A comunicação de más notícias na perspetiva dos profissionais de saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/36523 |
Resumo: | A comunicação de más notícias em saúde, concretamente no contexto de doença incurável (de que é exemplo mais flagrante a doença oncológica) é uma das tarefas mais exigentes e complexas que se colocam aos profissionais de saúde. Para além da constatação empírica do facto, numa revisão da literatura pela pesquisa em bases de dados científicas, encontram-se inúmeros testemunhos de doentes que descrevem a forma inadequada como foram informados da sua doença, e a forma como julgam que tal deveria ter sido feito. Poucos estudos se debruçam, contudo, sobre a perspetiva dos profissionais de saúde acerca do mesmo problema, e estes são geralmente qualitativos. O presente estudo teve por objetivo, compreender e analisar a forma como os profissionais encaram e vivem este problema e se a sua postura perante uma série de questões relacionadas com a transmissão de más notícias aos doentes se altera consoante cenários que os aproximam cada vez mais do doente. Para este efeito foi elaborado um questionário especificamente desenhado para tal, e aplicado por via eletrónica, a médicos e enfermeiros de uma Unidade Local de Saúde, colocando os inquiridos perante três cenários distintos: como transmitir más notícias a um doente hipotético, a um doente com quem o inquirido tenha laços familiares, e finalmente se o doente for o próprio profissional de saúde. Foi ainda incluído nos objetivos, investigar a fundamentação para as dificuldades que os profissionais de saúde reportam, no sentido de as compreender e identificar aspetos a melhorar. Foi constatada uma elevada aderência ao questionário, obtendo-se 248 questionários válidos para análise, fazendo supôr o interesse que o tema suscita, e a motivação para alterar comportamentos. Os dados obtidos confirmaram que a postura dos profissionais de saúde quanto à forma como devem ser transmitidas as más notícias é diferente, consoante se posicionam perante um doente hipotético, um familiar próximo ou eles próprios, consoante o grupo profissional e também é fortemente influenciado pela religiosidade de cada um. Estes achados levam-nos a concluir que a comunicação de más notícias, nomeadamente em contexto de doença incurável, tem que ser individualizada, e o próprio profissional de saúde tem que ser capaz de gerir as suas próprias emoções e vivências relativamente à morte, para conseguir comunicar melhor com os doentes. Este processo pressupõe uma aquisição de competências na área da comunicação que não são habitualmente transmitidas na formação pre-graduada, mas é nesta fase que os profissionais de saúde inquiridos apontam para que se deva promover essa preparação. |
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A comunicação de más notícias na perspetiva dos profissionais de saúdeComunicação em saúdeQuestões de fim-de-vidaComunicação de más notíciasRevelaçãoDizer a verdadeCommunication in health care settingEnd-of-life issuesBreaking bad newsDisclosureTruth tellingDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da SaúdeA comunicação de más notícias em saúde, concretamente no contexto de doença incurável (de que é exemplo mais flagrante a doença oncológica) é uma das tarefas mais exigentes e complexas que se colocam aos profissionais de saúde. Para além da constatação empírica do facto, numa revisão da literatura pela pesquisa em bases de dados científicas, encontram-se inúmeros testemunhos de doentes que descrevem a forma inadequada como foram informados da sua doença, e a forma como julgam que tal deveria ter sido feito. Poucos estudos se debruçam, contudo, sobre a perspetiva dos profissionais de saúde acerca do mesmo problema, e estes são geralmente qualitativos. O presente estudo teve por objetivo, compreender e analisar a forma como os profissionais encaram e vivem este problema e se a sua postura perante uma série de questões relacionadas com a transmissão de más notícias aos doentes se altera consoante cenários que os aproximam cada vez mais do doente. Para este efeito foi elaborado um questionário especificamente desenhado para tal, e aplicado por via eletrónica, a médicos e enfermeiros de uma Unidade Local de Saúde, colocando os inquiridos perante três cenários distintos: como transmitir más notícias a um doente hipotético, a um doente com quem o inquirido tenha laços familiares, e finalmente se o doente for o próprio profissional de saúde. Foi ainda incluído nos objetivos, investigar a fundamentação para as dificuldades que os profissionais de saúde reportam, no sentido de as compreender e identificar aspetos a melhorar. Foi constatada uma elevada aderência ao questionário, obtendo-se 248 questionários válidos para análise, fazendo supôr o interesse que o tema suscita, e a motivação para alterar comportamentos. Os dados obtidos confirmaram que a postura dos profissionais de saúde quanto à forma como devem ser transmitidas as más notícias é diferente, consoante se posicionam perante um doente hipotético, um familiar próximo ou eles próprios, consoante o grupo profissional e também é fortemente influenciado pela religiosidade de cada um. Estes achados levam-nos a concluir que a comunicação de más notícias, nomeadamente em contexto de doença incurável, tem que ser individualizada, e o próprio profissional de saúde tem que ser capaz de gerir as suas próprias emoções e vivências relativamente à morte, para conseguir comunicar melhor com os doentes. Este processo pressupõe uma aquisição de competências na área da comunicação que não são habitualmente transmitidas na formação pre-graduada, mas é nesta fase que os profissionais de saúde inquiridos apontam para que se deva promover essa preparação.Communicating bad news in the health care setting, and particularly when addressing incurable diseases (like oncological diseases) is one of the most complex and demanding tasks for the health care professionals. Besides the empirical notion of the fact, accross international literature, numberless reports of patients can be found, speaking about the innapropriate manner in which they were informed of their clinical condition, and how they believe it should have been done. However, only a few studies report how health care professionals stand on this issue, and those are mainly qualitative. The present investigation aims to understand, and analyse the way health care professionals address this issue and if their views on the subject change according to different scenarios. A questionnaire was specifically designed and sent through mail to health care professionals working at a Local Health Unit (encompassing hospital and community physicians and nurses), facing them with three different scenarios: how to break bad news to an hypothetic patient, to a relative, or if the patient was the professional himself. It was also our purpose to study the difficulties pointed out by health care professionals on this issue, in order to understand them and improve conducts. There was a good response to the questionnaire, in a total of 248 valid responses, implying the subjects are interested and the problem still stirs people up. The data obtained seems to confirm that health care professionals‟ views on this matter do change according to how close they are to the patient, wether it‟s a regular patient, a close member of the doctor/nurses “family, or if they themselves are the patient dealing with that situation. The professional group (doctor/nurse) and religious/spiritual affiliation or beliefs of the health care professionals also influenced the way they believe disclosure should happen. We concluded that breaking bad news, specially in the context of incurable disease, has to be an individualized process, and that health care professionals must be able to cope with their own emotions and personal feelings towards death in order to communicate better with their patients. This process implies developing communication skills that are not usually talked about in pre-graduate training, though according to our subjects that is precisely be the right time to do it.Sá, Luís Octávio deCoelho, Silvia Patricia FernandesVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaLopes, Maria Manuel Mateus Marques Claro2022-01-20T16:52:32Z2014-05-292013-122014-05-29T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/36523TID:201498839porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:42:00Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/36523Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:29:41.205734Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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