O consumo de substâncias psicoactivas, a saúde e a saúde mental numa amostra de reclusos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marinho, Ana Mónica
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/967
Resumo: Este trabalho teve como principal objectivo o estudo da inter-relação entre o consumo de substâncias psicoactivas e a saúde / saúde mental numa amostra de reclusos de dois Estabelecimentos Prisionais do sistema prisional português. Realizou-se um estudo descritivo transversal com aplicação de um questionário constituído por 4 secções: a) dados sócio-demográficos; b) avaliação da saúde através do EQ e da saúde mental através do CORE-OM; c) avaliação do consumo / dependência de substâncias psicoactivas (tabaco, álcool, drogas ilegais) e d) grau de informação / consciência relativamente às consequências do consumo destas substâncias. A amostra incluiu 60 reclusos do sexo masculino e maiores de 18 anos (média de idade = 38,45, desvio padrão = 10,99). Os resultados indicaram que a maioria dos participantes consumia substâncias psicoactivas. O tabaco foi a substância mais consumida (78,33%), seguido pelo álcool (68,97%) e pelas drogas ilegais (65,00%). A auto-avaliação da saúde através do EQ-VAS foi razoável (valor absoluto = 78,37 numa escala de 0 a 100) e a grande maioria dos participantes auto-avaliou-se sem problemas nas cinco dimensões do EQ-5d. Na saúde mental, avaliada pelo CORE-OM, a maioria (68,30%) dos participantes manifesta um grau de afectação de ligeiro (inclusive) a moderado. Os resultados de nível bom apenas se verificaram em 13,33% dos participantes. A auto-avaliação de saúde, pelo EQ-VAS, foi superior nos consumidores de álcool (81) com risco de alcoolismo (90) e/ou com provável dependência e problemas associadas ao consumo de álcool (86) bem como, naqueles com dependência média da nicotina (81). A auto-avaliação da saúde mental pelo CORE-OM foi considerada boa, principalmente, nos indivíduos com alta dependência da nicotina (28,60%) e naqueles sem risco de alcoolismo (22,70%). O pior grau de afectação de saúde mental registou-se maioritariamente nos reclusos com maior dependência de álcool (44,40%) e nos consumidores de drogas ilegais (20,50%). Os resultados do CORE-OM na população geral foram melhores do que os observados na amostra deste estudo, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa. Este estudo aponta para a necessidade de melhor compreensão das causas e das consequências das altas prevalências do consumo de substâncias psicoactivas nos reclusos, assim como da eventualmente falsa percepção de uma melhor saúde nos consumidores de substâncias psicoactivas. Espera-se que os resultados apresentados encorajem intervenções de saúde pública, na medida em que a pena de prisão pode ser uma oportunidade privilegiada para um tratamento adequado de diversos problemas de saúde, incluindo o abuso e dependência de substâncias.
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A amostra incluiu 60 reclusos do sexo masculino e maiores de 18 anos (média de idade = 38,45, desvio padrão = 10,99). Os resultados indicaram que a maioria dos participantes consumia substâncias psicoactivas. O tabaco foi a substância mais consumida (78,33%), seguido pelo álcool (68,97%) e pelas drogas ilegais (65,00%). A auto-avaliação da saúde através do EQ-VAS foi razoável (valor absoluto = 78,37 numa escala de 0 a 100) e a grande maioria dos participantes auto-avaliou-se sem problemas nas cinco dimensões do EQ-5d. Na saúde mental, avaliada pelo CORE-OM, a maioria (68,30%) dos participantes manifesta um grau de afectação de ligeiro (inclusive) a moderado. Os resultados de nível bom apenas se verificaram em 13,33% dos participantes. A auto-avaliação de saúde, pelo EQ-VAS, foi superior nos consumidores de álcool (81) com risco de alcoolismo (90) e/ou com provável dependência e problemas associadas ao consumo de álcool (86) bem como, naqueles com dependência média da nicotina (81). A auto-avaliação da saúde mental pelo CORE-OM foi considerada boa, principalmente, nos indivíduos com alta dependência da nicotina (28,60%) e naqueles sem risco de alcoolismo (22,70%). O pior grau de afectação de saúde mental registou-se maioritariamente nos reclusos com maior dependência de álcool (44,40%) e nos consumidores de drogas ilegais (20,50%). Os resultados do CORE-OM na população geral foram melhores do que os observados na amostra deste estudo, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa. Este estudo aponta para a necessidade de melhor compreensão das causas e das consequências das altas prevalências do consumo de substâncias psicoactivas nos reclusos, assim como da eventualmente falsa percepção de uma melhor saúde nos consumidores de substâncias psicoactivas. Espera-se que os resultados apresentados encorajem intervenções de saúde pública, na medida em que a pena de prisão pode ser uma oportunidade privilegiada para um tratamento adequado de diversos problemas de saúde, incluindo o abuso e dependência de substâncias.The main objective of this Project was to study the interrelationship between the consumption of psychoactive substances and health / mental health in a sample of inmates from two Portuguese establishments. A cross sectional study was conducted with the application of a survey comprising four sections: a) socio-demographic data, b) assessment of health by the EQ and mental health through the CORE-OM; c) evaluation of consumption / dependence of psychoactive substances (tobacco, alcohol and illegal drugs) and d) degree of information / awareness regarding the consequences of consumption of these substances. The sample included 60 male inmates older than 18 years old (mean age = 38,45, SD = 10,99). The results indicated that most participants consumed psychoactive substances. Tobacco was the most consumed substance (78,33%), followed by alcohol (68,97%) and by illegal drugs (65,00%). Self-rated health by EQ-VAS was reasonable (absolute value = 78,37 on a scale of 0 to 100) and the vast majority of participants self-assessed themselves without problems in the five dimensions of EQ-5D. The mental health assessed by the CORE-OM was mostly presented (68,30%) from a mild to a moderate degree of allocation. The results of good level only occurred in 13,33% of participants. Self-rated health by EQ-VAS was higher in inmates consuming alcohol (81) with risk of alcoholism (90) and / or probable dependence and problems associated with alcohol consumption (86) and those with average nicotine dependence (81). The best CORE-OM’s results occurred in individuals with highs levels of nicotine dependence (28,60%) and those without risk of alcoholism (22,70%). The worst level of mental health was present mostly in alcohol consumers with higher alcohol dependence (44,40%) as well as on Illegal drugs consumers (20,50%). The results of the CORE-OM in the general population were higher than those observed in our sample, but this difference was not statistically significant. This study highlights the need for a better understanding of the causes and consequences of the high prevalence of consumption of psychoactive substances on the inmates, as well as the possibly false perception of better health for those who consume psychoactive substances. It is hoped that the results presented encourage public health interventions because jail time can be a good opportunity for an adequate treatment for various problems such as Substance abuse and dependence.Universidade da Beira InteriorVitória, Paulo dos Santos DuarteuBibliorumMarinho, Ana Mónica2013-01-24T17:47:27Z2011-052011-05-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/967porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:22Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/967Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:55.647636Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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