Perfis linfocitários Th1/Th2 e patogenia da co-infecção Tuberculose/SIDA

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Main Author: Marques, M. Alcide
Publication Date: 1999
Other Authors: Fontes Baganha, Manuel, Mota-Pinto, Anabela, Alves, Vera, Mesquita, Luis, Robalo-Cordeiro, Carlos, Corte-Real, R., Botelho, M Filomena, Santos-Rosa, Manuel, Meliço-Silvestre, Abel
Format: Article
Language: por
Source: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Download full: http://hdl.handle.net/10316/20377
https://doi.org/10.1016/s0873-2159(15)31008-4
Summary: Em estudos anteriores, pudemos constatar que nos indivíduos VIH negativos a gravidade da tuberculose pulmonar (TP) era modulada pelos perfis linfocitários Th1/Th2 nas áreas lesadas: predominio de Th1 (30.9±14.3/24.3±9.7% - p<0.04) e γ-INF (21.2±3.4/7.3±1.8% p<0.0002) e menores níveis de IL 4 (5.4±1.7/10.3±1.3% p<0.0004) no LLBA das formas ligeiras, em relação às mais graves. No sangue, curiosamente, existia sempre um perfil Th1 superior ao Th2, independentemente da gravidade da situação. Neste contexto, procurou-se averiguar as características deste perfil no pulmão profundo de doentes co infectados (SIDA/TP). Para isso estudou se um grupo de 16 indivíduos (13 homens e 3 mulheres, com uma média de idades de 39.4±10.8 anos, todos infectados pelo VIH1, sendo 9 deles toxicodependentes) através dos seguintes parâmetros: (1) deterininação da celularidade total e percentual do LLBA em câmara de Neubauer e leitura por microscopia óptica; (2) contagem das populações (B e T) e das subpopulações linfocitárias (CD4, CDB, γδ, CD16 CD56 e CD3+αβ γδ); (3) avaliação do fenótipo Th1/Th2, através da contagem das células CD4+ CD7+(Th1) e CD4+CD7 (Th2). Estas determinações, efectuadas no LLBA e sangue, foram obtidas com anticorpos monoclonais e leitura em citometria de fluxo. Dos resultados salienta se: (1) presença de uma ligeira alveolite (225±83.4 células/ml) com predomínio de macrófagos (92.4±3.5%); (2) importante queda da subpopulação CD4, tanto no LLBA (13.5±13%) como no sangue (13.6±12%), acompanhada por uma expressiva elevação das células CD8 no LLBA (61.8±18%); (3) diminuição da actividade NK marcada pelos CD16 CD56 (2.2±1.6% no LLBA e 5.1±6.1% no sangue); (4) elevação do número de células duplamente negativas (7.9±5.8% no LLBA e 6.4±4.3% no sangue); (5) notória diminuição dos fenótipos Th1 c Th2, tanto no LLBA (7.7±7.6% de Th1 e 5.9±6.4% de Th2) como no sangue (9.2±10.2% de Th1 e 4.4±4.6% de Th2). Estes resultados sugerem, como conclusão, que se a gravidade das lesões tuberculosas nos pulmões de indivíduos VIH negativos era acompanhada por um progressivo aumento do perfil Th2 nas áreas atingidas, as lesões dos indivíduos co infectados (SIDA/TP) são caracterizados por uma importante queda das células Th1, sern aparente elevação do número de células Th2, e que, nestas condições, a dirninuição de uma resposta Th1 parece encontrar se mais dependente da depleção em linfócitos T CD4 e da consequente supressão citocínica a cargo do eixo monocítico/macrofágico.
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