Construir respostas a partir dos recursos e competências dos territórios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, J. Cadima
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Remoaldo, Paula Cristina Almeida
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/12025
Resumo: Os recursos são a base da actividade económica de um território. Não obstante, alguns territórios podem apresentar-se bem dotados de recursos e carecerem de competências. As competências exprimem-se na capacidade de combinar os recursos para deles tirar utilidade ou proveito. O desenvolvimento da actividade económica, em geral, requer a combinação e a coordenação eficiente dos recursos existentes nos territórios. Para que os territórios tirem partido da sua dotação em recursos, é necessário que os actores económicos usem as referências territoriais para incrementar o valor dos seus produtos junto dos consumidores, ao mesmo tempo que conseguem diferenciá-los dos oferecidos pelos concorrentes. As contrapartidas financeiras conseguidas pelas empresas locais dependem da capacidade revelada por estas de se apropriarem das rendas geradas pela vantagem competitiva que repousa nos recursos e competências do território. Num momento em que a economia portuguesa vem atravessando um período de profunda crise e indecisão sobre as bases em que vai construir o seu futuro, parece-nos oportuno trazer aqui estas notas sobre as bases do desenvolvimento dos territórios e, logo, dos países, questionando leituras apressadas e de índole genérica que vão sendo feitas. As razões da crise são várias. Num livro recente, Vítor Bento (2009, p.19), vê a origem das dificuldades que Portugal vem atravessando no “deslumbramento da afluência adquirida” num passado recente, que levou a descurar as virtudes da boa “gestão caseira”. Mais genericamente, fala-se de “esgotamento do modelo” de crescimento seguido por Portugal no último quarto do século XX. Não é rigorosamente igual a leitura que fazemos da “crise”, mas não nos custa subscrever a análise nesta passagem, ainda que esse não seja o elemento que nos importa reter aqui. No presente texto, importa-nos sublinhar que a resposta há-de estar nos recursos e capacidades dos nossos territórios e numa boa articulação entre o económico, o social e o político na procura de respostas que tenham cabimento à luz das potencialidades de cada uma das nossas regiões e do país. A criatividade e a ousadia são também peças desse caminho. Nas secções seguintes deste artigo procura se sublinhar a existência de oportunidades económicas e de vias para o seu aproveitamento que ou não têm sido consideradas ou têm sido subaproveitadas. Não se pretende que se conclua que o caminho a percorrer se esgota em apostas deste tipo ou restritas aos sectores que são invocados nesta análise. Na perspectiva do desenvolvimento, desejamos, antes, sublinhar a necessidade de um olhar diferente para os recursos e territórios, e de uma forma diferente de fazer política. Os casos que se invocam são os do turismo cultural, e de Guimarães como destino turístico a potenciar, e dos vinhos de qualidade nacionais, aqui trazidos no contexto do questionamento das virtualidades do recurso a novos canais de distribuição. O texto conclui-se com breves recomendações de política.
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