O povoado do Monte das Cabeceiras 2
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Publication Date: | 2015 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.26/18063 |
Summary: | O povoado do Monte das Cabeceiras 2 localiza-se na freguesia da Cabeça Gorda, concelho e distrito de Beja. Este não se encontra implantado num local com grande visibilidade, estando situado sobranceiro a uma linha de água denominada Barranco dos Almadas. O povoado encontra-se fortificado por cinco fossos e um sexto, identificado somente a Norte. Nos trabalhos de minimização de impactes para a construção do bloco de rega foram intervencionadas secções dos seis fossos a Norte e cinco a Sul, e uma vastidão de estruturas negativas tipo fossa (70 estruturas). Na presente tese estudaram-se três estruturas tipo fossa (Fossa 16, 13 e 54), localizadas na área central do povoado, no interior do designado Fosso 4. Estas estruturas apresentavam formas e enchimentos díspares, destacando-se uma inumação primária no interior da Fossa 13, uma inumação secundária na Fossa 54, com a deposição de um grande vaso globular inteiro e um almofariz associado a esta última deposição e, na Fossa 16, um nível estruturado com uma lâmina em anfibolito e um ídolo Almeriense. A componente artefactual revelou uma maior quantidade de elementos cerâmicos em relação aos líticos. Nos elementos cerâmicos predominam as formas abertas de tipo prato; a cerâmica decorada é muito escassa. A argila de construção é bastante abundante em todo o povoado e o mesmo acontece nos contextos estudados. Nos elementos de tear identificaram-se somente pesos em forma de crescente e um cossoiro na totalidade da área intervencionada. A componente lítica destaca-se pela existência de um grande conjunto de elementos de moagem. Com o estudo da componente artefactual, aliado à identificação de sítios com materiais de cronologias semelhantes, juntamente com a datação proveniente da Fossa 16, concluiu-se que estes contextos apresentam uma cronologia calcolítica. Após a análise do conjunto artefactual verificou-se que o MCB2 seria um povoado que já praticava uma agricultura intensiva, e que a dieta seria à base de cereais e carnes dada a vasta quantidade de reatos faunísticos recolhidos. Estes dados complementam-se com a predominância de formas abertas na componente cerâmica e com a grande quantidade de elementos de moagem. Admitir uma funcionalidade para estas estruturas talvez tenha sido o maior desafio da presente dissertação. Apesar de todas as teorias analisadas e discutidas ao longo da tese, admite-se que estas estruturas teriam uma funcionalidade primária, designadamente a de O Povoado do Monte das Cabeceiras 2 – Estudo dos Interfaces Negativos e Análise da Componente Artefactual das Fossas 16, 13 e 54 VI armazenar os excedentes da produção. Após estas estruturas perderem essa funcionalidade, foram colmatadas por níveis de despejo, níveis estruturados e utilizações funerárias. A problemática da fortificação deste povoado é uma questão pertinente, dado se encontrar localizado numa zona sem domínio da área envolvente. Esta questão ultrapassou-se pela simples razão de a área envolvente ao MCB2 deter uma grande aptidão para a agricultura e, consequentemente, por poder proporcionar excedentes de produção, que implicassem abertura de silos/depósitos para os armazenar e os fossos para defender esses mesmos recursos. |
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O povoado do Monte das Cabeceiras 2O estudo dos interfaces negativos e análise da componente artefactual das fossas 13, 16 e 54Povoados fortificadosFossosFossasCalcolíticoDomínio/Área Científica::Engenharia e TecnologiaO povoado do Monte das Cabeceiras 2 localiza-se na freguesia da Cabeça Gorda, concelho e distrito de Beja. Este não se encontra implantado num local com grande visibilidade, estando situado sobranceiro a uma linha de água denominada Barranco dos Almadas. O povoado encontra-se fortificado por cinco fossos e um sexto, identificado somente a Norte. Nos trabalhos de minimização de impactes para a construção do bloco de rega foram intervencionadas secções dos seis fossos a Norte e cinco a Sul, e uma vastidão de estruturas negativas tipo fossa (70 estruturas). Na presente tese estudaram-se três estruturas tipo fossa (Fossa 16, 13 e 54), localizadas na área central do povoado, no interior do designado Fosso 4. Estas estruturas apresentavam formas e enchimentos díspares, destacando-se uma inumação primária no interior da Fossa 13, uma inumação secundária na Fossa 54, com a deposição de um grande vaso globular inteiro e um almofariz associado a esta última deposição e, na Fossa 16, um nível estruturado com uma lâmina em anfibolito e um ídolo Almeriense. A componente artefactual revelou uma maior quantidade de elementos cerâmicos em relação aos líticos. Nos elementos cerâmicos predominam as formas abertas de tipo prato; a cerâmica decorada é muito escassa. A argila de construção é bastante abundante em todo o povoado e o mesmo acontece nos contextos estudados. Nos elementos de tear identificaram-se somente pesos em forma de crescente e um cossoiro na totalidade da área intervencionada. A componente lítica destaca-se pela existência de um grande conjunto de elementos de moagem. Com o estudo da componente artefactual, aliado à identificação de sítios com materiais de cronologias semelhantes, juntamente com a datação proveniente da Fossa 16, concluiu-se que estes contextos apresentam uma cronologia calcolítica. Após a análise do conjunto artefactual verificou-se que o MCB2 seria um povoado que já praticava uma agricultura intensiva, e que a dieta seria à base de cereais e carnes dada a vasta quantidade de reatos faunísticos recolhidos. Estes dados complementam-se com a predominância de formas abertas na componente cerâmica e com a grande quantidade de elementos de moagem. Admitir uma funcionalidade para estas estruturas talvez tenha sido o maior desafio da presente dissertação. Apesar de todas as teorias analisadas e discutidas ao longo da tese, admite-se que estas estruturas teriam uma funcionalidade primária, designadamente a de O Povoado do Monte das Cabeceiras 2 – Estudo dos Interfaces Negativos e Análise da Componente Artefactual das Fossas 16, 13 e 54 VI armazenar os excedentes da produção. Após estas estruturas perderem essa funcionalidade, foram colmatadas por níveis de despejo, níveis estruturados e utilizações funerárias. A problemática da fortificação deste povoado é uma questão pertinente, dado se encontrar localizado numa zona sem domínio da área envolvente. Esta questão ultrapassou-se pela simples razão de a área envolvente ao MCB2 deter uma grande aptidão para a agricultura e, consequentemente, por poder proporcionar excedentes de produção, que implicassem abertura de silos/depósitos para os armazenar e os fossos para defender esses mesmos recursos.Oosterbeek, LuizDelfino, DavideAlmeida, Nelson J.Repositório ComumSilva, Célia Maria Lopes da2017-03-09T11:27:37Z20152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/18063TID:201824655porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-10-20T10:51:59Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/18063Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:36:46.439148Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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