Perceptions of millennials on authentic leadership

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cotrim, Felipe Senna
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/13661
Resumo: A teoria da Liderança Autêntica (LA) ganhou força nos EUA a partir dos anos 2000 com a publicação de livros e investigações científicas sobre o tema. A principal motivação para o desenvolvimento da LA por parte dos investigadores, foram os escândalos corporativos éticos e a consequente desconfiança em relação aos grandes líderes. A teoria da LA foi fundamentada com base no conceito moderno de autenticidade, proposto por Kernis & Goldman (2006). Consequentemente, assenta-se em quatro componentes-base, nomeadamente: a autoconsciência (self-awareness), o processamento equilibrado (balanced processing), a perspetiva moral interna (internalized moral perspective), e a transparência relacional (relational transparency) (Avolio et al., 2007). Diversos autores argumentam que o líder autêntico conhece as suas forças, limitações, emoções e objetivos, e que deve viver em coerência com isto para manter as organizações dentro dos trilhos éticos e construir relacionamentos mais abertos e duradouros. Apesar da popularidade ganha repentinamente, a teoria de LA sofreu críticas, tanto a nível da redundância relativamente a outras teorias de liderança (Banks et al., 2016) como a nível de constructo (Gardner et al., 2011). Mesmo assim, ainda é muito aceita e utilizada actualmente (George et al., 2007). Por outro lado, a Geração Y, também conhecida como Millennial, é desde 2015 a maior força de trabalho no mercado mundial, o que, supostamente, faz destes indivíduos, um público relevante para estudos sobre gestão e liderança. Os Millennials são indivíduos que, de uma forma geral, apresentam características fortes, como individualismo (Twenge, 2010), necessidade de feedback constante (Meister & Willyerd, 2010), e desejo por ascensão rápida na carreira (Ng et al., 2010). Perante este cenário, observa-se uma possível e provável colisão entre o comportamento dos Millennials e os valores defendidos pela teoria da LA. Com o presente estudo, pretende-se identificar as perceções dos Millennials sobre a teoria da LA, de forma a poder-se contribuir com sugestões para o meio académico e também para o meio organizacional. Com vista a atingir o objetivo proposto, foi aplicado a Millennials atualmente no mercado de trabalho, um inquérito que resultou do questionário Authentic Leadership Questionnaire (ALQ) de Avolio et al. (2007), aumentado de duas questões, uma delas aberta. Os dados recolhidos foram tratados e analisados estatisticamente com o intuito de se encontrarem (ou não) relações entre as atitudes dos respondentes no local de trabalho e a respetiva perceção sobre LA. A análise estatística utilizada enquadra-se na metodologia quantitativa e descritiva. Numa primeira fase, foram utilizadas medidas de estatística descritiva para se caracterizar a amostra, e numa segunda fase, utilizaram-se métodos de estatística multivariada, nomeadamente o método OVERALS seguido de uma formação de clusters hierárquica, de forma a encontrarem-se segmentos diferenciados nas relações em estudo. Os dados foram tratados com recurso ao software SPSS 24.0. A amostra (n = 128) é constituída maioritariamente por indivíduos de nacionalidade brasileira (90,6%) e sem diferenciação significativa relativamente ao género (51,6% são mulheres e 48,4% são homens). No que tange aos resultados, as estatísticas descritivas ilustraram as perceções globais dos Millennials sobre LA e também sobre cada uma das quatro componentes. Ficou evidente que, a autoconsciência e o processamento equilibrado foram elementos considerados muito importantes. Por outro lado, a perspetiva moral interna e a transparência relacional obtiveram avaliações médias mais baixas e variância mais alta. Em geral, trata-se de um tipo de liderança positiva, conforme analisado na revisão da literatura. Porém, a finalidade da metodologia OVERALS foi a de captar relações menos evidentes entre as respostas dadas. Das questões do questionário utilizado, consideraram-se 16 variáveis iniciais, que através do método OVERALS, resultaram somente em 6 variáveis consideradas extremamente relevantes. Com base nestes resultados, consideraram-se três clusters de indivíduos: os Entusiastas, os Céticos, e os Pragmáticos. Os Entusiastas (n = 