Qualidade de vida em doentes com dor crónica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rebelo, Virgínia Lopes
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/138
http://hdl.handle.net/20.500.11816/138
Resumo: A dor é uma parte integrante da vida e tem a função de proteger a integridade física da pessoa. Contudo, ela pode ser incontrolável e, assim, capaz de comprometer a qualidade de vida. É vista como um sintoma primário que faz com que as pessoas procurem orientação médica, acreditando em patologia, sendo que, através do relato verbal, é possível verificar a presença ou ausência de uma patologia física. Por ser um sintoma complexo, individual e subjectivo, ela envolve aspectos sensitivos, emocionais e culturais que só podem ser compartilhados a partir do relato de quem a sente (Pimenta & Teixeira, 1995). Numa tentativa de contribuir para a clarificação do fenómeno da dor crónica, a psicologia tem tido um papel primordial, com um excelente campo de trabalho e de investigação, para poder desempenhar o seu papel de forma proveitosa para as pessoas com dor crónica e profissionais de saúde nesta área. Neste sentido, o que se pretende com esta investigação, vai na linha de orientação de outros estudos elaborados neste âmbito (Maestre, Zarazaga & Martínex, 2001; Pelechano, Matud & Miguel, 1994). O presente estudo tem como objectivo geral caracterizar a população de doentes com dor crónica em acompanhamento na Unidade da Dor do Hospital de S. João – Porto, em termos de Qualidade de Vida. Assim, pretende-se especificamente avaliar de que forma a qualidade de vida destes doentes é modelada pela personalidade, por um lado, e pode variar, por outro, em função de uma psicopatologia – ansiedade, depressão – cuja expressão clínica possa requer intervenção especializada, e ainda da dor, uma vez controlada a influência de variáveis sócio-demográficas e da sua situação médica – diagnóstico e terapêutica actual. Incidiu sobre uma amostra de 155 doentes em tratamento na unidade supra-referida, dos quais 23,2% eram do sexo masculino e 76,8% do sexo feminino, pertencendo sobretudo ao grupo etário dos 30-49 anos e ao dos 50-69 anos. Para levar a cabo esta investigação foram utilizados os seguintes instrumentos: MPQ – McGill Pain Questionnaire, VAS – Visual Analogue Scales para quantificação da dor, EPI – Eysenk Personality Inventory para avaliação da personalidade, HADS – Hospital Anxiety and Depression Scale para avaliação da psicopatologia e finalmente, para avaliação da qualidade de vida, SF-36 – The Medical Outcomes Study Short- Form 36 Health Survey. Recorreu-se ainda a uma entrevista estruturada elaborada com o propósito de recolher informação sócio-demográfica. Relativamente às análises efectuadas, através do teste estatístico de correlação de Pearson (r), foi possível encontrar uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre a dimensão neuroticismo (EPI) e várias subescalas da avaliação da dor (MPQ), confirmando a hipótese 1 do estudo. Verificou-se também uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a dimensão ansiedade (HADS) e algumas subescalas da avaliação da dor (MPQ); quanto à depressão verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre esta dimensão (HADS) e a subescala de intensidade da dor avaliativa (MPQ) e com a escala visual analógica (VAS); assim confirmando apenas em parte a hipótese 2. Em relação à avaliação da qualidade de vida (SF-36) verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre algumas subescalas do (SF-36) e a (VAS) e com as subescalas da avaliação da dor (MPQ), confirmando totalmente a hipótese 3. Quanto à dimensão neuroticismo (EPI), verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36); já em relação à dimensão extroversão (EPI) verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa com as subescalas (SF- 36); permitindo assim os resultados obtidos confirmando a hipótese 4. No que respeita à 5ª hipótese deste trabalho, à dimensão ansiedade (HADS) verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36); mas já quanto à dimensão depressão, esta apresentou uma correlação negativa e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36), assim confirmando em parte a hipótese 5. Finalmente procedeu-se a uma análise correlacional entre a personalidade (EPI) e psicopatologia (HADS), verificando uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a dimensão neuroticismo (EPI) e a ansiedade (HADS), positiva e estatisticamente significativa entre a extroversão (EPI) e a dimensão ansiedade (HADS), e negativa com a de depressão (HADS), pelos resultados obtidos não confirmando a última hipótese. Resultados que se pretendem analisar no âmbito da discussão.
