“Cultura tabeliónica e língua: a propósito de uma kettubá da Biblioteca Pública de Évora”
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/23790 |
Resumo: | Uma kettubá (contrato de casamento) de judeus de Lisboa, atualmente na Biblioteca Pública de Évora, leva-nos a uma realidade única no universo da minoria judaica: a escrita em português, em contraste com os demais documentos conhecidos desta tipologia, sempre em aramaico - hebraico. A partir do reinado de D. João I, impõe-se, de facto, no reino a interdição do uso do hebraico e do árabe nos documentos notariais de judeus e muçulmanos. A resistência a esta medida verifica-se, sobretudo nos notários judeus que, ainda bem avançado o séc. XV, continuam a produzir em hebraico, nomeadamente essas “cartas de arras”. Não obstante, a kettubá, datada de 1483, testemunha a progressiva acomodação à ordenação geral do reino. Embora sistemas competitivos de escrita continuem a coexistir nas comunidades judaicas portuguesas em finais do séc. XV, o controle sobre o tabelionado das principais cidades postula um processo de aculturação dos notários judeus que traduzem (literal e simbolicamente) para o português o seu direito, projetando os seus parâmetros identitários numa cultura comum |
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“Cultura tabeliónica e língua: a propósito de uma kettubá da Biblioteca Pública de Évora”Kettubá, cultura tabeliónica, hebraico, português, casamento, direito hebraico, direito islâmicoUma kettubá (contrato de casamento) de judeus de Lisboa, atualmente na Biblioteca Pública de Évora, leva-nos a uma realidade única no universo da minoria judaica: a escrita em português, em contraste com os demais documentos conhecidos desta tipologia, sempre em aramaico - hebraico. A partir do reinado de D. João I, impõe-se, de facto, no reino a interdição do uso do hebraico e do árabe nos documentos notariais de judeus e muçulmanos. A resistência a esta medida verifica-se, sobretudo nos notários judeus que, ainda bem avançado o séc. XV, continuam a produzir em hebraico, nomeadamente essas “cartas de arras”. Não obstante, a kettubá, datada de 1483, testemunha a progressiva acomodação à ordenação geral do reino. Embora sistemas competitivos de escrita continuem a coexistir nas comunidades judaicas portuguesas em finais do séc. XV, o controle sobre o tabelionado das principais cidades postula um processo de aculturação dos notários judeus que traduzem (literal e simbolicamente) para o português o seu direito, projetando os seus parâmetros identitários numa cultura comum2018-12-27T17:37:38Z2018-12-272018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10174/23790http://hdl.handle.net/10174/23790por“Cultura tabeliónica e língua: a propósito de uma kettubá da Biblioteca Pública de Évora”, in Os Judeus na Península Ibérica durante a Idade Média: análise das suas fontes, ed. de José Alberto Tavim et alii, Coimbra, Ed. Almedina, 2018, pp. 161-178.161-178978-972-40-7585-3Departamento de Históriamfbarros@uevora.ptOs Judeus na Península Ibérica durante a Idade Média: análise das suas fontes709Barros, Maria Filomena Lopes deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-08T04:31:09ZPortal AgregadorONG |
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