Inventariação e distribuição dos ropalóceros (Lepidoptera: Papilionoidea & Hesperioidea) nos montados de sobro e azinho da Região do Alentejo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1999 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/15688 |
Resumo: | Introdução - As borboletas diurnas ou Ropalóceros são, provavelmente, um dos grupos de insectos melhor conhecidos. Foi a sua conspicuidade, traduzida numa enorme diversidade de cores e formas, a principal razão do interesse pelas borboletas de muitos entomólogos e coleccionadores. A sua observação é muito acessível e relativamente simples, não só pelo seu talo (médio ou grande), mas também pela actividade diurna e cores "chamativas", podendo ser efectuada sem recorrer à morte dos indivíduos. Além disso, a sistemática do grupo e as espécies, pelo menos as europeias, estão relativamente bem estudadas, a sua identificação não é demasiado complexa e existem amplos conhecimentos de aspectos importantes da biologia, ecologia e distribuição geográfica de muitas espécies (Olano et a1, 1990). Tal como outros insectos fitófagos, as borboletas estão intimamente relacionadas com as plantas. São fitófagos durante a sua fase larvar, com uma particularidade - a sua oligofagia. Isto é, cada espécie alimenta-se de uma pequena variedade de plantas ou, de uma única espécie vegetal. Este vínculo do insecto à sua, ou suas, plantas hospedeiras faz com que a área de distribuição destas condicione a distribuição do insecto, ainda que ambas as áreas não tenham que coincidir, uma vez que são muitos os factores intervenientes na distribuição dos Ropalóceros (Viejo, 1995). As características de fácil observação e identificação, aliadas à existência deste elo entre borboletas diurnas e plantas hospedeiras, explicam o facto de as borboletas diurnas serem consideradas, por vários investigadores, como óptimas espécies indicadoras do meio ambiente, o que confere um potencial papel bioindicador às espécies de lepidópteros das Superfamílias Papilionoidea e Hesperioidea. O seu valor biológico é reforçado pelo facto das comunidades de borboletas serem, por si só, sensíveis ao estado geral de conservação das comunidades vegetais, isto é, ao seu grau de organização e não somente à presença/ausência das suas plantas hospedeiras (Baz, 1986). A composição e abundância específica das borboletas de uma determinada área são um excelente indicador do habitat e do seu estado de conservação. Além disso, podem detectar aspectos mais particulares, tais como excesso de pressão exercida pelo gado, contaminantes químicos, etc, que de outra forma seriam dificeis de detectar (Viejo, 1995). Assim, o estudo das comunidades de borboletas e a sua distribuição geográfica poderá dar-nos uma medida do estado de "saúde" do habitat e ser muito útil na delimitação de áreas naturais que necessitem de medidas de protecção urgentes. Na actualidade, a par de uma maior consciencialização do meio ambiente que nos rodeia, surge também uma preocupação, cada vez maior, sobre a conservação do meio, face aos sintomas de degradação que, a médio ou longo prazo, se prevêem alarmantes. Existem países cuja fauna lepidopterológica se conhece com precisão, como é o caso da Inglaterra, e outros que permanecem totalmente desconhecidos, como é o caso da Grécia e Portugal. Em Espanha, existem cartografias de espécies a nível nacional e regional, tendo sido publicados os primeiros dados sobre distribuição de Ropalóceros a nível peninsular em 1970 (Manley & Allcard,1970 in Garcia-Villanueva et a1, 1997). Em 1974 Gómez Bustillo & Fernández Rubio publicam o Guia de Borboletas da Península Ibérica I e II, cujos mapas de distribuição, utilizando o sistema de manchas de cor, contêm algumas imperfeições, quer por excesso, quer por defeito (Garcia-Villanueva et a1, 1997). Posteriormente, apareceram trabalhos cuja obtenção de dados se basearam em quadrículas de prospecção UTM de 10 Km x OKm e a nível regional de 5Km x 5Km. Surgiram assim os Atlas Provisórios dos Lepidópteros da Zona Norte de Espanha (Gómez de Aizpúrua, 1977; 1988 in Garcia-Villanueva et al, 1997), o Atlas das Borboletas Diurnas de Alava (Olano et a1, 1990) e o Atlas dos Lepidópteros Ropalóceros de Extremadura (Garcia-Villanueva et a1, 1997). |