74) são Millennials que concordaram com praticamente tudo o que viram, extremamente positivos e em favor da LA. Os Céticos (n = 50), apesar de também positivos, apresentaram mais ponderações, maior variância e fizeram comentários ricos, críticos e equilibrados. Os Pragmáticos (n = 3), apesar de ser um cluster pequeno, revelaram um comportamento interessante, bastante firme, e digno de um olhar mais profundo. Entre os principais resultados, está o facto de os Pragmáticos entenderem que um líder pode "acreditar numa coisa e fazer outra" sem depreciar a qualidade da liderança (perspetiva moral interna), o que está em total desacordo com o que defende a teoria da LA e com o que pensam os Entusiastas e os Céticos. Os Pragmáticos pensam ainda que, um líder pode "filtrar informações, fingir e atuar" se necessário (transparência relacional), ou seja, a transparência não precisa de ocorrer sempre para que a liderança seja considerada boa. Por fim, a análise das respostas abertas, revelou que a LA foi vista por uma parte da Geração Y, como demasiado rígida, distante da realidade e muito subjetiva. Finalmente, embora a perceção global da LA seja positiva, ficou evidente que há um espaço claro para melhorias. As mulheres desta geração são mais entusiastas em relação à LA e os homens são mais céticos. Conclui-se ainda que, as componentes autoconsciência e processamento equilibrado são percebidas como extremamente importantes para os três clusters, informação valiosa para as organizações atuais; a componente perspetiva moral interna divide claramente as opiniões e a componente transparência relacional é a menos popular da abordagem, ou seja, ambas precisam de atenção, tanto por parte das organizações como por parte dos investigadores do tema.
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Diversos autores argumentam que o líder autêntico conhece as suas forças, limitações, emoções e objetivos, e que deve viver em coerência com isto para manter as organizações dentro dos trilhos éticos e construir relacionamentos mais abertos e duradouros. Apesar da popularidade ganha repentinamente, a teoria de LA sofreu críticas, tanto a nível da redundância relativamente a outras teorias de liderança (Banks et al., 2016) como a nível de constructo (Gardner et al., 2011). Mesmo assim, ainda é muito aceita e utilizada actualmente (George et al., 2007). Por outro lado, a Geração Y, também conhecida como Millennial, é desde 2015 a maior força de trabalho no mercado mundial, o que, supostamente, faz destes indivíduos, um público relevante para estudos sobre gestão e liderança. Os Millennials são indivíduos que, de uma forma geral, apresentam características fortes, como individualismo (Twenge, 2010), necessidade de feedback constante (Meister & Willyerd, 2010), e desejo por ascensão rápida na carreira (Ng et al., 2010). Perante este cenário, observa-se uma possível e provável colisão entre o comportamento dos Millennials e os valores defendidos pela teoria da LA. Com o presente estudo, pretende-se identificar as perceções dos Millennials sobre a teoria da LA, de forma a poder-se contribuir com sugestões para o meio académico e também para o meio organizacional. Com vista a atingir o objetivo proposto, foi aplicado a Millennials atualmente no mercado de trabalho, um inquérito que resultou do questionário Authentic Leadership Questionnaire (ALQ) de Avolio et al. (2007), aumentado de duas questões, uma delas aberta. 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Os Entusiastas (n = 74) são Millennials que concordaram com praticamente tudo o que viram, extremamente positivos e em favor da LA. Os Céticos (n = 50), apesar de também positivos, apresentaram mais ponderações, maior variância e fizeram comentários ricos, críticos e equilibrados. Os Pragmáticos (n = 3), apesar de ser um cluster pequeno, revelaram um comportamento interessante, bastante firme, e digno de um olhar mais profundo. Entre os principais resultados, está o facto de os Pragmáticos entenderem que um líder pode "acreditar numa coisa e fazer outra" sem depreciar a qualidade da liderança (perspetiva moral interna), o que está em total desacordo com o que defende a teoria da LA e com o que pensam os Entusiastas e os Céticos. Os Pragmáticos pensam ainda que, um líder pode "filtrar informações, fingir e atuar" se necessário (transparência relacional), ou seja, a transparência não