Sistema imunitário comportamental: sua ativação através do cyberball e influência na memória

• Autor(a) principal: Pimenta, Catarina Viviana Gomes
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/31554
• topic: Sistema imunitário comportamental; Contaminação; Memória; Nojo; Cyberball

O presente trabalho constitui uma proposta de projeto de investigação onde o principal objetivo é explorar o envolvimento da memória no sistema imunitário comportamental (SIC), usando o cyberball, como forma de ativar nos participantes maiores preocupações com situações de contaminação. O ser humano desencadeia respostas físicas (sistema imunitário biológico) e respostas psicológicas (SIC) face a possíveis fontes de contaminação. Este último funciona como um mecanismo de defesa de primeira linha no combate a possíveis agentes patogénicos que possam atingir o nosso corpo. Um dos principais componentes do SIC é o nojo, sendo este um preditor de comportamentos e cognições. A sensibilidade ao nojo é uma característica individual e pode ser medida através de instrumentos de autorrelato. O outro componente do SIC são as cognições, nomeadamente a memória. Em particular, alguns estudos têm revelado que recordamos mais eficazmente objetos considerados como potenciais fontes de contaminação comparativamente a objetos neutros, um efeito que tem sido relacionado com o SIC. No presente estudo propomos ativar o SIC através de um procedimento online designado de cyberball. Este consiste num jogo de arremesso de bola em que podem participar três ou mais jogadores (um dos quais o participante) sendo possível manipular de que modo interagem entre si. No cyberball existirão dois grupos, o grupo de controlo onde serão utilizadas faces saudáveis e descritores neutros para representar os jogadores com quem o participante vai interagir, e o grupo experimental em que estes jogadores são representados por faces e descritores com pistas de contaminação, este último grupo tem o intuito de causar a ativação pretendida do SIC. Sendo a sensibilidade ao nojo uma característica individual que pode ter influência no estudo, tal irá ser medida através da “Escala de Sensibilidade ao Nojo – Revista”. O procedimento conta com o preenchimento de um questionário emocional com vista a avaliar o estado emocional do participante antes e depois do cyberball, que será a segunda tarefa do procedimento. Segue-se depois a tarefa de memória para objetos e, por fim, o preenchimento da Escala de Sensibilidade ao Nojo. É esperado que os resultados sejam consistentes com os reportados na literatura, nomeadamente a observação de uma melhor recordação de objetos que representem fontes de contaminação comparativamente com objetos neutros, replicando o efeito mnésico da contaminação. Adicionalmente, prevemos que este efeito seja influenciado pela experiência prévia do cyberball onde ativamos as preocupações com a contaminação no participante, sendo o efeito mais pronunciado no grupo experimental comparativamente com o grupo de controlo. Este efeito pode ainda ser mais pronunciados nos participantes com maior sensibilidade ao nojo.