes capítulos iniciais os fundamentos dos porquês dos processos, mas descrever apenas alguns dos aspectos que irão permitir ao leitor enquadrar melhor a espectacular história da geologia de Portugal. 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