Transição para a parentalidade: o papel do Enfermeiro de Família na vivência deste processo

• Autor(a) principal: Monteiro, Cátia Isabel Lourenço
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11831
• topic: Transição; Parentalidade

Enquadramento: O Presente relatório insere-se no âmbito do Mestrado em Enfermagem de Saúde Familiar, emergindo como um documento que expressa o percurso de aquisição de competências especializadas. No decorrer do estágio foi realizado um estudo sobre a Transição para a Parentalidade. A parentalidade é um processo bastante complexo que consiste num conjunto de ações levadas a cabo pelos pais junto dos filhos de forma a promover o seu desenvolvimento físico, psicológico e emocional pleno, mobilizando tanto recursos internos à família, como recursos externos. A complexidade deste processo aumenta quando se está perante o primeiro filho, onde tudo é novidade. Os enfermeiros de saúde familiar assumem aqui uma importância acrescida. Objetivos: Compreender a vivência do processo transição para a parentalidade e a perceção dos pais acerca do papel do enfermeiro de família neste processo. Métodos: O presente estudo é do tipo fenomenológico, descritivo, transversal de abordagem qualitativa, com uma amostra de sete pais. Na recolha de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada aplicada aos pais. Os dados obtidos nas entrevista foram sujeitos a técnica de análise de conteúdo de Bardin, através da procura de explicação e compreensão do discurso dos participantes. Resultados: A maioria dos entrevistados são mulheres (85,71%) com idades compreendidas entre os 18-34 anos (85,71), tendo como habilitações literárias a licenciatura (71,43%), vivem em união de fato (71,43%) e o tipo de família é nuclear (100%). O conceito de parentalidade que mais emergiu assenta na segurança e educação dos filhos. Os principais fatores facilitadores do processo de transição para a parentalidade identificados foram os fatores familiares, pessoais e associados às intervenções de enfermagem. Os principais fatores inibidores deste processo identificados foram os fatores pessoais e ambientais. De entre as emoções reportadas pelos pais salientamse o medo e a alegria e no que diz respeito aos sentimentos destacam-se a felicidade e o amor. Os pais consideraram o papel do enfermeiro de família como importante, principalmente no que se referem às intervenções de enfermagem relacionadas com a parentalidade, especificamente, relacionadas com a amamentação, cuidados ao recém nascido e a vacinação. Conclusão: Este estágio permitiu o desenvolvimento de competências do Enfermeiro Especialista de Enfermagem Comunitária na área de Enfermagem de Saúde Familiar. A vivência do processo de transição para a parentalidade revelou ser fundamentalmente uma vivência positiva, que os pais relacionam sobretudo esta vivência com a segurança e educação dos filhos, bem como a saúde e bem-estar. Os pais valorizam muito as intervenções de enfermagem cujo o foco de atenção é a amamentação, cuidados ao recém nascido e a vacinação. A compreensão deste processo é fundamental para que o enfermeiro de família possa melhorar as suas práticas dirigidas a este fenómeno.