precisa de ocorrer sempre para que a liderança seja considerada boa. Por fim, a análise das respostas abertas, revelou que a LA foi vista por uma parte da Geração Y, como demasiado rígida, distante da realidade e muito subjetiva. Finalmente, embora a perceção global da LA seja positiva, ficou evidente que há um espaço claro para melhorias. As mulheres desta geração são mais entusiastas em relação à LA e os homens são mais céticos. Conclui-se ainda que, as componentes autoconsciência e processamento equilibrado são percebidas como extremamente importantes para os três clusters, informação valiosa para as organizações atuais; a componente perspetiva moral interna divide claramente as opiniões e a componente transparência relacional é a menos popular da abordagem, ou seja, ambas precisam de atenção, tanto por parte das organizações como por parte dos investigadores do tema.Authentic Leadership (AL) has received a great deal of attention for the past 15 years. Built upon a modern concept of authenticity, the theory is rooted in four components: selfawareness, balanced processing, internalized moral perspective and relational transparency. The purpose of AL was to create a new form of leading and the authentic leader is someone who knows himself/herself (strengths, limitations, values and goals) and lives aligned with this in order to maintain ethics and develop more open and lasting relationships. On the other hand, the Generation Y (Millennial), which is the biggest generation in the workforce today, has a strong personality. The problem is that values of Millennials and values of the AL approach does not seem to completely match, and this is an issue because while AL proposes a new way of leading, Millennials are the leaders of the future and even of today. So, this research proposes to understand the perceptions of Millennials on AL and propose suggestions to scholars and organizations. As for the methodology, it can be best expressed as quantitative and descriptive. Primary data was collected through the ALQ (Authentic Leadership Questionnaire) (Avolio et al., 2007). The sample has 128 individuals and the data was first analyzed through descriptive statistics, then with two multivariate techniques: an OVERALS (non canonical correlation analysis) to encounter the most relevant variables, and a hierarchical cluster analysis to find relations and profiles. The overall results made clear that Millennials globally perceive AL in a positive way, even with the variance observed. After the multivariate techniques, three clusters were identified: the Enthusiasts (extremely positive individuals and in favor of AL); the Skeptics (still positive, but with ponderations); and the Pragmatics (very objective and with strong opinions). Among the main findings is the fact Pragmatics understand a leader may "believe in one thing and do another" without compromising leadership quality, the complete opposite of what AL suggests, and what Enthusiasts and Skeptics think. Additionally, Pragmatics think a leader can "filter information, pretend and act" if necessary, meaning that transparency does not need to occur all the time for a leadership to be considered good. Finally, AL was perceived as too rigid for some Millennials, also a bit distant from reality and with high subjectivity. As for the conclusions, the most important contributions were identifying that even though the global perception of AL is positive, there is clear room for improvement. Besides, women are more enthusiasts towards the approach and men are more critical. Also, selfawareness and balanced processing are fundamental elements for Millennials and for leadership in organizations today. As for internalized moral perspective and relational transparency, opinions are polemic. It may be important for Enthusiasts and Skeptics, but it is an issue for pragmatic Millennials and a potential threat to organizations.Ferreira, Eugénia Maria Dores MaiaSapientiaCotrim, Felipe Senna2020-03-27T17:55:13Z2019-07-262019-07-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/13661TID:202455882enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:25:50Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/13661Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:04:48.171136Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Diversos autores argumentam que o líder autêntico conhece