Sobre Gilberto Freyre e a "adversidade ao mestiçamento"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/18442 |
Resumo: | O percurso das ideias de Gilberto Freyre em Portugal não se resume aos debates sobre a mestiçagem, mas a “adversidade ao mestiçamento” (Correia, 1940a, p. 20), que caracterizava as posições de Mendes Correia e de Eusébio Tamagnini, não terá sido alheia à recepção inicial das ideias luso-tropicalistas na sociedade portuguesa. É certo que, ao debatermos, hoje, essas questões, o fazemos a partir de outros paradigmas, noutro contexto socio-político e usando outra linguagem. Mas, para além do debate sobre a pertinência de algumas propostas do luso-tropicalismo ou do hispano-tropicalismo, as concepções daqueles autores merecem a atenção da Psicologia, em especial da Psicologia Social. De facto, apropriadas e transformadas pelo senso comum, elas continuam a marcar saberes, discursos e práticas sociais, quer sobre a mestiçagem, quer sobre as representações de uma identidade especificamente “lusa” ou até “hispânica”. Se as normas sociais, concepções científicas e discursos político-ideológicos actualmente dominantes se encontram mais próximos das posições de Freyre que das de Correia ou de Tamagnini, as concepções destes autores não deixam de circular sob a forma de “representações mágicas” (Taguieff, 1987) objectivadas na “mistura do sangue”. Pela importância destas questões nas sociedades europeias contemporâneas, poderá ser útil para a Psicologia, em particular para a Psicologia Social, “revisitar” aqueles autores. |
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