Re(H)abilitar no inicio do ciclo vital

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Liliana Sofia Pinto da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2808
Resumo: Enquadramento: Este relatório assenta no percurso formativo de um estágio de natureza profissional que integra uma vertente investigativa, dedicado à idade pediátrica, focado em duas importantes causas de morbilidade, sensíveis aos contributos da enfermagem de reabilitação –as doenças respiratórias e a prematuridade. Assim, é abordada a Reabilitação Respiratória na criança, sintetizando as suas particularidades anatómicas e fisiológicas, as diferentes técnicas de reabilitação funcional respiratória desenvolvidas durante o estágio e outros aspetos relevantes da prática clínica. Segue-se o enquadramento da enfermagem de reabilitação na Neonatologia, onde a sobrevivência de neonatos prematuros e em situações clínicas de grande complexidade realça a necessidade de garantir cuidados de saúde capazes de promover o melhor desenvolvimento possível para que cada criança atinja o seu máximo potencial. Sendo a aquisição de autonomia alimentar um dos principais desafios da prematuridade, neste trabalho aprofunda-se esta problemática e é apresentado o estudo desenvolvido nesta área particular. Metodologia: Através de uma abordagem crítica-reflexiva são explorados conceitos e questões que vão de encontro ao desenho do estágio. No âmbito da investigação, foi conduzido um estudo quase-experimental, com o objetivo de identificar os efeitos da implementação do PIOMI na alimentação oral, nos RNPT com idade gestacional entre as 33-35 semanas, internados numa neonatologia de nível terciário portuguesa. A amostra incluiu 10 crianças, divididas em dois grupos, sendo que um recebeu os cuidados standard da unidade e outro grupo recebeu o protocolo Premature Infant Oral Motor Intervention, durante 14 dias consecutivos, uma vez por dia. Resultados: A enfermagem de reabilitação na idade pediátrica, mantendo as suas raízes assentes nas teorias do autocuidado e das transições que suportam os cuidados de reabilitação, incorpora modelos de cuidados centrados na família e de cuidados atraumáticos, atentando às questões desenvolvimentais. A Reabilitação Funcional Respiratória contribui para ganhos em saúde na criança com doença respiratória, sendo essencial adequar as técnicas às particularidades anatómicas, fisiológicas e comportamentais. No contexto de uma unidade de neonatalogia, os modelos neuroprotetores e desenvolvimentais são fundamentais para enquadrar todos os cuidados, incluindo os cuidados da Enfermagem de Reabilitação, que potenciam o desenvolvimento, desde uma fase precoce, agindo sobre as funções respiratória, motora, sensorial, alimentação e educação parental. Os programas de reabilitação da função alimentar incluem técnicas de estimulação das competências orais - entre as quais a estimulação oromotora - enquadradas numa abordagem neuroprotetora e desenvolvimental, instrumentos de avaliação das competências orais e educação parental. No estudo desenvolvido, verificou-se que o protocolo de intervenção oromotora selecionado contribuiu significativamente para a maturação das competências orais, mas não para a redução do tempo de transição da gavagem para a ingestão oral autónoma, nem para o tempo de hospitalização. Contudo, o grupo PIOMI iniciou o treino de alimentação oral numa idade corrigida tendencialmente mais precoce. Conclusões: A aplicação do PIOMI por EEER contribuiu para a maturação das competências orais no RNPT e não impactou negativamente a evolução ponderal, mas não contribui para diminuir o número de dias necessários para a aquisição de autonomia alimentar, nem o tempo de hospitalização.
