Estudos de atividade biológica do exopolissacarídeo e da biomassa da microalga porphydium cruentum

• Autor(a) principal: Vasconcelos, Helena Patrícia Sousa de
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/37925
• topic: Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Outras Engenharias e Tecnologias

Porphyridium sp. é uma microalga que se encontra encapsulada dentro de um gel de exopolissacarídeos sulfatados (EPS). Os EPS’s possuem comportamentos de fluido dinâmico com produção de soluções altamente viscosas e de elevado peso molecular. Sabe-se que estes polissacarídeos possuem atividade biológica relevante em diversas aplicações, desde cosméticos, medicamentos e alimentação. Com este trabalho pretende-se otimizar os parâmetros de cultura e produção da microalga marinha Porphyridium cruentum, nomeadamente o EPS por ela produzido. Para isso, a microalga foi cultivada em meio de cultura NTIP e estudou-se a suplementação do mesmo com sulfato de magnésio (NTIP-MgSO4) e cloreto de magnésio (NTIP-MgCl2). Com este teste verificou-se uma extensão da fase exponencial no meio NTIP-MgSO4 quando comparado com o controlo (NTIP) e NTIP-MgCl2. Pretende-se também verificar a ação do EPS em relação a potenciais patogénicos humanos. Para isso, realizaram-se vários perfis de atividades biológicas, nomeadamente a capacidade antibacteriana, antifúngica e antibiofilme bacterianos. O EPS revelou capacidade antimicrobiana dependente da concentração. A 4% de EPS, o MRSA foi o que apresentou maior percentagem de inibição (~11%), seguido de S. enteritidis (~9%), E. coli (~7%) e C. albicans (~6%). P. aeruginosa foi o único microrganismo que não apresentou qualquer inibição em nenhuma das concentrações testadas. O EPS foi também testado para M. canis e T. rubrum, observando-se ausência de atividade antifúngica para o método testado. Estudou-se também o perfil prebiótico do EPS para 9 bactérias probióticas. Quando colocadas em meio MRS com glucose adicionando EPS, as bactérias L. plantarum, L. acidophilus La-5 (aerobiose) e L. acidophylus Ki, foram as que apresentaram maiores percentagens de estimulação, ~5%, ~19% e ~22% respetivamente. Relativamente ao estudo da capacidade antibiofilme bacteriano do EPS, testou-se para P. aeruginosa não se observando nenhuma atividade de antibiofilme por parte do EPS. Foi também estudada a fração da biomassa de P. cruentum onde se verificou a inibição de S. enteritidis e MSSA em extratos de clorofórmio, hexano e etanol. Este último extrato revelou ser o mais eficaz pois foi o que apresentou maiores valores de percentagens de inibição. Assim, Porphyridium cruentum demonstrou um efeito antimicrobiano seletivo, com potencial efeito prebiótico, assegurando assim um interesse elevado em aplicações alimentares, cosmética ou biomédicas.