Ofício de morrer: o corpo e a morte na poesia de Daniel Faria – um tríptico para o desdobramento da imolação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, José Rui
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/33155
Resumo: Daniel Faria é um dos mais impressivos poetas portugueses do final do século XX. Nasceu em 1971 e morreu com 28 anos, em 1999 – era, então, noviço no mosteiro beneditino de Singeverga. Sendo um poeta místico, a sua obra – particularmente os seus três últimos livros: Explicação das árvores e de outros animais [1998], Homens que são como lugares mal situados [1998] e Dos líquidos [2000] – desdobra um fascinante diálogo entre o corpo e a morte, revelando uma rara tensão entre a imanência e a transcendência. E se a morte é um sistema na poesia de Daniel Faria, o corpo é uma gramática generativa, uma semântica conectiva, o sistema circulatório da sua sintaxe. Assim, o corpo – a corporeidade –, numa poesia mística como a deste poeta, revela um corpo difuso, um corpo que pesa e que interage com a realidade no limite de difíceis cedências, um corpo que existe e que – por isso – condena e é, ainda assim, no diálogo íntimo com a morte, precisamente por existir, uma possibilidade de salvação.
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