A eficácia de uma intervenção cognitiva narrativa no luto complicado em viúvos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/179 http://hdl.handle.net/20.500.11816/179 |
Resumo: | O luto é um acontecimento marcante e de poderosos significados na vida dos indivíduos. Quando não é ultrapassado de modo saudável e prejudica o bom funcionamento do indivíduo, mais do que se considera normativo, falamos de luto complicado (LC). Aquando da presença de LC, o viúvo tem elevada probabilidade de cumprir critérios para perturbação depressiva major (PDM) e/ou perturbação pós stress traumático (PTSD). A realização de investigação sobre intervenções neste âmbito é de extrema utilidade e pretende potenciar uma evolução face ao que se tem realizado na área do LC e nos cuidados a viúvos idosos. O objetivo desta investigação é avaliar a eficácia da intervenção cognitiva narrativa na redução dos valores totais de luto complicado, sintomatologia depressiva e sintomatologia traumática em viúvos idosos. As variáveis consideradas são: a) como variáveis dependentes o luto complicado, a sintomatologia depressiva e a sintomatologia traumática e b) como variável independente a intervenção cognitiva narrativa. O estudo é longitudinal, ensaio clínico aleatoriamente controlado com recurso a medidas repetidas, com teste de robustez de intervenção e de enviesamentos, utilizando-se um Questionário Sócio Demográfico (QSD), o Inventário de Luto Complicado (ICG), o Inventário de Depressão de Beck (BDI), a Escala de Impacto Eventos Revista (IES R), um programa manualizado de intervenção cognitiva narrativa para o luto complicado e um instrumento de avaliação da aceitabilidade dos participantes. Há três momentos metodológicos sequenciais: (1) Aplicou-se o QSD e o ICG, que avalia o luto complicado, a viúvos/as (n=82) (idade ≥ 60 anos de ambos os sexos; viúvo/a há ≥ 6 meses). Destes, os que tinham valores totais de ICG ≥ 25 (ponte de corte para luto complicado) mais elevados constituíram a nossa amostra final de 40 participantes. Estabelecemos dois grupos: grupo de intervenção (GI) (n=20) e grupo de controlo (GC) (n=20). (2) A estes dois grupos foi aplicado o BDI e a IES R e o GI foi solicitado para participação num programa de intervenção breve baseado na terapia cognitiva narrativa (4 sessões semanais de 60 min) e que admitiu como fases terapêuticas: a recordação, a subjetivação emocional e cognitiva, a metaforização e a projeção. (3) Num último momento, repetiu-se a avaliação com o ICG, BDI e IES R quer ao GI como ao GC, de modo aos resultados serem comparados (2 meses após a finalização da intervenção). Para a avaliação das diferenças entre GI e GC recorremos a análises do teste t, qui quadrado, effect sizes e análise de medidas repetidas (GLM repeted measures). O GI manifestou diferenças estatisticamente significativas de redução dos valores de luto complicado, sintomatologia depressiva e traumática comparativamente ao GC. Obtivemos um valor de tamanho do efeito para o ICG, BDI e IES R bastante elevado para amostras pequenas o que denota a eficácia da intervenção ao longo do perfil longitudinal. A adesão e a aceitabilidade para com o programa de intervenção foram elevadas. Este estudo reforça a importância de promover intervenções breves que aliam um menor número de sessões logo com menores custos o que se repercute numa maior aderência a estes programas, com elevada eficácia. |
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