Tuberculose Multirresistente por Estirpes da Família Beijing, em Doentes de Lisboa, Portugal: Estudo Preliminar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maltez, F
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Martins, T, Póvoas, D, Cabo, J, Peres, H, Antunes, F, Perdigão, J, Portugal, I
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.17/2665
Resumo: Introdução: As estirpes de Mycobacterium tuberculosis da família Beijing estão associadas à multirresistência. As estirpes da família Lisboa prevalecem entre os doentes com tuberculose multirresistente e extensivamente resistente desta região, mas vários estudos documentam a presença da família Beijing, embora desconhecendo-se as características dos doentes donde foram isoladas. Material e Métodos: Estudo retrospectivo de 104 estirpes multirresistentes e extensivamente resistentes de Mycobacterium tuberculosis, isoladas e genotipadas, de 1993 a 2015, de igual número de doentes de Lisboa. Avaliámos a prevalência de ambas as famílias de estirpes e as características epidemiológicas e clínicas, dos infectados por estirpes Beijing. Resultados: Setenta e quatro estirpes (71,2%) pertenciam à família Lisboa, 25 (24,0%) apresentavam padrão genotípico único e cinco (4,8%) pertenciam à família Beijing, estas identificadas depois de 2009. Os infectados pela estirpe Beijing eram de nacionalidade angolana (n = 1), ucraniana (n = 2) e portuguesa (n = 2), na maioria jovens, quatro em cinco imunocompetentes e sem história de tuberculose anterior. Todos tinham tuberculose multirresistente. Não detectámos apresentações clínicas ou radiológicas diferenciadoras, nem padrão de resistências predominante. A taxa de cura foi alta (quatro doentes). Discussão: Apesar do número de doentes infectados pela estirpe Beijing ser reduzido, sugere proporção importante de tuberculose primária, potencial de transmissão na comunidade, mas, também, melhor evolução clínica do que a descrita para outras estirpes, como a W-Beijing ou a Lisboa. Conclusão: Apesar das estirpes da família Lisboa serem as principais responsáveis pelos casos de tuberculose multirresistente e extensivamente resistente na região de Lisboa, as estirpes Beijing transmitem-se na cidade e poderão modificar as características locais da epidemia.
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