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Segue-se o enquadramento da enfermagem de reabilitação na Neonatologia, onde a sobrevivência de neonatos prematuros e em situações clínicas de grande complexidade realça a necessidade de garantir cuidados de saúde capazes de promover o melhor desenvolvimento possível para que cada criança atinja o seu máximo potencial. Sendo a aquisição de autonomia alimentar um dos principais desafios da prematuridade, neste trabalho aprofunda-se esta problemática e é apresentado o estudo desenvolvido nesta área particular. Metodologia: Através de uma abordagem crítica-reflexiva são explorados conceitos e questões que vão de encontro ao desenho do estágio. No âmbito da investigação, foi conduzido um estudo quase-experimental, com o objetivo de identificar os efeitos da implementação do PIOMI na alimentação oral, nos RNPT com idade gestacional entre as 33-35 semanas, internados numa neonatologia de nível terciário portuguesa. A amostra incluiu 10 crianças, divididas em dois grupos, sendo que um recebeu os cuidados standard da unidade e outro grupo recebeu o protocolo Premature Infant Oral Motor Intervention, durante 14 dias consecutivos, uma vez por dia. Resultados: A enfermagem de reabilitação na idade pediátrica, mantendo as suas raízes assentes nas teorias do autocuidado e das transições que suportam os cuidados de reabilitação, incorpora modelos de cuidados centrados na família e de cuidados atraumáticos, atentando às questões desenvolvimentais. A Reabilitação Funcional Respiratória contribui para ganhos em saúde na criança com doença respiratória, sendo essencial adequar as técnicas às particularidades anatómicas, fisiológicas e comportamentais. No contexto de uma unidade de neonatalogia, os modelos neuroprotetores e desenvolvimentais são fundamentais para enquadrar todos os cuidados, incluindo os cuidados da Enfermagem de Reabilitação, que potenciam o desenvolvimento, desde uma fase precoce, agindo sobre as funções respiratória, motora, sensorial, alimentação e educação parental. Os programas de reabilitação da função alimentar incluem técnicas de estimulação das competências orais - entre as quais a estimulação oromotora - enquadradas numa abordagem neuroprotetora e desenvolvimental, instrumentos de avaliação das competências orais e educação parental. No estudo desenvolvido, verificou-se que o protocolo de intervenção oromotora selecionado contribuiu significativamente para a maturação das competências orais, mas não para a redução do tempo de transição da gavagem para a ingestão oral autónoma, nem para o tempo de hospitalização. Contudo, o grupo PIOMI iniciou o treino de alimentação oral numa idade corrigida tendencialmente mais precoce. Conclusões: A aplicação do PIOMI por EEER contribuiu para a maturação das competências orais no RNPT e não impactou negativamente a evolução ponderal, mas não contribui para diminuir o número de dias necessários para a aquisição de autonomia alimentar, nem o tempo de hospitalização.Framing: This report lays on the educational path crossed along a clinical practicum in pediatric age, focusing on two important causes of morbidity in the pediatric age, both gaining with rehabilitation nursing expertise – respiratory diseases and prematurity. Thus, respiratory rehabilitation in children is addressed, synthesizing the anatomical and physiological particularities of the child, the different techniques of respiratory functional rehabilitation developed during the practicum and other relevant aspects of clinical practice. The following is the framework of rehabilitation nursing in Neonatology, where the survival of preterm neonates and clinical situations of great complexity highlights the need to ensure health care capable of promoting the best possible development so that each child reaches its maximum potential. Since the acquisition of independent oral feeding is one of the main challenges of prematurity, this work deepens this problem and the study developed in this specific area is presented. Methodology: Using a critical-reflexive approach, the author explores concepts and issues in line with the design of the practicum. In the scope of the research, a quasi-experimental study was conducted with the aim of identifying the effects of an oral motor stimulation program in the transition from tube to full oral feeding in preterm infants between 33-35 weeks of gestational or post-menstrual age, hospitalized in a Portuguese level 3 neonatology unit. The sample included 10 children, divided into two groups, one of which received standard care from the unit and another group received the Premature Infant Oral Motor Intervention protocol for 14 consecutive days, once a day. Results: Rehabilitation nursing in pediatric age, maintaining its roots in the theories of self-care and transitions that support rehabilitation care, incorporates models of family centered care and atraumatic care, being aware of the developmental specificities. Respiratory therapy contributes to health gains in children with respiratory disease, and it is essential to adapt the techniques to the anatomical, physiological, and behavioral