Aluviões de Bertiandos (Ponte de Lima): estudo preliminar para a reconstituição ambiental holocénica no Entre-Douro-e-Minho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, A. M. C.
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Alves, M. I. Caetano, Pereira, D. I., Gonçalves, M. C.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/78182
Resumo: Este trabalho integra-se no projecto acima referido, para o qual foram realizadas várias sondagens geológicas, por percussão. Apresenta-se o estudo sedimentológico e datações duma dessas sondagens, executada no troço terminal do rio Estorãos, afluente do rio Lima, em Bertiandos (Ponte de Lima). Foram perfurados 13.5 m, sem atingir o substrato rochoso. A partir dos parâmetros estatísticos Folk-Ward (1957) identificaram-se diferentes unidades deposicionais. Nos 10m superiores dominam as areias finas e limos, com alguns leitos limo-argilosos. Na base ocorrem sedimentos mais grosseiros, areias grosseiros a muito grosseiras com seixos. Pelas características dimensionais, distribuição e tipologia dos minerais pesados, as aluviões da base representam a descarga do rio Estorãos e da drenagem local, sendo os da parte superior resultantes maioritariamente do transporte pelo rio Lima nas épocas de cheia. As datações disponíveis, idades 10.750±85, 3.085±45 e 1.385±45 BP das amostras a -9.30, -4.60 e -1.00 m, corroboram a relação entre o enchimento e os eventos eustáticos desde o Plistocénico terminal. Os sedimentos grosseiros da base, à cota entre –5.0 a –9.0 metros (nmm-nível médio do mar), cuja idade é superior a 10.750±85 BP, correspondem a depósitos de canal do rio Estorãos, numa altura em que nível do mar esteve aproximadamente a –10.0 m. A subida do nível do mar levou à colmatação do vale do rio Lima, o que tornou progressivamente o leito mais largo e o rio menos energético. Estas novas condições geomorfológicas favoreceram que, em situação de cheia, ocorresse deposição nas áreas de embocadura de alguns afluentes, entre os quais o rio Estorãos. A mineralogia da fracção < 2μm destes sedimentos é constituída por caulinite, ilite, vermiculite e interestratificados irregulares, idêntica à dos sedimentos das áreas de sapal e da unidade superior das ínsuas do estuário do rio Lima.
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