Avaliação por ecocardiografia da função sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo, em doentes infetados pelo HIV, com e sem terapêutica HAART

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcos, Acúrcio de Almeida Mesquita
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11816/2037
Resumo: Na infeção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (VIH-1) a terapêutica antiretroviral (HAART) permitiu uma redução significativa da mortalidade e melhoria da qualidade de vida dos doentes tornando esta infeção numa doença crónica. Dados de estudos recentes têm demonstrado uma prevalência mais elevada de doença cardiovascular que pode estar associada à doença, ao estado inflamatório crónico ou à própria terapêutica. Objetivo: Avaliar a função sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo em doentes infetados pelo VIH-1, comparando os doentes com ou sem terapêutica HAART. Métodos: De Novembro de 2011 a Maio de 2013 foram recrutados, da consulta externa de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE doentes infetados pelo VIH-1 para avaliação clínica, analítica e ecocardiográfica. A função diastólica foi avaliada pela análise do fluxo mitral, Doppler tecidular do anel mitral (E’ e E/E’ septal e lateral) e índice de volume da aurícula esquerda. Definiu-se a presença de disfunção diastólica de acordo com os critérios de consenso da Associação Europeia de Ecocardiografia e Sociedade Americana de Ecocardiografia. A função sistólica foi avaliada pela análise da fração de ejeção e velocidade sistólica do anel mitral (S’ septal e S’ lateral). Resultados: Foram incluídos 212 doentes (71% de homens, idade média de 42±9 anos, 17% em estadio C3 de infeção) dos quais 56% estavam com HAART. A prevalência de disfunção diastólica foi de 22% (15.6% com disfunção diastólica de grau I e 6.6% com disfunção diastólica de grau II) e não foi diferente entre os grupos de TAR e ST (25% vs 19.6%, p=0.332). Na análise dos determinantes da função diastólica, observou-se que os doentes com disfunção diastólica tinham significativamente maior média de idades, de peso corporal, de glicemia em jejum, de colesterol total, de LDL e de triglicerídeos, e maior prevalência de hipertensão arterial e de Diabetes mellitus. Não se verificaram diferenças Avaliação por Ecocardiografia da Função Sistólica e Diastólica do Ventrículo Esquerdo, em Doentes infectados pelo VIH, com e sem terapêutica HAART xii significativas quanto ao estadio da doença ou parâmetros analíticos específicos da infeção VIH-1. Na análise multivariada a idade foi o único fator identificado como determinante independente de disfunção diastólica no grupo ST e no grupo TAR, para além da idade, foram determinantes de disfunção diastólica a hipertensão arterial, a Diabetes mellitus, a hiperglicemia, hiperlipidemia, hipertriglieridemia e obesidade. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo estava diminuída em apenas num doente mas em 67% dos doentes pelo menos um dos parâmetros de disfunção sistólica (S´medial, S´lateral ou fração de ejeção) estava diminuído, não havendo diferenças de prevalência entre os grupos de tratamento (p=0.222). Não se verificou associação significativa entre disfunção sistólica e os fatores metabólicos ou parâmetros analíticos específicos da infeção VIH-1. Conclusão: Nesta população de doentes infetados pelo VIH-1, a prevalência de disfunção diastólica foi elevada para a idade mas não esteve associada à terapêutica antiretrovírica; os determinantes da função diastólica foram a idade e os fatores de risco metabólico. Não foram detetadas diferenças significativas entre os dois grupos de tratamento em relação à função ventricular sistólica.
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