id RCAP_96e6f9daf602b2756e07cdb5aa0a4fd1
oai_identifier_str oai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/138
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Qualidade de vida em doentes com dor crónicaqualidade de vidador crónicaA dor é uma parte integrante da vida e tem a função de proteger a integridade física da pessoa. Contudo, ela pode ser incontrolável e, assim, capaz de comprometer a qualidade de vida. É vista como um sintoma primário que faz com que as pessoas procurem orientação médica, acreditando em patologia, sendo que, através do relato verbal, é possível verificar a presença ou ausência de uma patologia física. Por ser um sintoma complexo, individual e subjectivo, ela envolve aspectos sensitivos, emocionais e culturais que só podem ser compartilhados a partir do relato de quem a sente (Pimenta & Teixeira, 1995). Numa tentativa de contribuir para a clarificação do fenómeno da dor crónica, a psicologia tem tido um papel primordial, com um excelente campo de trabalho e de investigação, para poder desempenhar o seu papel de forma proveitosa para as pessoas com dor crónica e profissionais de saúde nesta área. Neste sentido, o que se pretende com esta investigação, vai na linha de orientação de outros estudos elaborados neste âmbito (Maestre, Zarazaga & Martínex, 2001; Pelechano, Matud & Miguel, 1994). O presente estudo tem como objectivo geral caracterizar a população de doentes com dor crónica em acompanhamento na Unidade da Dor do Hospital de S. João – Porto, em termos de Qualidade de Vida. Assim, pretende-se especificamente avaliar de que forma a qualidade de vida destes doentes é modelada pela personalidade, por um lado, e pode variar, por outro, em função de uma psicopatologia – ansiedade, depressão – cuja expressão clínica possa requer intervenção especializada, e ainda da dor, uma vez controlada a influência de variáveis sócio-demográficas e da sua situação médica – diagnóstico e terapêutica actual. Incidiu sobre uma amostra de 155 doentes em tratamento na unidade supra-referida, dos quais 23,2% eram do sexo masculino e 76,8% do sexo feminino, pertencendo sobretudo ao grupo etário dos 30-49 anos e ao dos 50-69 anos. Para levar a cabo esta investigação foram utilizados os seguintes instrumentos: MPQ – McGill Pain Questionnaire, VAS – Visual Analogue Scales para quantificação da dor, EPI – Eysenk Personality Inventory para avaliação da personalidade, HADS – Hospital Anxiety and Depression Scale para avaliação da psicopatologia e finalmente, para avaliação da qualidade de vida, SF-36 – The Medical Outcomes Study Short- Form 36 Health Survey. Recorreu-se ainda a uma entrevista estruturada elaborada com o propósito de recolher informação sócio-demográfica. Relativamente às análises efectuadas, através do teste estatístico de correlação de Pearson (r), foi possível encontrar uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre a dimensão neuroticismo (EPI) e várias subescalas da avaliação da dor (MPQ), confirmando a hipótese 1 do estudo. Verificou-se também uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a dimensão ansiedade (HADS) e algumas subescalas da avaliação da dor (MPQ); quanto à depressão verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre esta dimensão (HADS) e a subescala de intensidade da dor avaliativa (MPQ) e com a escala visual analógica (VAS); assim confirmando apenas em parte a hipótese 2. Em relação à avaliação da qualidade de vida (SF-36) verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre algumas subescalas do (SF-36) e a (VAS) e com as subescalas da avaliação da dor (MPQ), confirmando totalmente a hipótese 3. Quanto à dimensão neuroticismo (EPI), verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36); já em relação à dimensão extroversão (EPI) verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa com as subescalas (SF- 36); permitindo assim os resultados obtidos confirmando a hipótese 4. No que respeita à 5ª hipótese deste trabalho, à dimensão ansiedade (HADS) verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36); mas já quanto à dimensão depressão, esta apresentou uma correlação negativa e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36), assim confirmando em parte a hipótese 5. Finalmente procedeu-se a uma análise correlacional entre a personalidade (EPI) e psicopatologia (HADS), verificando uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a dimensão neuroticismo (EPI) e a ansiedade (HADS), positiva e estatisticamente significativa entre a extroversão (EPI) e a dimensão ansiedade (HADS), e negativa com a de depressão (HADS), pelos resultados obtidos não confirmando a última hipótese. Resultados que se pretendem analisar no âmbito da discussão.2011-11-02T11:49:59Z2010-01-01T00:00:00Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/138http://hdl.handle.net/20.500.11816/138porRebelo, Virgínia Lopesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-05-31T13:59:13Zoai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/138Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:57:07.804157Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Qualidade de vida em doentes com dor crónica
title Qualidade de vida em doentes com dor crónica
spellingShingle Qualidade de vida em doentes com dor crónica
Rebelo, Virgínia Lopes
qualidade de vida
dor crónica
