O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paolinelli, Luísa Marinho Antunes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.13/2937
Resumo: O incipit como partida para um lugar, origem de um itinerário narrativo desconhecido, é uma fórmula privilegiada que os autores possuem não só como mecanismo de sedução, como artifício que dita as regras do universo da história, mas também como expressão do seu posicionamento face ao que irão contar. Tratando-se do romance histórico, o autor tem ainda a responsabilidade de situar temporalmente o leitor, optando quer por descrições, segmentos narrativos ou por iniciar a história em medias res, sempre de forma a não desconfortar o leitor. O incipit neste género pode também funcionar como índice da forma como o autor faz uso da História na ficção: “écran” ideológico, com o intuito de intervenção no presente, evasão e catarse, ou, ainda, reflexão e clarificação de um determinado período. Se estas categorias são válidas na análise do incipit das obras dos autores lusos e de alguns textos de Alencar, os romances históricos de teor indianista alencarianos exigem uma outra categoria – a da elaboração ficcional da História com intenções mítico-lendárias. Com alguns piscar de olhos aos romancistas portugueses, numa verdadeira lição de ironia romântica, Alencar faz da descrição incipitaria uma verdadeira instituição que concentra em si objetivos ligados à construção da narrativa identitária.
id RCAP_41f5b48bb3c10abe73a839f8e0e5bf54
oai_identifier_str oai:digituma.uma.pt:10400.13/2937
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str
spelling O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileiraIncipitRomance históricoHistóriaIdeologiaNarrativa das origensHistorical novelHistoryIdeologyNarrative of origins.Faculdade de Artes e HumanidadesO incipit como partida para um lugar, origem de um itinerário narrativo desconhecido, é uma fórmula privilegiada que os autores possuem não só como mecanismo de sedução, como artifício que dita as regras do universo da história, mas também como expressão do seu posicionamento face ao que irão contar. Tratando-se do romance histórico, o autor tem ainda a responsabilidade de situar temporalmente o leitor, optando quer por descrições, segmentos narrativos ou por iniciar a história em medias res, sempre de forma a não desconfortar o leitor. O incipit neste género pode também funcionar como índice da forma como o autor faz uso da História na ficção: “écran” ideológico, com o intuito de intervenção no presente, evasão e catarse, ou, ainda, reflexão e clarificação de um determinado período. Se estas categorias são válidas na análise do incipit das obras dos autores lusos e de alguns textos de Alencar, os romances históricos de teor indianista alencarianos exigem uma outra categoria – a da elaboração ficcional da História com intenções mítico-lendárias. Com alguns piscar de olhos aos romancistas portugueses, numa verdadeira lição de ironia romântica, Alencar faz da descrição incipitaria uma verdadeira instituição que concentra em si objetivos ligados à construção da narrativa identitária.The Incipit as a starting point, origin of an unknown narrative itinerary, is a privileged formula that authors use not only as a mechanism of seduction, as a device that dictates the rules of the universe of the narrative, but also as an expression of their position in relation to what is going the object of their story. In the case of the historical novel, the author still has the responsibility of temporarily situating the reader, opting either for descriptions, narrative segments or for starting the story in medias res, so as not to discomfort and loose the reader. The incipit in this genre can also work as a clue to how the author makes use of history in fiction: as an ideological “screen”, with the intention of intervening in the present, evasion and catharsis, or also reflection and clarification of a certain period. If these categories are valid in the analysis of the incipit of the works of the Portuguese authors and of some of Alencar’s texts, the Alencarian historical novels of indianist content demand another category – that of the fictional elaboration of History with mythical and legendary intentions. With some eye winking to Portuguese novelists, in a true lesson of romantic irony, Alencar makes the incipital description a true institution that concentrates in itself objectives linked to the construction of the narrative of the origins of the Brazilian people.Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São PauloDigitUMaPaolinelli, Luísa Marinho Antunes2020-10-26T11:07:11Z2019-01-01T00:00:00Z2019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.13/2937porPaolinelli, L. M. A. (2019). O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira. Linha D'Água, 32(2), 65-86.10.11606/issn.2236-4242.v32i2p65-86info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T12:55:48ZPortal AgregadorONG
dc.title.none.fl_str_mv O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
title O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
spellingShingle O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
Paolinelli, Luísa Marinho Antunes
Incipit
Romance histórico
História
Ideologia
Narrativa das origens
Historical novel
History
Ideology
Narrative of origins
.
Faculdade de Artes e Humanidades
title_short O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
title_full O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
title_fullStr O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
title_full_unstemmed O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
title_sort O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira
author Paolinelli, Luísa Marinho Antunes
author_facet Paolinelli, Luísa Marinho Antunes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv DigitUMa
dc.contributor.author.fl_str_mv Paolinelli, Luísa Marinho Antunes
dc.subject.por.fl_str_mv Incipit
Romance histórico
História
Ideologia
Narrativa das origens
Historical novel
History
Ideology
Narrative of origins
.
Faculdade de Artes e Humanidades
topic Incipit
Romance histórico
História
Ideologia
Narrativa das origens
Historical novel
History
Ideology
Narrative of origins
.
Faculdade de Artes e Humanidades
description O incipit como partida para um lugar, origem de um itinerário narrativo desconhecido, é uma fórmula privilegiada que os autores possuem não só como mecanismo de sedução, como artifício que dita as regras do universo da história, mas também como expressão do seu posicionamento face ao que irão contar. Tratando-se do romance histórico, o autor tem ainda a responsabilidade de situar temporalmente o leitor, optando quer por descrições, segmentos narrativos ou por iniciar a história em medias res, sempre de forma a não desconfortar o leitor. O incipit neste género pode também funcionar como índice da forma como o autor faz uso da História na ficção: “écran” ideológico, com o intuito de intervenção no presente, evasão e catarse, ou, ainda, reflexão e clarificação de um determinado período. Se estas categorias são válidas na análise do incipit das obras dos autores lusos e de alguns textos de Alencar, os romances históricos de teor indianista alencarianos exigem uma outra categoria – a da elaboração ficcional da História com intenções mítico-lendárias. Com alguns piscar de olhos aos romancistas portugueses, numa verdadeira lição de ironia romântica, Alencar faz da descrição incipitaria uma verdadeira instituição que concentra em si objetivos ligados à construção da narrativa identitária.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-01-01T00:00:00Z
2019-01-01T00:00:00Z
2020-10-26T11:07:11Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.13/2937
url http://hdl.handle.net/10400.13/2937
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Paolinelli, L. M. A. (2019). O incipit na novelística histórica portuguesa e brasileira. Linha D'Água, 32(2), 65-86.
10.11606/issn.2236-4242.v32i2p65-86
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777301211165229056