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Inventariação e distribuição dos ropalóceros (Lepidoptera: Papilionoidea & Hesperioidea) nos montados de sobro e azinho da Região do AlentejoRecursos biológicosRopalócerosLepidoptera: papilionoideaHesperioideaRegião do AlentejoIntrodução - As borboletas diurnas ou Ropalóceros são, provavelmente, um dos grupos de insectos melhor conhecidos. Foi a sua conspicuidade, traduzida numa enorme diversidade de cores e formas, a principal razão do interesse pelas borboletas de muitos entomólogos e coleccionadores. A sua observação é muito acessível e relativamente simples, não só pelo seu talo (médio ou grande), mas também pela actividade diurna e cores "chamativas", podendo ser efectuada sem recorrer à morte dos indivíduos. Além disso, a sistemática do grupo e as espécies, pelo menos as europeias, estão relativamente bem estudadas, a sua identificação não é demasiado complexa e existem amplos conhecimentos de aspectos importantes da biologia, ecologia e distribuição geográfica de muitas espécies (Olano et a1, 1990). Tal como outros insectos fitófagos, as borboletas estão intimamente relacionadas com as plantas. São fitófagos durante a sua fase larvar, com uma particularidade - a sua oligofagia. Isto é, cada espécie alimenta-se de uma pequena variedade de plantas ou, de uma única espécie vegetal. Este vínculo do insecto à sua, ou suas, plantas hospedeiras faz com que a área de distribuição destas condicione a distribuição do insecto, ainda que ambas as áreas não tenham que coincidir, uma vez que são muitos os factores intervenientes na distribuição dos Ropalóceros (Viejo, 1995). 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Além disso, podem detectar aspectos mais particulares, tais como excesso de pressão exercida pelo gado, contaminantes químicos, etc, que de outra forma seriam dificeis de detectar (Viejo, 1995). Assim, o estudo das comunidades de borboletas e a sua distribuição geográfica poderá dar-nos uma medida do estado de "saúde" do habitat e ser muito útil na delimitação de áreas naturais que necessitem de medidas de protecção urgentes. Na actualidade, a par de uma maior consciencialização do meio ambiente que nos rodeia, surge também uma preocupação, cada vez maior, sobre a conservação do meio, face aos sintomas de degradação que, a médio ou longo prazo, se prevêem alarmantes. Existem países cuja fauna lepidopterológica se conhece com precisão, como é o caso da Inglaterra, e outros que permanecem totalmente desconhecidos, como é o caso da Grécia e Portugal. Em Espanha, existem cartografias de espécies a nível nacional e regional, tendo sido publicados os primeiros dados sobre distribuição de Ropalóceros a nível peninsular em 1970 (Manley & Allcard,1970 in Garcia-Villanueva et a1, 1997). Em 1974 Gómez Bustillo & Fernández Rubio publicam o Guia de Borboletas da Península Ibérica I e II, cujos mapas de distribuição, utilizando o sistema de manchas de cor, contêm algumas imperfeições, quer por excesso, quer por defeito (Garcia-Villanueva et a1, 1997). Posteriormente, apareceram trabalhos cuja obtenção de dados se basearam em quadrículas de prospecção UTM de 10 Km x OKm e a nível regional de 5Km x 5Km. Surgiram assim os Atlas Provisórios dos Lepidópteros da Zona Norte de Espanha (Gómez de Aizpúrua, 1977; 1988 in Garcia-Villanueva et al, 1997), o Atlas das Borboletas Diurnas de Alava (Olano et a1, 1990) e o Atlas dos Lepidópteros Ropalóceros de Extremadura (Garcia-Villanueva et a1, 1997).Universidade de Évora2015-09-04T08:32:44Z2015-09-041999-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10174/15688http://hdl.handle.net/10174/15688pordep. 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