Espaços Verdes Urbanos de Proximidade e Cidade Saudável: uma leitura a partir da freguesia de Benfica – Lisboa

• Autor(a) principal: Cunha, Jeanna de Campos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/51741
• topic: Espaços verdes urbanos de proximidade; Cidade saudável; Saúde; Freguesia de Benfica; Lisboa; Geografia; Ordenamento do Território; Urbanismo

O aumento da concentração populacional nas cidades é reconhecido como um dos principais desafios contemporâneos. A Organização Mundial de Saúde e a Rede Europeia de Cidades Saudáveis recomendam que o planejamento e conceção urbana se concentrem nas comunidades e melhorem o seu bem-estar. Os espaços verdes urbanos (EVUs), contribuem para responder tal desafio, proporcionando benefícios ecológicos, sociais, económicos e estéticos. A Covid-19 destacou a pertinência dos EVUs como elementos intrínsecos para manter a qualidade de vida da população e tornar os espaços urbanos sustentáveis. Aplicado à Lisboa Capital Verde 2020, é objeto de estudo a freguesia de Benfica (Lisboa, Portugal), por sua considerável área e tipologias de espaços verdes urbanos. Os principais objetivos do estudo desenvolvem-se em (1) compreender como os EVUs de proximidade influenciam a prática de atividades, para os diferentes públicos, e como estes se refletem na vida das populações, nomeadamente na sua saúde física e mental e; (2) identificar as áreas carenciadas deste tipo de infraestrutura para propor intervenções, considerando os princípios da Cidade Saudável, potenciando os benefícios à saúde física e mental dos utilizadores. Aborda uma metodologia mista, recorrendo a (1) Revisão da literatura, políticas, planejamento urbano, (2) métodos de observação, mapeamento, e análise espacial tipológica dos EVUs e, (3) inquéritos aplicados à população utilizadora destes EVUs. Os resultados apontam que existe uma relação entre o local de residência, o acesso facilitado e a frequência aos EVUs e, a prática de atividades. Associado a valorização da biodiversidade, a elevados níveis de segurança, manutenção, limpeza e conforto, configuram impactos significantes no desempenho destes EVUs, e asseguram benefícios à saúde física e mental dos utilizadores, além da melhoria da qualidade ambiental. Neste sentido, a conceção de uma rede contínua de EVUs, oportunizam o seu uso regular e potenciam geográfica e ambientalmente os benefícios inerentes a estes espaços. Assente numa abordagem transversal e intersectorial, através de um planeamento integrado e participativo, considerando a associação entre “pessoas – espaço – saúde”, contribuem para a redução das áreas carenciadas e desempenham um papel fundamental no território, representando um valor acrescentado para a cidade e a população. As propostas contribuem para orientar o planeamento de EVUs, potenciando os benefícios à saúde física e mental dos utilizadores, com vistas ao desenvolvimento de cidades mais inclusivas, integradas, qualificadas e saudáveis.