Pedofilia e o sentimento do estranho : contribuições psicanalíticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Henrique Asfor
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/41714
Resumo: Dissertação de mestrado em Psiquiatria Social e Cultural, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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spelling Pedofilia e o sentimento do estranho : contribuições psicanalíticasPedofiliaComportamento desviantePerversãoDissertação de mestrado em Psiquiatria Social e Cultural, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraA sexualidade humana é bastante complexa. Diversas são as formas em que esta se apresenta em cada cultura. O olhar sobre a sexualidade varia de acordo com determinada sociedade e se modifica ao longo dos séculos. A pedofilia aparece, em muitas culturas, como prática sexual considerada desviante, criminosa, perversa e doentia. A psicanálise foi a primeira teoria a considerar a perversão não como um sinônimo de desvio sexual, mas, sim, como uma das três estruturas psíquicas. Foi a primeira a, também, apontar que existe, em todos nós, uma “perversão normal”. A partir da conceituação de pulsão, fetiche e renegação, Freud pôde explicar como se dá o processo de estruturação do perverso, a sua relação com a ameaça de castração, com a Lei paterna e com as leis sociais. Entendendo esses conceitos, pode-se pensar a pedofilia a partir da teoria psicanalítica, produzindo, assim, um saber que se distancie da moral civilizadora, que criminaliza e patologiza quaisquer práticas que vão de encontro ao que foi estabelecido como normal. O status de tabu conferido à pedofilia é produto das relações sociais, e o sentimento do estranho acaba por surgir nas pessoas quando elas entram em contato com situações relacionadas à pedofilia. O estranho, conforme teorizado por Freud, surge ao denunciar algo secreto da própria sociedade, algo que, por mais familiar que fosse, permaneceu em um lugar obscuro, escondido. A construção do local social do pedófilo se dá pela via do crime e da doença, produzindo-se, assim, um conceito que elege a pedofilia como o mal do século XXI. A pedofilia, assim como a própria perversão, vira alvo de políticas higienistas e excludentes. Entretanto, percebe-se que a perversão nasce na própria sociedade, sendo um produto desta. Concluímos, a partir disso, que o saber moral necessita ser substituído pelo saber científico e teórico, havendo, assim, a produção de um saber que perceba a pedofilia e a perversão além da superfície.Human’s sexuality is very complex. There are too many ways that it shows itself in different cultures. The way that the sexuality is seen changes depending to the culture and changes along the centuries. Pedophilia appears, in lots of cultures, as a sexual practice considered deviant, criminal, pervert and sick. Psychoanalysis was the first theory that considered the perversion not a synonymous of a sexual deviation, but one of the three psychic structures. From the conceptualization of drive, fetish and denial, Freud was able to explain how works the pervert’s organization, his relation with the threat of castration, with the Law of the father and social laws. Knowing the meaning of these concepts, we can think the pedophilia from the psychoanalytic theory’s point of view, making, therefore, a knowledge that departs from the moral civilizing, who criminalize and falls ill whichever practices that go against of what was established as normal. The taboo status conferred on pedophilia is a product of social relations, and the feeling of the uncanny ultimately arise in people when they face the subject of pedophilia. The uncanny comes to report something secret of society itself, which, however familiar it was, remained in a shady place, hidden. The construction of a social site to the pedophile is by the way of crime and disease, producing a concept that elects pedophilia and evil of the 21th century. Pedophilia, as well as perversion itself, becomes the target of hygienists and exclusionary policies. However, it is clear that perversion is born in society itself, being a product of it. The moral knowledge needs to be replaced by scientific and theoretical knowledge, creating the production of knowledge that realizes pedophilia and perversion beyond the surface2016-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/41714http://hdl.handle.net/10316/41714porPinheiro, Henrique Asforinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2021-10-20T13:16:18Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/41714Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:45:15.556742Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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