Corpos colonizados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/97721 |
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Corpos colonizadosRecursos com paisagem em fundo. Uma agenda de pesquisaUID/CCI/04667/2019A fotografia dos corpos colonizados visava registar os estigmas raciais que os caraterizavam à luz da antropobiologia portuguesa decalcada da matriz norte-europeia, mas revista e adaptada à exploração colonial. O estudo concentrou-se no cálculo da inteligência no sentido de avaliar da sua assimilabilidade, na mensuração antropométrica e ergográfica com o fim do aproveitamento de mão-de-obra e na deteção de patologias que a podiam comprometer ou ser transmissíveis aos colonizadores. As populações colonizadas foram integradas como material humano no quadro geral do levantamento e exploração de recursos naturais, flora, fauna, minérios, culturas agrícolas, de tal modo que a serviçalidade dos seus corpos funcionou como mediadora da relação do colonizador com a paisagem natural dos territórios ocupados. Integral ao processo de racialização indispensável ao sucesso da empresa colonizadora, o registo fotográfico não só constituiu um documento do arquivo colonial português, como um instrumento epistemopolítico do dolo infligido pela colonização às suas vítimas históricas, desde logo como operador da construção do Outro racial exotizado que, ao definir o limiar em que o primata devém humano, traça por aí mesmo a fronteira inultrapassável pelas raças inferiores, patente nos estigmas físicos e psíquicos que indiciam a sua ancestralidade simiesca. Esta indiciologia fotográfica foi fundamental para a justificação e legitimação do “fardo do homem branco” luso, traduzido nos termos próprios da sua missão civilizadora, assumida como desígnio histórico secular que, a partir do diferendo do “mapa cor-de-rosa” e do empenhamento na Primeira Guerra Mundial, se alcandorou a pugna pela salvaguarda da identidade e da independência nacional.Instituto de Comunicação da NOVA (ICNOVA)Departamento de Ciências da Comunicação (DCC)RUNCascais, António FernandoCosta, Mariana de Soveral Gomes da2020-05-14T23:06:37Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article26application/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/97721por2184-1284PURE: 18158762info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:44:39Zoai:run.unl.pt:10362/97721Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:38:47.405388Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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