as suas forças, limitações, emoções e objetivos, e que deve viver em coerência com isto para manter as organizações dentro dos trilhos éticos e construir relacionamentos mais abertos e duradouros. Apesar da popularidade ganha repentinamente, a teoria de LA sofreu críticas, tanto a nível da redundância relativamente a outras teorias de liderança (Banks et al., 2016) como a nível de constructo (Gardner et al., 2011). Mesmo assim, ainda é muito aceita e utilizada actualmente (George et al., 2007). Por outro lado, a Geração Y, também conhecida como Millennial, é desde 2015 a maior força de trabalho no mercado mundial, o que, supostamente, faz destes indivíduos, um público relevante para estudos sobre gestão e liderança. Os Millennials são indivíduos que, de uma forma geral, apresentam características fortes, como individualismo (Twenge, 2010), necessidade de feedback constante (Meister & Willyerd, 2010), e desejo por ascensão rápida na carreira (Ng et al., 2010). Perante este cenário, observa-se uma possível e provável colisão entre o comportamento dos Millennials e os valores defendidos pela teoria da LA. Com o presente estudo, pretende-se identificar as perceções dos Millennials sobre a teoria da LA, de forma a poder-se contribuir com sugestões para o meio académico e também para o meio organizacional. Com vista a atingir o objetivo proposto, foi aplicado a Millennials atualmente no mercado de trabalho, um inquérito que resultou do questionário Authentic Leadership Questionnaire (ALQ) de Avolio et al. (2007), aumentado de duas questões, uma delas aberta. Os dados recolhidos foram tratados e analisados estatisticamente com o intuito de se encontrarem (ou não) relações entre as atitudes dos respondentes no local de trabalho e a respetiva perceção sobre LA. A análise estatística utilizada enquadra-se na metodologia quantitativa e descritiva. Numa primeira fase, foram utilizadas medidas de estatística descritiva para se caracterizar a amostra, e numa segunda fase, utilizaram-se métodos de estatística multivariada, nomeadamente o método OVERALS seguido de uma formação de clusters hierárquica, de forma a encontrarem-se segmentos diferenciados nas relações em estudo. Os dados foram tratados com recurso ao software SPSS 24.0. A amostra (n = 128) é constituída maioritariamente por indivíduos de nacionalidade brasileira (90,6%) e sem diferenciação significativa relativamente ao género (51,6% são mulheres e 48,4% são homens). No que tange aos resultados, as estatísticas descritivas ilustraram as perceções globais dos Millennials sobre LA e também sobre cada uma das quatro componentes. Ficou evidente que, a autoconsciência e o processamento equilibrado foram elementos considerados muito importantes. Por outro lado, a perspetiva moral interna e a transparência relacional obtiveram avaliações médias mais baixas e variância mais alta. Em geral, trata-se de um tipo de liderança positiva, conforme analisado na revisão da literatura. Porém, a finalidade da metodologia OVERALS foi a de captar relações menos evidentes entre as respostas dadas. Das questões do questionário utilizado, consideraram-se 16 variáveis iniciais, que através do método OVERALS, resultaram somente em 6 variáveis consideradas extremamente relevantes. Com base nestes resultados, consideraram-se três clusters de indivíduos: os Entusiastas, os Céticos, e os Pragmáticos. Os Entusiastas (n = 74) são Millennials que concordaram com praticamente tudo o que viram, extremamente positivos e em favor da LA. Os Céticos (n = 50), apesar de também positivos, apresentaram mais ponderações, maior variância e fizeram comentários ricos, críticos e equilibrados. Os Pragmáticos (n = 3), apesar de ser um cluster pequeno, revelaram um comportamento interessante, bastante firme, e digno de um olhar mais profundo. Entre os principais resultados, está o facto de os Pragmáticos entenderem que um líder pode "acreditar numa coisa e fazer outra" sem depreciar a qualidade da liderança (perspetiva moral interna), o que está em total desacordo com o que defende a teoria da LA e com o que pensam os Entusiastas e os Céticos. Os Pragmáticos pensam ainda que, um líder pode "filtrar informações, fingir e atuar" se necessário (transparência relacional), ou seja, a transparência não precisa de ocorrer sempre para que a liderança seja considerada boa. 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