Muito para além da encefalite: um relato de caso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis,Ana Rita Martins dos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732017000200006
Resumo: Introdução: O estado confusional agudo traduz uma alteração súbita do estado de consciência. A sua etiologia é geralmente multifatorial e mais difícil de determinar nos idosos. Pode estar associado a múltiplas patologias, com diferente gravidade, orientação e prognóstico. Este caso clínico ilustra uma apresentação incomum de um tumor cerebral, mostra como o médico de família foi um apoio importante do utente e da família e como a continuidade de cuidados é fundamental na medicina geral e familiar. Descrição do caso: Homem de 69 anos, casado, autónomo. Tem história de diabetes mellitus tipo 2 com complicações, hipertensão arterial, múltiplas comorbilidades cardiovasculares e obesidade. Foi trazido à consulta por alterações súbitas de comportamento e confusão mental, sem febre. Foi orientado para o serviço de urgência, apresentando-se então febril e sendo diagnosticada encefalite vírica. Após internamento prolongado regressou ao domicílio, parcialmente dependente. A recuperação foi mais lenta que o expectável e o acompanhamento clínico revelou um tumor cerebral com prognóstico reservado. As dificuldades de adaptação da família ao diagnóstico e à dependência foram evidentes, o que se traduziu em múltiplas visitas ao serviço de urgência e várias complicações. Faleceu nove meses depois. Comentários: Uma doença súbita, particularmente quando altera o grau de dependência, exige adaptação de toda a família. O médico de família foi um elemento importante na gestão da situação: orientou, na incerteza, o problema inicial, apoiou na recuperação da doença aguda, informou, educou, disponibilizou-se, aproximou-se, cuidou do utente e deu apoio ao cuidador. Contudo, a expectativa de recuperação dificultou a comunicação e a relação terapêutica entre a equipa de saúde e a família. Considera-se que este caso, mesmo refletindo todas as competências do médico de família, evidencia como os medos e as expectativas podem condicionar o resultado final na prestação de cuidados.
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