Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caria, Maria Margarida Pereira Faria de
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/8602
Resumo: Os solos ardidos são mais suscetíveis à erosão, consequência do desaparecimento do coberto do solo provocado pelo incêndio e ainda devido às alterações das características físicas e químicas do próprio solo, nomeadamente a nível da repelência, porosidade e estrutura. Portugal, devido a características como a aridez dos solos e precipitação irregular e intensa, encontra-se inserido no contexto da problemática da degradação dos solos, dado o elevado risco de incêndio associado aos países do Mediterrâneo. Neste trabalho, enquadrado no projeto FIRECNUTS (PTDC/AGRCFL/ 104559/2008), analisou-se a exportação hídrica da matéria orgânica do solo como consequência do incêndio ocorrido em 26 de Julho de 2010, na localidade de Ermida, pertencente ao concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, na região centro-norte de Portugal. A área ardida tinha aproximadamente 295 ha. Dentro desta área foram selecionadas três encostas, dois eucaliptais com geologia diferente (granito e xisto) e um pinhal (xisto) para o estudo do efeito sobre diferentes geologias e povoamentos florestais. Fora da área ardida foi ainda selecionado um eucaliptal não queimado (xisto), como base na comparação, para a avaliação do efeito do incêndio. Em cada uma das encostas foram instalados tanques de recolha de escorrência, quatro à escala de encosta e três micro-parcelas, à exceção da área não ardida que apenas apresentava as parcelas à escala de encosta. Além desta instalação foram ainda caracterizados os solos ao nível da matéria orgânica, textura e densidade aparente. A monitorização semanal iniciou-se aproximadamente 1 mês após o incêndio e teve a duração de 6 meses. Os resultados indicam, à microescala, maior risco de erosão em solos sobre xisto (259g.m-2) que em solos sobre granito (63 g.m-2), e menor risco de erosão no pinhal (27 g.m-2). Os resultados à escala de encosta sugerem um comportamento contrário na comparação de eucaliptais (485 vs 36g.m-2), e similares na comparação de eucaliptal com pinhal(36 vs 6 g.m-2). A encosta não queimada permite verificar que o incêndio aumenta a erosão, da mesma forma que o aumento da escala parece diminuir o risco de erosão, resultado de maiores interferências, maior tempo de contacto e perda de escorrência. Pode ainda verificar-se que os teores de matéria orgânica permanecem constantes ao longo do tempo, em todas as encostas e às duas escalas (cerca de 60%).
id RCAP_3382868b0b270c22eea9beda2e41a127
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/8602
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidasEngenharia do ambienteErosão do soloMatéria orgânicaIncêndios florestais - Impacto ambientalOs solos ardidos são mais suscetíveis à erosão, consequência do desaparecimento do coberto do solo provocado pelo incêndio e ainda devido às alterações das características físicas e químicas do próprio solo, nomeadamente a nível da repelência, porosidade e estrutura. Portugal, devido a características como a aridez dos solos e precipitação irregular e intensa, encontra-se inserido no contexto da problemática da degradação dos solos, dado o elevado risco de incêndio associado aos países do Mediterrâneo. Neste trabalho, enquadrado no projeto FIRECNUTS (PTDC/AGRCFL/ 104559/2008), analisou-se a exportação hídrica da matéria orgânica do solo como consequência do incêndio ocorrido em 26 de Julho de 2010, na localidade de Ermida, pertencente ao concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, na região centro-norte de Portugal. A área ardida tinha aproximadamente 295 ha. Dentro desta área foram selecionadas três encostas, dois eucaliptais com geologia diferente (granito e xisto) e um pinhal (xisto) para o estudo do efeito sobre diferentes geologias e povoamentos florestais. Fora da área ardida foi ainda selecionado um eucaliptal não queimado (xisto), como base na comparação, para a avaliação do efeito do incêndio. Em cada uma das encostas foram instalados tanques de recolha de escorrência, quatro à escala de encosta e três micro-parcelas, à exceção da área não ardida que apenas apresentava as parcelas à escala de encosta. Além desta instalação foram ainda caracterizados os solos ao nível da matéria orgânica, textura e densidade aparente. A monitorização semanal iniciou-se aproximadamente 1 mês após o incêndio e teve a duração de 6 meses. Os resultados indicam, à microescala, maior risco de erosão em solos sobre xisto (259g.m-2) que em solos sobre granito (63 g.m-2), e menor risco de erosão no pinhal (27 g.m-2). Os resultados à escala de encosta sugerem um comportamento contrário na comparação de eucaliptais (485 vs 36g.m-2), e similares na comparação de eucaliptal com pinhal(36 vs 6 g.m-2). A encosta não queimada permite verificar que o incêndio aumenta a erosão, da mesma forma que o aumento da escala parece diminuir o risco de erosão, resultado de maiores interferências, maior tempo de contacto e perda de escorrência. Pode ainda verificar-se que os teores de matéria orgânica permanecem constantes ao longo do tempo, em todas as encostas e às duas escalas (cerca de 60%).Burnt soils are more susceptible to erosion, as a consequence of the disappearance of the topsoil caused by wildfires and also due to changes in physical and chemical characteristics of the soil itself, namely, in repellence, porosity and structure. Portugal, due to features as the aridity of soil and irregular and intense rainfall, is included in the context of soil degradation, given the high risk of fire associated to Mediterranean countries. In this study, framed in the project FIRECNUTS (PTDC/AGR-CFL/104559/2008), hydric exportation of soil’s organic matter was analysed, as