Cafeína e fertilidade masculina: efeitos metabólicos e perfil oxidativo em células de Sertoli humanas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Tânia
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Alves, Marco, Bernardino, Raquel, Martins, Ana, Moreira, Carolina, Silva, Joaquina, Barros, Alberto, Sousa, Mário, Silva, Branca, Oliveira, Pedro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.34624/captar.v6i1.11997
Resumo: A cafeína é um componente comum do café, chá, bebidas energéticas, produtos que contenham cacau ou chocolate e até mesmo de vários medicamentos. O consumo excessivo de cafeína tem sido associado a diversos problemas de foro reprodutivo. Além disso, foi demonstrado que este composto tem uma ação moduladora no metabolismo celular. Isto levou-nos a colocar a hipótese de a cafeína poder alterar o metabolismo das células de Sertoli humanas (hSCs), as quais são essenciais para a espermatogénese e para a fertilidade masculina. Para verificar esta hipótese, as hSCs foram cultivadas na presença de cafeína (5, 50 e 500 μM) e o seu perfil glicolítico foi avaliado através do estudo do consumo de glucose e da produção de lactato e alanina. Os níveis de expressão proteica dos transportadores de glucose (GLUT1 e GLUT3), fosfofrutoquinase 1 (PFK1), lactato desidrogenase (LDH) e transportador de monocarboxilatos 4 (MCT4) foram também determinados, assim como a atividade da enzima LDH. Para além disso, como a cafeína demonstrou possuir propriedades antioxidantes, avaliámos a capacidade antioxidante das hSCs após a exposição à cafeína, assim como a formação de grupos carbonilo e a peroxidação lipídica. A cafeína nas concentrações mais baixas (5 e 50 μM) estimulou a produção de lactato, mas apenas as hSCs expostas a uma concentração de 50 μM apresentaram um aumento da expressão dos GLUTs. Na concentração mais elevada (500 μM), a atividade da LDH foi estimulada de forma a sustentar a produção de lactato. Notavelmente, a capacidade antioxidante das hSCs diminuiu de uma forma dose-dependente. Os nossos resultados indicam claramente que a exposição das hSCs à cafeína altera o seu metabolismo celular. Além da estimulação da produção de lactato nas hSCs expostas à cafeína, o qual é essencial para o desenvolvimento e sobrevivência das células germinativas, o perfil oxidativo destas células foi alterado. Adicionalmente, a concentração mais elevada de cafeína (500 μM) induziu um estado pró-oxidante, o que pode ser deletério para a progressão da espermatogénese, uma vez que esta normalmente já envolve níveis elevados de stress oxidativo. Mais estudos serão necessários para clarificar que doses de cafeína serão benéficas/prejudiciais para a função das hSCs, a fim de evitar problemas a nível da reprodução masculina.
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