title_short Qualidade de vida em doentes com dor crónica
title_full Qualidade de vida em doentes com dor crónica
title_fullStr Qualidade de vida em doentes com dor crónica
title_full_unstemmed Qualidade de vida em doentes com dor crónica
title_sort Qualidade de vida em doentes com dor crónica
author Rebelo, Virgínia Lopes
author_facet Rebelo, Virgínia Lopes
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rebelo, Virgínia Lopes
dc.subject.por.fl_str_mv qualidade de vida
dor crónica
topic qualidade de vida
dor crónica
description A dor é uma parte integrante da vida e tem a função de proteger a integridade física da pessoa. Contudo, ela pode ser incontrolável e, assim, capaz de comprometer a qualidade de vida. É vista como um sintoma primário que faz com que as pessoas procurem orientação médica, acreditando em patologia, sendo que, através do relato verbal, é possível verificar a presença ou ausência de uma patologia física. Por ser um sintoma complexo, individual e subjectivo, ela envolve aspectos sensitivos, emocionais e culturais que só podem ser compartilhados a partir do relato de quem a sente (Pimenta & Teixeira, 1995). Numa tentativa de contribuir para a clarificação do fenómeno da dor crónica, a psicologia tem tido um papel primordial, com um excelente campo de trabalho e de investigação, para poder desempenhar o seu papel de forma proveitosa para as pessoas com dor crónica e profissionais de saúde nesta área. Neste sentido, o que se pretende com esta investigação, vai na linha de orientação de outros estudos elaborados neste âmbito (Maestre, Zarazaga & Martínex, 2001; Pelechano, Matud & Miguel, 1994). O presente estudo tem como objectivo geral caracterizar a população de doentes com dor crónica em acompanhamento na Unidade da Dor do Hospital de S. João – Porto, em termos de Qualidade de Vida. Assim, pretende-se especificamente avaliar de que forma a qualidade de vida destes doentes é modelada pela personalidade, por um lado, e pode variar, por outro, em função de uma psicopatologia – ansiedade, depressão – cuja expressão clínica possa requer intervenção especializada, e ainda da dor, uma vez controlada a influência de variáveis sócio-demográficas e da sua situação médica – diagnóstico e terapêutica actual. Incidiu sobre uma amostra de 155 doentes em tratamento na unidade supra-referida, dos quais 23,2% eram do sexo masculino e 76,8% do sexo feminino, pertencendo sobretudo ao grupo etário dos 30-49 anos e ao dos 50-69 anos. Para levar a cabo esta investigação foram utilizados os seguintes instrumentos: MPQ – McGill Pain Questionnaire, VAS – Visual Analogue Scales para quantificação da dor, EPI – Eysenk Personality Inventory para avaliação da personalidade, HADS – Hospital Anxiety and Depression Scale para avaliação da psicopatologia e finalmente, para avaliação da qualidade de vida, SF-36 – The Medical Outcomes Study Short- Form 36 Health Survey. Recorreu-se ainda a uma entrevista estruturada elaborada com o propósito de recolher informação sócio-demográfica. Relativamente às análises efectuadas, através do teste estatístico de correlação de Pearson (r), foi possível encontrar uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre a dimensão neuroticismo (EPI) e várias subescalas da avaliação da dor (MPQ), confirmando a hipótese 1 do estudo. Verificou-se também uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a dimensão ansiedade (HADS) e algumas subescalas da avaliação da dor (MPQ); quanto à depressão verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa entre esta dimensão (HADS) e a subescala de intensidade da dor avaliativa (MPQ) e com a escala visual analógica (VAS); assim confirmando apenas em parte a hipótese 2. Em relação à avaliação da qualidade de vida (SF-36) verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre algumas subescalas do (SF-36) e a (VAS) e com as subescalas da avaliação da dor (MPQ), confirmando totalmente a hipótese 3. Quanto à dimensão neuroticismo (EPI), verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36); já em relação à dimensão extroversão (EPI) verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa com as subescalas (SF- 36); permitindo assim os resultados obtidos confirmando a hipótese 4. No que respeita à 5ª hipótese deste trabalho, à dimensão ansiedade (HADS) verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36); mas já quanto à dimensão depressão, esta apresentou uma correlação negativa e estatisticamente significativa com as subescalas do (SF-36), assim confirmando em parte a hipótese 5. Finalmente procedeu-se a uma análise correlacional entre a personalidade (EPI) e psicopatologia (HADS), verificando uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre a dimensão neuroticismo (EPI) e a ansiedade (HADS), positiva e estatisticamente significativa entre a extroversão (EPI) e a dimensão ansiedade (HADS), e negativa com a de depressão (HADS), pelos resultados obtidos não confirmando a última hipótese. Resultados que se pretendem analisar no âmbito da discussão.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-01-01T00:00:00Z
2010
2011-11-02T11:49:59Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/138
http://hdl.handle.net/20.500.11816/138
url https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/138
http://hdl.handle.net/20.500.11816/138
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131644768026624