a consequence of the fire that occurred in the 26th of July in 2010, in Ermida, district of Aveiro, in the Central-North region in Portugal. The burnt area had about 295 ha. Inside this area 3 slopes were selected, 2 eucalypt plantations with different geology (granite and schist) and a pine plantation (schist) for the study of the effects over different types of geology and woodlands. Outside the burnt area, was also selected an unburned eucalypt plantation (schist), as a basis of comparison, to evaluate the effect of the fire. In each of the slopes were installed tanks to collect run-off, four at slope-scale and three at micro-plot scale, with the exception of the unburned area that only had slope-scale plots. Besides this installation, soils were characterized at the level of organic matter, texture and bulk density. The weekly monitoring began approximately one month after the fire and lasted 6 months. The results indicate, at micro-scale, increased risk of erosion on soils upon schist (259g.m-2) than in soils upon granite (63 gm-2), and less risk of erosion in the pine forest (27 gm-2). The results, at slope-scale, suggest an opposite behaviour in the comparison between eucalypt plantations (granite and schist) (485 vs 36 g.m-2), and similar behaviour when comparing eucalypt plantations (schist) with pine forest (schist) (36 vs 6 g.m-2). The unburned slope shows that fire increases erosion, just as higher scales seem to reduce the risk of erosion, as a result of bigger interference, more contact time and run-off loss. It can be also verified that the organic matter levels remain constant over the time, in all slopes and at both scales (about 60%).Universidade de Aveiro2012-05-17T10:34:51Z2011-01-01T00:00:00Z2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/8602porCaria, Maria Margarida Pereira Faria deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:14:26Zoai:ria.ua.pt:10773/8602Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:45:39.272413Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
title Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
spellingShingle Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
Caria, Maria Margarida Pereira Faria de
Engenharia do ambiente
Erosão do solo
Matéria orgânica
Incêndios florestais - Impacto ambiental
title_short Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
title_full Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
title_fullStr Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
title_full_unstemmed Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
title_sort Erosão e exportação de matéria orgânica do solo em áreas ardidas
author Caria, Maria Margarida Pereira Faria de
author_facet Caria, Maria Margarida Pereira Faria de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Caria, Maria Margarida Pereira Faria de
dc.subject.por.fl_str_mv Engenharia do ambiente
Erosão do solo
Matéria orgânica
Incêndios florestais - Impacto ambiental
topic Engenharia do ambiente
Erosão do solo
Matéria orgânica
Incêndios florestais - Impacto ambiental
description Os solos ardidos são mais suscetíveis à erosão, consequência do desaparecimento do coberto do solo provocado pelo incêndio e ainda devido às alterações das características físicas e químicas do próprio solo, nomeadamente a nível da repelência, porosidade e estrutura. Portugal, devido a características como a aridez dos solos e precipitação irregular e intensa, encontra-se inserido no contexto da problemática da degradação dos solos, dado o elevado risco de incêndio associado aos países do Mediterrâneo. Neste trabalho, enquadrado no projeto FIRECNUTS (PTDC/AGRCFL/ 104559/2008), analisou-se a exportação hídrica da matéria orgânica do solo como consequência do incêndio ocorrido em 26 de Julho de 2010, na localidade de Ermida, pertencente ao concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, na região centro-norte de Portugal. A área ardida tinha aproximadamente 295 ha. Dentro desta área foram selecionadas três encostas, dois eucaliptais com geologia diferente (granito e xisto) e um pinhal (xisto) para o estudo do efeito sobre diferentes geologias e povoamentos florestais. Fora da área ardida foi ainda selecionado um eucaliptal não queimado (xisto), como base na comparação, para a avaliação do efeito do incêndio. Em cada uma das encostas foram instalados tanques de recolha de escorrência, quatro à escala de encosta e três micro-parcelas, à exceção da área não ardida que apenas apresentava as parcelas à escala de encosta. Além desta instalação foram ainda caracterizados os solos ao nível da matéria orgânica, textura e densidade aparente. A monitorização semanal iniciou-se aproximadamente 1 mês após o incêndio e teve a duração de 6 meses. Os resultados indicam, à microescala, maior risco de erosão em solos sobre xisto (259g.m-2) que em solos sobre granito (63 g.m-2), e menor risco de erosão no pinhal (27 g.m-2). Os resultados à escala de encosta sugerem um comportamento contrário na comparação de eucaliptais (485 vs 36g.m-2), e similares na comparação de eucaliptal com pinhal(36 vs 6 g.m-2). A encosta não queimada permite verificar que o incêndio aumenta a erosão, da mesma forma que o aumento da escala parece diminuir o risco de erosão, resultado de maiores interferências, maior tempo de contacto e perda de escorrência. Pode ainda verificar-se que os teores de matéria orgânica permanecem constantes ao longo do tempo, em todas as encostas e às duas escalas (cerca de 60%).
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-01-01T00:00:00Z
2011
2012-05-17T10:34:51Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/8602
url http://hdl.handle.net/10773/8602
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade de Aveiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137508587470848