particularities. In the context of a neonatology unit, neuroprotective and developmental models are fundamental to frame all care, including rehabilitation nursing care, which enhances the development, from an early stage, acting on respiratory, motor, feeding, sensory functions and parental education. Rehabilitation care plans include techniques that promote oral skills - including oral motor stimulation - under a neuroprotective and developmental approach, oral skills assessment instruments and parental education. In the study developed, it was found that the selected oral motor intervention technique contributed significantly to the maturation of oral skills, but not to the reduction of the transition time from gavage to autonomous oral intake, nor to the time of hospitalization. However, the PIOMI group tended to start oral feeding in an earlier postmenstrual age. Conclusions: The application of PIOMI by EEER contributed to the maturation of oral competencies in the PTNB and did not negatively impact the weight evolution but did not contribute to reducing the number of days necessary for the acquisition of independent oral feeding, nor the time of hospitalization.2022-11-11T12:51:15Z2022-10-19T00:00:00Z2022-10-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/2808TID:203096380porSilva, Liliana Sofia Pinto dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:33:22Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/2808Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:43:03.145957Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description Enquadramento: Este relatório assenta no percurso formativo de um estágio de natureza profissional que integra uma vertente investigativa, dedicado à idade pediátrica, focado em duas importantes causas de morbilidade, sensíveis aos contributos da enfermagem de reabilitação –as doenças respiratórias e a prematuridade. Assim, é abordada a Reabilitação Respiratória na criança, sintetizando as suas particularidades anatómicas e fisiológicas, as diferentes técnicas de reabilitação funcional respiratória desenvolvidas durante o estágio e outros aspetos relevantes da prática clínica. Segue-se o enquadramento da enfermagem de reabilitação na Neonatologia, onde a sobrevivência de neonatos prematuros e em situações clínicas de grande complexidade realça a necessidade de garantir cuidados de saúde capazes de promover o melhor desenvolvimento possível para que cada criança atinja o seu máximo potencial. Sendo a aquisição de autonomia alimentar um dos principais desafios da prematuridade, neste trabalho aprofunda-se esta problemática e é apresentado o estudo desenvolvido nesta área particular. Metodologia: Através de uma abordagem crítica-reflexiva são explorados conceitos e questões que vão de encontro ao desenho do estágio. No âmbito da investigação, foi conduzido um estudo quase-experimental, com o objetivo de identificar os efeitos da implementação do PIOMI na alimentação oral, nos RNPT com idade gestacional entre as 33-35 semanas, internados numa neonatologia de nível terciário portuguesa. A amostra incluiu 10 crianças, divididas em dois grupos, sendo que um recebeu os cuidados standard da unidade e outro grupo recebeu o protocolo Premature Infant Oral Motor Intervention, durante 14 dias consecutivos, uma vez por dia. Resultados: A enfermagem de reabilitação na idade pediátrica, mantendo as suas raízes assentes nas teorias do autocuidado e das transições que suportam os cuidados de reabilitação, incorpora modelos de cuidados centrados na família e de cuidados atraumáticos, atentando às questões desenvolvimentais. A Reabilitação Funcional Respiratória contribui para ganhos em saúde na criança com doença respiratória, sendo essencial adequar as técnicas às particularidades anatómicas, fisiológicas e comportamentais. No contexto de uma unidade de neonatalogia, os modelos neuroprotetores e desenvolvimentais são fundamentais para enquadrar todos os cuidados, incluindo os cuidados da Enfermagem de Reabilitação, que potenciam o desenvolvimento, desde uma fase precoce, agindo sobre as funções respiratória, motora, sensorial, alimentação e educação parental. Os programas de reabilitação da função alimentar incluem técnicas de estimulação das competências orais - entre as quais a estimulação oromotora - enquadradas numa abordagem neuroprotetora e desenvolvimental, instrumentos de avaliação das competências orais e educação parental. No estudo desenvolvido, verificou-se que o protocolo de intervenção oromotora selecionado contribuiu significativamente para a maturação das competências orais, mas não para a redução do tempo de transição da gavagem para a ingestão oral autónoma, nem para o tempo de hospitalização. Contudo, o grupo PIOMI iniciou o treino de alimentação oral numa idade corrigida tendencialmente mais precoce. Conclusões: A aplicação do PIOMI por EEER contribuiu para a maturação das competências orais no RNPT e não impactou negativamente a evolução ponderal, mas não contribui para diminuir o número de dias necessários para a aquisição de autonomia alimentar, nem o tempo de hospitalização.
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