Aquisição de artigos em português língua segunda por falantes de língua materna kikongo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marimba, Fineza Pinto
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/20095
Resumo: O presente trabalho tem como objeto de estudo a aquisição de artigos por falantes de português de Angola (PA) L2, falantes nativos de kikongo, língua do grupo bantu sem artigos. Propusemo-nos a testar a Hipótese de Interface (Sorace, 2005), que prediz que os falantes de L2 poderão não adquirir propriedades de interface, ou seja, propriedades que envolvem dois ou mais módulos da gramática ou de outros domínios cognitivos. Com o intuito de investigar se os falantes nativos de kikongo adquirem as propriedades semânticas e pragmático-discursivas de uso dos artigos definidos e indefinidos, utilizámos uma tarefa de produção induzida e uma de juízos de valor de verdade, que aplicámos a três grupos: falantes de PA L2 de nível avançado (grupo de teste), falantes de PA L1 e falantes de português europeu L1 (grupos de controlo). Os resultados evidenciam que, a par de falantes de outras línguas sem artigos, os falantes nativos de kikongo, português L2, recorrem a estratégias de omissão e sobretudo a estratégias de substituição de artigos, apresentando maiores dificuldades no uso de indefinido do que de definido, sendo os indefinidos os artigos com que mais ocorrem desvios. Conclui-se, em relação aos falantes de PA L2, que as propriedades de interface associadas ao artigo não foram plenamente adquiridas. Quanto aos informantes de PA L1, concluímos que a situação de contacto linguístico e o tipo de input a que esses falantes têm acesso pode ter desencadeado o comportamento divergente, em relação à norma europeia.
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